Bom dia pessoal! Como dito ontem, hoje estamos aqui com a entrevista de Vera Golik e Hugo Lenzi, nosso querido casal e autor do projeto, contando como começaram o projeto e o que estão achando de sua repercussão. Amanhã mostraremos um recado que o Hugo, assim com a Vera, gravou para o nosso blog.
1. Como foi para você, Vera, ingressar no tema câncer de mama e o desenvolver o projeto?
Vera: Sempre escrevi na área de auto-estima, beleza, mas nunca seguindo os esteriótipos da mídia. Quando recebi a notícia, na mesma semana, de que meus irmãos estavam com câncer, e minha mãe um mês depois, decidi transformar essa situação em algo positivo. Cada um tinha um tipo de câncer, porém quis focar o projeto no câncer de mama (que minha irmã teve) por esse tipo mexer com os símbolos e a autoestima da mulher, os símbolos femininos entram em choque, como a perda de cabelo, a retirada da mama, a mudança de cor e etc. Além disso, o pai de Hugo também passou pelo câncer e infelizmente faleceu. Com isso, surgiu o projeto. Minha irmã morava nos EUA então se tratou por lá, mas como minha mãe e meu irmão estavam no Brasil e não tinham plano de saúde, fizeram todo o tratamento pelo SUS. Por estarmos sempre acompanhando o tratamento, percebemos que havia uma grande falta de humanização na medicina, por muita demora tanto nas filas quanto no segmento do tratamento. Além disso, haviam muitos projetos que tratavam do câncer, mas nenhum que tratava da fase após o diagnóstico, com essa fase humanista. Tudo começou em 2006, e sempre reforçaram em mostrar o projeto em quatro fases: a descoberta, o processo, o apoio e a superação.
2. E como foi para vocês encontrarem tantas mulheres ao redor do Brasil para os depoimentos?
Vera e Hugo: A campanha sempre fez muito sucesso, porém quando iniciamos a busca por depoimentos acreditamos que seria difícil, pois se tratava de um assunto muito delicado. Com a ajuda de médicos, e de mulheres já entrevistadas indicando outras, conseguiram realizar todo o projeto com grande sucesso.
3. Como vocês se conheceram?
Vera e Hugo: Nos conhecemos através de um ensaio na revista Nova que fizemos juntos, mas passou um tempo e nunca mais nos falamos. Depois que Hugo separou, sua própria ex-mulher lembrou de mim para fazer um ensaio, e hoje estamos casados há 15 anos.
4. Como foi para você, Hugo, fazer as fotografias? O que muitos comentam na exposição é que você conseguiu captar a mulher de um jeito fantástico, porém bem simples.
Hugo: A primeira a tirar as fotos foi a Juliana. No começo foi difícil pois era preciso extrair a mulher que havia dentro dela mesmo com a doença, mas mesmo assim não fazer disso algo pesado, queria passar uma boa energia mas sem esconder a doença. Porém Juliana se olhava no espelho e não se reconhecia, pois a doença mudou a cor do seu cabelo, do seu olho e aumentou de peso, mas no final das fotos Juliana se reconheceu. A segunda foi Alessandra Sandoval, e com ela foram tiradas fotos da cicatriz que possuía, porém como não era aquilo que queria retratar tirou novas fotos. Através das fotos, as mulheres contavam coisas que não contavam nem para o terapeuta, e com isso iam construindo as fotos juntos, todas a partir dessa conversa, e algumas até disseram que o câncer as tornou ‘’uma pessoa melhor’’.
5. Como é o feedback que vocês recebem tanto do público da exposição quanto das mulheres da campanha?
Vera e Hugo: Durante as exposições e as palestras, todas as mulheres do livro gostam de tirar fotos, dar depoimentos, pois este é o momento delas. Em relação ao público, ele observa a exposição pois ela não se trata apenas de câncer de mama. Com a exposição, as pessoas refletem assuntos além do câncer, fazendo a exposição ser voltada para qualquer pessoa. Pela exposição estar situada em lugares que não são artísticos, primeiro as pessoas se espantam devido às fotografias, mas depois param para olhar direito e ficam admiradas. O projeto cresceu muito, e com o livro se tornou uma campanha de conscientização, para mudar o pensamento das pessoas sobre o câncer de mama.
6. Houve algum feedback negativo?
Vera e Hugo: Houve sim alguns feedbacks negativos, pois alguns criticavam que só mostravam mulheres bonitas, ricas e felizes, além de falarem que precisavam mostrar a cicatriz, o lado do corte, mas não era isso que o projeto quer passar, o projeto quer elevar a auto-estima.
Gostaram pessoal? Amanhã tem mais, beijos!
Olá queridos obrigado pelo trabalho maravilhoso de vocês! Parabéns!
ResponderExcluirOlá! Obrigada pelo carinho!
ExcluirBeijos.