quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Pesquisa no Amazonas relaciona câncer de pênis e HPV


A incidência do câncer de pênis e a associação da doença com o Papiloma Vírus Humano (HPV) é tema de pesquisa desenvolvida no Amazonas. O estudo está sendo realizado pela doutora em Ciências na área de Virologia e Imunologia da Fundação Centro de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Kátia Luz Torres da Silva.

O projeto conta com o apoio financeiro do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) via Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas).

De acordo com a pesquisadora, a FCecon já estava trabalhando na linha da associação entre vírus e o desenvolvimento de câncer. Ela explicou que, por meio do estudo intitulado ‘Caracterização epidemiológica e clínica dos pacientes portadores de carcinoma de células escamosas do pênis e associação com a infecção pelo Papilomavírus Humano’, será possível descobrir qual a associação e os fatores que contribuem para a alta incidência de câncer de pênis no Amazonas.

“O câncer de pênis tem uma atenção menor em relação ao útero, talvez por ser de menor prevalência. Mas no Amazonas, a frequência com que o câncer de pênis acontece, se destaca do resto do Brasil e em outras regiões do mundo inteiro, então algo existe aqui que faz com tenhamos um número relevante da doença na nossa região, o que nos levou a começar o estudo”, explicou.

A pesquisadora ressaltou que o projeto será desenvolvido na FCecon, com os pacientes que fazem tratamento na instituição e com o apoio de outras instituições, como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo e o Instituto de HPV Nacional.

Ainda segundo Torres, o trabalho contará com a participação do doutor em virologia e pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da Universidade do Estado de São Paulo (IMT/USP) e membro do Conselho Científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos HPVs, José Eduardo Levi.

“Vamos verificar se a doença é comum aqui, por que há essa grande incidência de câncer de pênis? Será que tem muitos mais vírus? Será que os pacientes são jovens?”, questionou.

De acordo com o pesquisador, outros questionamentos estão relacionados aos tipos de vírus que circulam no Amazonas, se são mais agressivos e se manifestam mais.

“Então temos que ver a epidemiologia, quem são essas pessoas? Qual o ocupação delas? Se há a presença do HPV nos pacientes? Qual o tipo do HPV? Então são perguntas que nós procuraremos responder, com o objetivo final voltado para a prevenção”, frisou Levi.

De acordo com o pesquisador, o vírus do papiloma é a causa a doença do câncer de útero, mas ele está também associado a vários tumores na região genital, como pênis, vagina e ânus.

O pesquisador esteve participando do 4º Simpósio Amazonense de Oncologia Cutânea, que aconteceu no final de novembro, no auditório da FCecon, onde ministrou palestras voltadas para os temas, Papilomas Vírus Humano (HPV) câncer de boca, de laringe e câncer de pele.


Fonte: D24am

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Brasil produz medicamento para tratamento de câncer


 

O Brasil passa a produzir um medicamento para o tratamento contra o câncer pela primeira vez. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou na manhã desta quarta-feira (19) o recebimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do primeiro lote nacional do Mesilato de Imatinibe, indicado para o tratamento de leucemia mieloide crônica e de estroma gastrointestinal (tumor maligno no intestino).

A produção será feita pelos laboratórios públicos Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Instituto Vital Brazil (da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro), em parceria com cinco empresas privadas. "O Brasil só tem condições de produzir um medicamento como esse e atrair o investimento de empresas nacionais porque somos um dos únicos países com mais de 100 milhões de habitantes a buscar atendimento universal e gratuito para todos", disse Padilha.

O acordo prevê a transferência de tecnologia para fabricação e distribuição do medicamento pelos próximos cinco anos. Para este período, o Ministério da Saúde estima que a iniciativa gerará uma economia de R$ 337 milhões ao SUS. A medida beneficiará cerca de 8 mil pessoas. A previsão é de que em 2013 sejam entregues ao SUS cerca de 4 milhões de comprimidos do medicamento.0

Fonte: Estadão

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Imagine a sua vida após o câncer


Quando as pessoas escutam a frase “você tem câncer”, a vida se divide repentinamente em partes distintas: antes e depois da doença. E o número de pessoas nessa segunda categoria continua a crescer.

Publicado pela Sociedade Americana do Câncer, o livro “Picture your life after Cancer” (algo como “Imagine a sua vida após o câncer”, em tradução livre), se concentra na vida transcorrida após o diagnóstico de câncer.

A obra é baseada num projeto multimídia do jornal The New York Times, que pediu aos leitores o envio de fotos e histórias pessoais. Até agora, quase 1.500 pessoas contaram suas vivências – as boas, as más, as desafiadoras e as inspiradoras –, criando um ensaio fotográfico dramático dos diferentes tipos de vida vividos nos anos seguintes ao diagnóstico.

Para a artista Susan Schwalb, um diagnóstico de câncer de mama nos primeiros estágios, aos 62 anos, levou à lumpectomia (remoção de nódulos do seio), seguido pela mastectomia e por uma cirurgia de reconstrução fracassada. Ela descobriu que o câncer era um desafio físico e mental, buscando suporte nos amigos e grupos de apoio para lidar com a tensão emocional. Quando viu o projeto, enviou uma foto de si mesma vestindo um avental de pintor respingado de tinta.

“Na minha vida profissional, o câncer me fez pisar fundo. Conheci gente que decidiu curtir a vida, se aposentar, fazer jardinagem. Eu decidi que precisava ter mais do que queria na vida e que era melhor agir logo, pois não terei a vida longa que imaginava me aguardar”, conta Susan.

Na verdade, um tema comum do projeto “Imagine a sua vida” é o câncer levando as pessoas a partirem em viagens postergadas há muito, a correr atrás da aventura e a passar mais tempo com os familiares. Fotos de montanhas sendo escaladas, passeios de camelo, excursões de mergulho e viagens de bicicleta agora fazem parte da colagem na internet .

David Posner, subchefe de medicina pulmonar do Hospital Lenox Hill, em Manhattan, disse que o diagnóstico de câncer de cólon metastático, aos 47 anos, o ajudou a se identificar com os pacientes cancerosos. A década passada acumulou nove operações, seis recorrências e três rodadas de quimioterapia, mas Posner afirmou nunca perder mais do que três semanas de trabalho.

“Encontrei minha salvação na família e no trabalho. Quando estava no trabalho, não pensava em mim mesmo, algo muito terapêutico. Vejo minha cota de pacientes com câncer e os motivo, e eles a mim.”

Segundo Posner, ele decidiu participar do projeto por querer contar que um diagnóstico de câncer – nem mesmo um terrível como o seu – não precisa definir a vida.

“Penso em me perguntarem sobre como foi minha última década, se ela foi desperdiçada ou se foi repleta de felicidade e alegria. O lance do câncer era doloroso, mas durante a maior parte do tempo eu me diverti a valer.”

A colagem “Imagine a sua vida” inclui diversas fotografias de sobreviventes com bichos de estimação. Sandra Elliott, de Claremont, Califórnia, enviou uma imagem dela com dois cães golden retriever, Buddy e Molly. Eles eram apenas filhotes quando ela recebeu o diagnóstico de câncer mamário no estágio dois, em 2003. Durante a recuperação da cirurgia e dos tratamentos quimioterápicos, ela levava os cachorros para passear no campus do Pomona College, próximo à sua casa, e, um dia, um fotógrafo profissional a capturou com sua máquina.

“Independentemente do grau de infelicidade naquele dia, independentemente do número de quimioterapias ou consultas médicas, esses dois cachorrinhos com grandes olhos negros olhavam para mim com o rabo balançando como se falassem: ‘Está na hora. Está na hora. Está na hora de sair!’.”

“Eu me sentia fisicamente terrível, e quando os via com aquela alegria pura na cara e no corpo, simplesmente por estarem ao ar livre, serem capazes de respirar ar puro, cheirar as árvores, perseguir um esquilo; aquele simples amor à vida que eles me mostravam melhorava meu pique diariamente.”

Elliott ainda vive com dor crônica por causa da lesão no nervo provocada pelo tratamento contra o câncer, e é capaz de se identificar com as outras pessoas do projeto que se preocupam se a enfermidade vai regressar ou nunca mais voltarão a se sentir completamente normais. Porém, para ela, um tema forte percorre todas as fotografias e histórias.

“Todos nós fomos forçados a encontrar a alegria nas pequenas coisas. Estou aqui sentada vendo um gerânio prestes a desabrochar. As coisas que existem por aí... Temos de ser lembrados de olhá-las. E o câncer é um lembrete dos grandes.”




Fonte: IG

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Exame para câncer de mama será parecido com teste de gravidez



Riscos dos exames
Cientistas mexicanos descobriram biomarcadores que poderão ser utilizados para o desenvolvimento de um exame rápido para detectar o câncer de mama.
As principais causas das polêmicas recentes sobre a mamografia são o excessivo número de falsos positivos e as doses de radiação a que as mulheres são expostas, que podem acabar aumentando o risco do câncer.
Mulheres serão avisadas de riscos das mamografias no Reino Unido
Por isso tem havido um interesse crescente em desenvolver novas técnicas mais eficazes e menos arriscadas para a detecção precoce do câncer de mama.


Biomarcadores
O Dr. Rodolfo Hernández Gutiérrez e sua equipe identificaram biomarcadores - moléculas presentes na corrente sanguínea - que já estão presentes no corpo antes do surgimento de qualquer sintoma da doença.
Segundo ele, a médio prazo, as moléculas permitirão o desenvolvimento de exames para detecção do câncer de mama com um funcionamento similar ao dos testes de gravidez vendidos nas farmácias.
Ou seja, ao contrário das mamografias, sem qualquer dose de radiação para as mulheres.

"Identificados estes biomarcadores, os oncologistas poderiam então submeter as mulheres aos exames tradicionais com um maior índice de êxito e curar a enfermidade antes que ela evolua para etapas mais avançadas, para as quais os tratamentos são mais agressivos e menos eficazes," disse o pesquisador.


Mercado
As moléculas podem ser identificadas por meio de um biochip, um pequeno dispositivo do tamanho de um selo postal.
O centro de pesquisas CIATEJ, onde foi realizada a pesquisa, está tentando repassar a tecnologia para a indústria, para que testes em maior escala possam validar o exame.




Fonte: Diário da Saúde

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Teste de respiração pode diagnosticar câncer colorretal



Um novo estudo mostrou que uma simples análise respiratória pode ser usada para a detecção do câncer de colorretal. A pesquisa integra o suplemento Improving Outcomes in Gastrointestinal Cancer.

O tecido composto por células cancerígenas tem um metabolismo diferente em comparação ao com células saudáveis, e produz algumas substâncias que podem ser detectadas através da respiração destes pacientes. Análises dos compostos orgânicos voláteis (VOCs) estão relacionadas ao câncer e são uma nova perspectiva na detecção.

Pesquisadores analisaram a respiração de 37 pacientes com câncer colorretal e de 41 saudáveis para avaliar o perfil dos VOCs. Uma rede neural probabilística foi usada para identificar o padrão destes compostos entre os dois grupos. Os resultados mostraram que pacientes com câncer colorretal têm um padrão seletivo diferente dos compostos voláteis quando comparados com os saudáveis, com base em 15 dos 58 compostos específicos das amostras de ar expirado.

O estudo foi capaz de discriminar pacientes com câncer colorretal com uma precisão de mais de 75%. "A técnica de amostragem de respiração é muito fácil e não invasiva, embora o método ainda esteja em fase inicial de desenvolvimento", observa Donato Altomare, líder do estudo, acrescentando que a pesquisa abre caminhos para que o teste de respiração se torne uma ferramenta de diagnóstico.


Fonte: Correio do Estado

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Portadoras de câncer participam de oficina de automaquiagem


Na manhã dessa quarta-feira (05), mulheres portadoras de câncer participaram de uma oficina de automaquiagem, realizada na capital paulista por meio do projeto "De bem com você – a beleza contra o câncer".

A iniciativa é coordenada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), em parceria com o Instituto Paulista de Cancerologia e em associação ao projeto social internacional Look Good Feel Better, realizado em vários páíses do mundo como Estados Unidos, Chile, Equador, Argentina e Uruguai. No Brasil, o projeto acontece desde 2011.

Para o oncologista Ricardo Antunes, diretor do instituto, a mulher que está em tratamento precisa também de outros cuidados. "Cuidar da beleza e da autoestima é fundamental e um programa como este, com referências internacionais, certamente trará inúmeros benefícios para as participantes", observou. 



Fonte: Terra

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ginástica terapêutica


Estudos e mais estudos têm confirmado a impressão dos médicos e dos cientistas da saúde pública. Pessoas com hábitos de vida, digamos, não muito saudáveis apresentam um risco excessivo de desenvolver doenças graves, como o câncer. Os cânceres de próstata e de mama são muito mais frequentes em pessoas obesas e sedentárias do que em atletas.

Até aí tudo parece intuitivo. Os cidadãos sabem, conhecem e reconhecem os benefícios do exercício físico regular e das dietas balanceadas na manutenção de uma boa qualidade de vida e saúde. Mas todos, eu incluído, temos a tendência de esquecer esses princípios e escorregar periodicamente na areia do sedentarismo e do sobrepeso. Até o dia que um médico qualquer detecta um câncer. Voltando para casa, os pacientes assim diagnosticados refletem e alguns se arrependem do modo de vida passado.

Como não é, ainda, possível voltar no tempo e corrigir condutas prévias, surge a questão persistente: mudar o estilo de vida agora, após um tratamento de câncer, tem algum valor? Mesmo porque já ocorreu o câncer. Seria tarde demais para evitar esse mal? A resposta não é tão simples. Tanta coisa muda após o diagnóstico e o tratamento de câncer, que fica mais difícil identificar com nitidez o impacto de uma mudança pontual de estilo de vida sobre o prognóstico e a evolução de um paciente com tumor maligno.

Cientistas liderados pelo doutor S. Mishra, da Universidade do Novo México (EUA), examinaram recentemente as evidências médicas já publicadas em revistas especializadas sobre o benefício da atividade esportiva sobre 4.826 doentes portadores de câncer durante o período do tratamento. O exercício regular influenciou claramente a qualidade de vida desses doentes. Ao mesmo tempo, os pesquisadores detectaram efeitos benéficos na qualidade de vida dos pacientes, mas somente quando a intensidade do exercício era moderada ou elevada. Não ficou claro o impacto de exercícios mínimos ou leves.

Outro estudo publicado em revista médica há poucos dias sorteou pacientes obesas, operadas e tratadas com quimioterapia e radioterapia pelo diagnóstico de câncer de mama precoce, para seguimento normal ou intervenção ativa com exercícios físicos orientados e programa de dieta hipocalórica.

Os pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, separaram 90 mulheres tratadas de câncer no seio em dois grupos. No primeiro, chamado de controle, as pacientes não recebiam nenhuma orientação especial, seguidas de forma rotineira. No segundo grupo, as doentes eram submetidas a um programa que consistia em três sessões de exercícios aeróbicos por semana e aconselhamento nutricional individualizado para reduzir o peso. Elas tinham de anotar continuamente seu consumo diário de alimentos e líquidos para um controle rigoroso de sua ingestão de proteínas, gorduras, carboidratos e vitaminas.

Os resultados do estudo foram encorajadores. Mesmo uma pequena redução do peso, em média ao redor de 1 quilo nesse grupo de pacientes, teve impacto detectável em todos os parâmetros medidos, incluindo colesterol, triglicérides e circunferência abdominal. Os índices de qualidade de vida, referidos pelas doentes, também foram significativamente superiores no grupo que fez dieta e exercícios. Apesar de essa pesquisa ser considerada preliminar e incluir poucos pacientes, os resultados foram animadores em estabelecer que pequenas mudanças de hábitos diários podem modificar a evolução de pacientes com câncer de mama tratadas. Fica óbvia, no entanto, a necessidade de realizar um estudo mais completo para ter certeza desses resultados, pois o desenho da pesquisa atual respondeu a poucas perguntas e criou dúvidas ainda maiores.



Fonte: Carta Capital