quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Musicoterapia ajuda jovens a lidar com o câncer

Jovens que fizeram musicoterapia enquanto recebiam tratamento para câncer mostraram-se mais aptos a tolerar os rigores do tratamento, de acordo com um estudo publicado na revista científica Cancer.

A equipe concluiu que os pacientes tornaram-se mais resilientes e melhoraram seus relacionamentos com a família e amigos.Pesquisadores da Indiana University School of Nursing, em Indianapolis, nos Estados Unidos, acompanharam um grupo de pacientes com idades entre 11 e 24 anos enquanto participavam de um projeto que envolvia escrever letras, gravar música e selecionar imagens para fazer um videoclipe.

O termo resiliência, nesse contexto, se refere à capacidade dos participantes de se ajustarem positivamente aos estresses e efeitos adversos do tratamento que estavam recebendo.

Segundo o site da American Music Therapy Association, musicoterapia é uma prática terapêutica em que profissionais qualificados usam música para auxiliar indivíduos a lidar com questões físicas, emocionais, cognitivas e sociais.
Efeito Positivo

Os participantes foram orientados por musicoterapeutas profissionais. O projeto, que durou três semanas, culminou na produção de videoclipes que, quando prontos, foram compartilhados com amigos e familiares.

Os pesquisadores concluíram que o grupo que participou do projeto de musicoterapia demonstrou mais resiliência e capacidade de suportar o tratamento do que um outro grupo que não recebeu musicoterapia.

Cem dias após o tratamento, o mesmo grupo relatou que a comunicação na família e os relacionamentos com amigos tinham melhorado.

"Esses 'fatores protetores' influenciam a forma como adolescentes e jovens adultos lidam (com o câncer e o rigoroso tratamento), ganham esperança e encontram sentido (para suas vidas) durante a jornada do câncer", disse a líder do estudo, Joan Haase.

"Adolescentes e jovens que são resilientes têm a capacidade de superar sua doença, sentem-se em controle e autoconfiantes pela forma como lidaram com o câncer e mostram um desejo de ajudar o outro".

Entrevistas com os pais dos pacientes revelaram aos pesquisadores que os videoclipes tinham produzido um benefício adicional, oferecendo aos pais uma melhor compreensão sobre como é a experiência de crianças que sofrem de câncer.
Estresse e Ansiedade

Uma das musicoterapeutas envolvidas no estudo, Sheri Robb, explicou por que música pode ter um efeito tão positivo sobre jovens lutando contra o câncer:

"Quando tudo parece incerto, canções que ele conhecem e com as quais se identificam fazem com que se sintam conectados".

Segundo a ONG britânica Cancer Research UK, musicoterapia pode diminuir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem de câncer. A terapia também pode ajudar a aliviar alguns sintomas do câncer e efeitos colaterais do tratamento - mas não pode curar, tratar ou evitar doenças, inclusive o câncer.

Estudos anteriores que investigaram os efeitos da musicoterapia sobre crianças com câncer concluíram que a atividade pode ajudar a diminuir o medo e a angústia, além de melhorar os relacionamentos da criança com a família.

A portavoz de uma entidade que oferece apoio a adolescentes com câncer e suas famílias - o Teenage Cancer Trust - disse que é muito importante incentivar crianças com câncer a se comunicar e cooperar umas com as outras.

"Sabemos que ser tratado ao lado de outros (pacientes) da mesma idade faz uma diferença imensa, especialmente em um ambiente que permita que jovens com câncer ofereçam apoio uns aos outros".
CDs

Fonte: BBC

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Dormir bem pode proteger homens contra câncer de próstata

Homens livres de problemas relacionados ao sono apresentam um risco menor de ter câncer de próstata do que aqueles que têm dificuldades para dormir. Essa é a conclusão de um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que descobriu uma relação entre níveis de melatonina, hormônio que ajuda a regular o sono, e a probabilidade de uma pessoa desenvolver esse tipo de câncer.

A produção da melatonina é feita pela glândula pineal, localizada no cérebro, e normalmente ocorre à noite. O hormônio é fundamental para regularizar o relógio biológico e, assim, regular sono, fome e diversas funções no organismo. Por isso, baixos níveis de melatonina estão associados a problemas para dormir.

No novo estudo, a equipe recrutou 928 homens. Os participantes relataram se tinham ou não dificuldades para dormir e tiveram suas amostras de urina analisadas para que os autores medissem seus níveis de melatonina. Eles foram acompanhados durante sete anos.

Segundo a pesquisa, os homens que relataram ter problemas para dormir foram aqueles que apresentaram os menores níveis de melatonina, reforçando a associação existente entre o hormônio e a qualidade do sono.

Além disso, durante o período da pesquisa, 111 participantes foram diagnosticados com câncer de próstata. Os homens com os maiores níveis de melatonina no organismo, porém, foram 75% menos propensos a receber o diagnóstico da doença do que os que tinham os menores níveis do hormônio.

“A falta de sono e outros fatores podem influenciar a quantidade de melatonina produzida, e problemas associados à falta do hormônio, ao sono irregular e à desregulação do relógio biológico são amplos, e incluem um potencial risco de câncer”, diz Sarah Markt, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública de Harvard e coordenadora do estudo.

A pesquisa foi apresentada nesta semana durante a conferência sobre avanços nos estudos em torno do câncer de próstata da Associação Americana para Pesquisa em Câncer, em San Diego, Estados Unidos.

Hormônio em pílula — A melatonina é amplamente comercializada como uma vitamina em países como os Estados Unidos e os da Europa, e como remédio em lugares como Argentina e Chile. No Brasil, porém, ela não pode ser comercializada pois não possui registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o órgão, o último pedido para registro da substância foi feito em 2003 e foi indeferido por estar “em desacordo com a legislação vigente”. Não houve um novo pedido desde então. No entanto, também não há uma proibição expressa ao uso da substância, de forma que o paciente que desejar pode importá-la para uso próprio.


Problemas relacionados ao sono podem aumentar risco de câncer de próstata, diz estudo


Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Vacina contra o vírus HPV começa em março

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai começar a ofertar vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) a partir de 10 de março deste ano para meninas de 11 a 13 anos em postos de saúde e em escolas públicas e privadas de todo país, segundo informou nesta quarta-feira (22) o Ministério da Saúde.

A vacina, que protege contra o câncer do colo de útero, estará disponível nos 36 mil postos de saúde da rede pública durante todo o ano, de acordo com o ministério. Em 2015, o público alvo será estendido a adolescentes de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, a meninas de nove anos.

Para garantir proteção completa, a imunização ocorrerá de forma estendida. A segunda dose da vacina será aplicada seis meses depois da primeira e a terceira dose, cinco anos após.

"Além disso, na grande média da população brasileira, meninas nessa idade não tiveram início da atividade sexual, que é quando essas mulheres estarão no futuro sob risco do vírus HPV. Então estamos garantindo proteção para quando essas meninas tiverem vida sexual ativa”, explicou Padilha.
Há mais de cem tipos de HPV, vírus que é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. A vacina que será aplicada no Brasil protege contra quatro tipos de vírus do HPV – 6, 11, 16 e 18. Dois deles, o 16 e o 18, respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, segundo o Ministério da Saúde. Em 2011, 5.160 mulheres morreram em decorrência da doença, terceiro tipo de câncer mais comum entre as brasileiras.

Segundo dados a Organização Mundial de Saúde, 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV.

De acordo com dados apresentados pela coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues, a vacina tem eficácia de 98,8% contra o câncer. A imunização, porém, é preventiva e não dispensa o uso de preservativos.

"A vacinação contra o HPV é uma precaução do câncer do colo do útero. Não é terapêutica, portanto deve ser recomendada como uma medida preventiva e não curativa. A vacina não substitui a realização do exame preventivo nem o uso de preservativos”, disse a coordenadora.


Fonte: Oncoguia

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Tomografia é a nova aliada da detecção precoce do câncer de pulmão

Estudos comprovam que a tomografia computadorizada (TC) tem se mostrado muito eficaz na detecção precoce do câncer de pulmão, num estágio com maiores chances de cura, bem como no acompanhamento do paciente. Em média, o nódulo do câncer dobra de volume dentro de 98 dias. Na opinião de Claudia Henschke, da Mount Sinai School of Medicine, em Nova Iorque, monitorar o tempo em que o tumor dobra de tamanho é fundamental para uma conduta diagnóstica mais eficaz para cada paciente. “Além disso, quem está no grupo de risco deve considerar, junto com seu médico, fazer exames de imagem com mais regularidade”, diz a médica.

Dados do Instituto Nacional do Câncer revelam aumento de 2% ao ano na incidência mundial de câncer de pulmão – sendo o tipo mais comum da doença, altamente letal e ainda uma das principais causas de morte evitáveis, já que em 90% dos casos está associada ao tabagismo. Estimativas apontam para mais de 27 mil novos casos da doença em 2014 (60% homens, 40% mulheres). Tosse, falta de ar, presença de sangue no catarro, dor no peito e nos ombros são alguns dos sintomas mais comuns, principalmente quando associados à perda de peso. Mas esse tipo de câncer, quando dá sinais, geralmente está em fase avançada. Daí a importância dos exames anuais depois dos 50 anos, principalmente se a pessoa é fumante ativa, fumante passiva, ou tem história de câncer na família.

Na opinião do radiologista de tórax Moacir Moreno Junior, do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, a tomografia computadorizada deve ser realizada em pacientes com histórico de tabagismo pesado, mas cabe ao clínico tomar essa decisão juntamente com o paciente, levando-se em consideração também outros fatores relacionados ao contexto clínico. Com uma experiência de análise de exames de mais de mil pacientes por ano com suspeita de câncer pulmonar, Moreno afirma que a tomografia computadorizada é um exame bastante eficiente na detecção e acompanhamento da doença.

“O exame possibilita uma visão em fatias milimétricas de todo o pulmão, permitindo detectar e medir as dimensões de um nódulo, sua posição e relação com as demais estruturas ao redor. A TC também pode ser utilizada, quando indicada, como alternativa para guiar biópsias de lesões pulmonares, que auxiliam a fazer o diagnóstico de tumores ainda em estágio inicial, aumentando as chances de cura”, diz o médico.
Mesmo quando o exame não identifica nenhum nódulo, isso não isenta o paciente de vir a desenvolver câncer pulmonar, principalmente se continuar com hábitos de risco – como o tabagismo. Por isso, Moreno diz que é fundamental a adoção de hábitos mais saudáveis. “É muito comum o paciente fumante deixar para consultar um médico somente na presença dos primeiros sintomas, quando a doença já está avançada. Trata-se de um erro grave, podendo comprometer as chances de cura e sobrevida do paciente”.

O especialista explica que tumores de localização pulmonar central podem provocar tosse, ronco e falta de ar. Já os que estão instalados no ápice pulmonar podem desencadear dores nos ombros e braços. Mas, há tumores de pequenas dimensões e tipos silenciosos de câncer que não dão sinais. Esses ou estão localizados em uma região mais periférica do pulmão, ou têm dimensões tão pequenas que ainda não produzem sintomas. É justamente nessa fase inicial que as chances de cura seriam maiores se a lesão tivesse sido detectada.



quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Pacientes jovens deveriam ser aconselhados a preservar a fertilidade

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), anualmente, há quase 15 milhões de novos casos de câncer no mundo todo e esse número deve atingir 21 milhões em 2030. A infertilidade é considerada um dos mais angustiantes efeitos colaterais de longo prazo do tratamento de câncer entre adolescentes e jovens adultos. Sendo assim, deveria haver um aconselhamento mais frequente no sentido de apresentar ao paciente – seja homem ou mulher – alternativas de preservar a fertilidade. Essa é a opinião de Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Fertilização Assistida e diretor do Grupo Fertility. “É importante que o próprio centro oncológico identifique os pacientes com maior risco de perder a fertilidade, os informe apropriadamente, e os oriente a buscar aconselhamento com especialistas em Medicina Reprodutiva. Uma vez superado o câncer, isso evitaria grande parte dos problemas para seguir normalmente com a vida e ter filhos.”

O especialista afirma, ainda, que essa preocupação vem ganhando cada vez mais força, já que as chances de cura do câncer aumentaram consideravelmente nas últimas décadas. “Tratamentos quimioterápicos e radioterápicos têm permitido taxas de sobrevivência em torno de 80% entre crianças e adolescentes. Por isso, a qualidade de vida após o tratamento é cada vez mais discutida e deve ser levada em consideração. Depois de superar o câncer, mais e mais jovens adultos se dão conta de que têm uma vida toda pela frente e se preocupam com a possibilidade de ter filhos. É natural, a essa altura, que o desejo principal seja levar uma vida mais próxima do que era antes da doença.”

O dano à função reprodutiva após tratamentos de tumores malignos é muito bem documentado. Iaconelli afirma que os danos podem ser transitórios ou permanentes, dependendo de variações na sensibilidade de cada pessoa ao tratamento. Recentemente, diversas estratégias de preservação da fertilidade desses pacientes foram desenvolvidas. Ainda assim, as técnicas disponíveis para crianças e adolescentes ainda são limitadas.

“A proteção do tecido germinativo através de hormônios pode ser uma alternativa para a preservação da fertilidade, por ser um tratamento simples e relativamente seguro. É ideal para pacientes jovens ou quando não há tempo para o estímulo ovariano antes do tratamento do câncer. Mas o método mais seguro para evitar a infertilidade como efeito colateral nesses casos é a criopreservação de gametas ou embriões – antes da terapia gonadotóxica. Contudo, a criopreservação de sêmen só é viável para pacientes em idade reprodutiva, sexualmente maduros. Já a criopreservação de embriões só é indicada no caso de pacientes do sexo feminino e que tenham uma amostra de sêmen disponível proveniente do parceiro ou de um doador”.

O especialista diz que, antes de considerar as opções disponíveis, a seleção do paciente é de extrema importância, já que os riscos variam de acordo com o câncer. “O nascimento de bebês saudáveis após o transplante de tecido germinativo descongelado tem aumentado a esperança de fertilidade para jovens pacientes com câncer, mas ainda há muita pesquisa e muito trabalho a ser feito”.


Fonte: Dr. Assumpto Iaconelli Junior, médico ginecologista, especialista em Medicina Reprodutiva, diretor do Grupo Fertility e do Instituto Sapientiae.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Depoimento - Sueli Folador

Eu tenho 43 anos, nenhum caso de câncer de mama na família. Tive uma filha aos 32 anos e amamentei por 2 anos.

Notei uma pequena retração na mama, perto do mamilo, e uma área mais espessada, engrossada, então fiz a mamografia, que acusou uma área suspeita de 5 cm e recomendou a biópsia. Fiz a ressonância magnética e a área apareceu como 7 cm. Não é um nódulo, é um espessamento, uma área que espessou nas glândulas mamárias. A biópsia mostrou um CARCINOMA LOBULAR INFILTRANTE CLÁSSICO.
É um câncer de mama que começa nas glândulas mamárias.

Como ele tem cerca 7 cm, e é um tipo que regride pouco de tamanho, vou fazer uma mastectomia, retirar toda a mama. Não é possível conservar a mama em tumores acima de 3 cm.

Não tenho gânglios (linfonodos aumentados) em baixo do braço, e em nenhum órgão, conforme exames de tomografia.

O fato de ele ser grande, no meu caso, não se deve necessariamente ao tempo de instalação dele, mas pela forma dele ser, esse espessamento (não nódulo), acaba engrossando uma área maior.

Estou confiante, farei a cirurgia dia 21 de janeiro e já vou colocar a prótese.

Agradeço as informações valiosas que tenho obtido, tanto no blog como na página do Facebook, dando força e muitas dicas nessa hora tão delicada!

Obrigada!

Sueli Folador




quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

'Bolinhas grudentas' podem matar células cancerígenas

O estágio mais perigoso - e frequentemente fatal - de um tumor é a metástase, quando ele se espalha pelo corpo.

Os resultados da pesquisa Cientistas na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveram nanopartículas que permanecem na corrente sanguínea e matam células do câncer ao ter contato com elas.

Os cientistas afirmam que o impacto do tratamento é "dramático", mas que "há muito trabalho a ser feito".

Um dos principais fatores da expectativa de vida após o diagnóstico de câncer é se o tumor se espalhou ou não.

"Cerca de 90% das mortes por câncer estão relacionadas com metástases", disse o professor Michael King, responsável pelo estudo.


Agentes

A equipe de Cornell criou nanopartículas que transportam a proteína Trail (que também significa "trilha"), que tem a capacidade de matar o câncer e já era utilizada em tratamentos experimentais, além de outras proteínas "grudentas".

Quando estas pequenas esferas eram injetadas no sangue, se agarravam aos leucócitos, ou células brancas.

Testes mostraram que na corrente sanguínea, os leucócitos "esbarravam" com as células cancerígenas que se desprendiam do tumor principal e viajavam pelo organismo.

Mas as células de câncer morriam em contato com a proteína Trail, grudada nas células brancas.

"Os dados mostram um efeito dramático: não é só uma pequena mudança no número de células de câncer", disse King à BBC.

"Os resultados na verdade são extraordinários, em sangue humano e em camundongos. Após duas horas de fluxo sanguíneo, elas (as células do tumor) desintegraram-se literalmente."

King acredita que as nanopartículas poderão ser usadas antes da cirurgia ou da radioterapia, que podem resultar em células se desprendendo do tumor principal.

O tratamento também poderia ser usado em pacientes com tumores muito agressivos, para prevenir que eles se espalhem.

No entanto, ainda é necessário realizar diversos testes de segurança em camundongos e animais maiores para que aconteça um teste clínico em humanos.

"Há muito trabalho a fazer. Ainda é preciso fazer muitas descobertas antes de que isto possa beneficiar os pacientes", afirmou King.

Até agora, os dados indicam que o sistema não tem um "efeito dominó" no sistema imunológico e não danifica outras células sanguíneas ou o revestimento dos vasos sanguíneos.


Células de câncer Hela | Foto: AP


Fonte: BBC

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Novo tratamento pode eliminar o câncer de pâncreas em uma semana

Após identificarem como funciona a barreira protetora que circunda os tumores, os cientistas desenvolveram uma droga que consegue rompê-la, permitindo que o sistema imunológico do corpo mate as células cancerígenas.

Testes iniciais do tratamento - que consiste em doses do medicamento combinadas com uma substância que potencializa a ação das células de defesa do organismo - resultaram na eliminação quase total do câncer em camundongos em seis dias.

As conclusões foram divulgadas na Cliquepublicação científica americana PNAS. De acordo com a Universidade de Cambridge, é a primeira vez que se consegue um resultado como este é conseguido em pesquisas sobre o câncer de pâncreas.

O tratamento também poderia ser usado em outros tipos de tumores sólidos - como em casos de câncer de pulmão e câncer de ovário - caso seja bem sucedido.

O câncer de pâncreas, um dos mais letais, é a oitava causa mais comum de mortes por câncer no mundo. Ela afeta homens e mulheres igualmente e é mais frequente em pessoas com idade acima dos 60 anos.

De acordo com o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, a doença matou mais de 7.700 pessoas no Brasil em 2011.

Ultrapassando o escudo

A nova pesquisa, liderada pelo professor Douglas Fearon, observou que a barreira em volta das células do câncer é formada pela proteína quimiocina CXCL12, que é produzida por células especializadas do tecido conjuntivo - responsável por unir e proteger os outros tecidos.

A proteína envolve as células do câncer e forma uma espécie de escudo contra as células T - que fazem parte do sistema de defesa do organismo.

O novo tratamento impede que as células T interajam com a proteína CXCL12. Desta forma, o "escudo" deixa de funcionar e as células conseguem penetrar no tumor.

"Ao permitir que o corpo use suas próprias defesas para atacar o câncer, esta solução tem o potencial de melhorar muito o tratamento de tumores sólidos", disse Fearon.

De acordo com a Universidade de Cambridge, ainda não há data para testes clínicos em seres humanos.

Por apresentar poucos sintomas em seus estágios iniciais, o câncer pancreático costuma ser diagnosticado somente em estágio mais avançado.

O fundador da Apple, Steve Jobs, e o ator americano Patrick Swayze estão entre as vítimas famosas da doença.


Células cancerígenas do pâncreas antes e depois | Foto: Douglas Fearon / Universidade de Cambridge


Fonte: BBC

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Câncer ósseo tem diagnóstico tardio

A desinformação sobre os sintomas, inclusive do médico do serviço de atenção básica à saúde, tem dificultado o diagnóstico precoce do câncer ósseo. Apesar disso, são notórios os avanços conquistados pela especialidade a partir da década de 70, quando a forma mais recomendada para o tratamento eram as amputações.

Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB), em 2012 o estado registrou 615 casos de internações por neoplasia maligna do osso ou cartilagem articular, desses, 515 casos somente em Salvador.

A Sociedade Brasileira de Cancerologia estima que surjam, a cada ano, 2,7 mil novos casos de câncer ósseo. A doença pode ser primária ou secundária, quando tem origem de metástase de outros órgãos.

Segundo a médica Flávia Nogueira, da oncologia pediátrica do Grupo de Apoio a Criança com Câncer (GACC), os tumores ósseos são mais frequentes na adolescência.

Podem ser do tipo osteossarcomas - tumor maligno que se propaga rapidamente para os pulmões e, com menos frequência, para outros órgãos - e pelos tumores da família Ewing - conjunto de doenças de células neuroectodérmicas (grupo de células embrionárias) primitivas que constituem 6% de todos os tumores ósseos malignos primários.

"O osteossarcoma corresponde a 2,6% de todos os cânceres da infância e adolescência e os tumores da família Ewing representam aproximadamente 4%", explica. O diagnóstico é feito através de biópsia da lesão. O tratamento é feito com quimioterapia, cirurgia e, nos casos dos tumores Ewing, pode ser necessário o uso da radioterapia.

Avanços


O câncer ósseo ainda é pouco conhecido pela população, assim como seus sintomas, contudo, são notórios os avanços conquistados pela especialidade. "Nos últimos 20 anos, avançamos muito no tratamento. O uso de próteses modulares não convencionais tem assegurado sobrevida e maior qualidade na recuperação dos movimentos", assegura o precursor dos estudos em cancerologia ortopédica na Bahia, o médico Alex Guedes.

A divulgação de informações sobre a doença é precária o que prejudica a formação dos médicos e o diagnóstico precoce. Coordenador do Serviço de Cirurgia do Tecido Ósseo e Conectivo do Hospital Aristides Maltez e do Grupo de Oncologia Ortopédica do Hospital Santa Izabel, Alex Guedes, afirma que em muito dos casos a ausência de diagnostico é resultante de descuido do paciente que não dá importância ao sintoma da dor.

GACC

"Caso contrário, a doença teria mais chances de cura com a detecção precoce", explica. O problema é agravado na Bahia onde faltam centros especializados no tratamento do câncer ósseo acessíveis à comunidade em geral.

Para operacionalizar um tratamento desse tipo é necessário "uma equipe multidisciplinar e hospitais com os recursos para realizar os tratamentos como a radioterapia, quimioterapia, entre outros recursos necessários", diz Guedes.

Em Salvador, o GACC é um dos poucos centros especializados no tratamento de câncer que dispõe de estrutura multidisciplinar de atendimento a crianças.

Serviços

O grupo tem cunho filantrópico e oferece aos pacientes carentes hospedagem, transporte, alimentação, serviço social, atendimento odontológico, psicológico, terapia ocupacional, orientação nutricional, além de fornecer cesta básica para os pacientes em tratamento, bem como órtese e prótese.

"No caso dos tumores ósseos há uma particularidade: a possibilidade de mutilação quando o diagnóstico é dado tardiamente. Isso causa grande impacto e desorganização familiar", diz Flávia Nogueira.

A oncologista chama atenção para o fato de que o suporte da equipe que acompanha o paciente deve ser multidisciplinar. "Fazer parte do fluxo de atendimento dessas crianças e adolescentes é uma lição de vida diária, pela coragem e solidariedade na qual enfrentam a doença e o seu tratamento", comenta.

"Eles nos ensinam, com dor e sofrimento, a enfrentar dificuldades e nos fazem lembrar que mais importante que curar é cuidar", completa. Para Alex Guedes, a falta de atenção do estado para com o câncer ósseo é notória, sendo que esta afirmação pode ser constatada quando se olha para o inexpressivo número de especialista na área. "A invisibilidade da doença dificulta o diagnóstico, afirma.

Formação

"Esse é um ponto negativo e influencia diretamente nos resultados dos tratamentos", alerta. No entanto, o médico acredita que a situação melhorou bastante.
"Minha perspectiva é dar continuidade ao processo de formação de novos especialistas para tratar o câncer de osso. De 1993 até 2013 já formamos 25 turmas de residentes especializados câncer de osso". As especializações foram oferecidas no Hospital das Clinicas e no Hospital Santa Izabel, onde ele atua.

Os hospitais Aristides Maltez, Santa Izabel, Instituto Baiano do Câncer e Clínicas oferecem serviço especializado.


Fonte: A Tarde