A cirurgia atualmente é bastante comum, visto que as técnicas cirúrgicas se tornaram menos agressivas, garantindo um pós-operatório mais confortável e claramente contribuindo para que as mulheres retornem muito mais rápido para suas atividades habituais.
O útero pode ser removido totalmente ou parcialmente. O procedimento pode incluir ou não a retirada de trompas e ovários. Esta cirurgia só é menos frequente que as cesarianas. O diferencial está na incisão cirúrgica que pode ser abdominal ou vaginal ou ainda videolaparoscopica.
Apesar de muitos estudos mostrarem a satisfação das mulheres com a retirada do útero, observa-se que este assunto ainda é muito controverso. Algumas pacientes manifestam claramente a preocupação com sua sexualidade. Sentem-se vazias por dentro, considerando também o procedimento uma agressão a sua feminilidade.
É comum eu ouvir no consultório esta pergunta: "Doutora, vou continuar sentindo desejo pelo meu companheiro depois da cirurgia?” ou "Ele vai perceber alguma diferença ?”. Por isso tratarmos deste assunto é importante usando de toda experiência que possuo de 28 anos na área de ginecologia.
O conceito que a mulher tem de sua sexualidade, feminilidade e capacidade reprodutiva deve ser considerado sempre na fase pré-operatória porque acredito que o risco de desajustes emocionais e sexuais que ocorrem após a remoção do útero esteja inteiramente associado aos aspectos sociais. A qualidade da relação do casal parece ser também de extrema importância para o bem-estar psíquico e sexual após a cirurgia.
A discussão é bastante complexa, mas nos leva a perceber a necessidade de abordar a retirada do útero a partir de uma perspectiva ampliada, com olhos na saúde física e emocional.
O que posso dizer é a que mulher após a retirada do útero ficará liberta daqueles sangramentos tão desconfortáveis que não se resolviam com nada na prática clínica. E o mais importante é que os órgãos do corpo se acomodam para ocupar o lugar do útero. Portanto, se há vazio, este é psicológico.
Fonte: Oncoguia
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