Dados do Instituto Nacional do Câncer revelam aumento de 2% ao ano na incidência mundial de câncer de pulmão – sendo o tipo mais comum da doença, altamente letal e ainda uma das principais causas de morte evitáveis, já que em 90% dos casos está associada ao tabagismo. Estimativas apontam para mais de 27 mil novos casos da doença em 2014 (60% homens, 40% mulheres). Tosse, falta de ar, presença de sangue no catarro, dor no peito e nos ombros são alguns dos sintomas mais comuns, principalmente quando associados à perda de peso. Mas esse tipo de câncer, quando dá sinais, geralmente está em fase avançada. Daí a importância dos exames anuais depois dos 50 anos, principalmente se a pessoa é fumante ativa, fumante passiva, ou tem história de câncer na família.
Na opinião do radiologista de tórax Moacir Moreno Junior, do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, a tomografia computadorizada deve ser realizada em pacientes com histórico de tabagismo pesado, mas cabe ao clínico tomar essa decisão juntamente com o paciente, levando-se em consideração também outros fatores relacionados ao contexto clínico. Com uma experiência de análise de exames de mais de mil pacientes por ano com suspeita de câncer pulmonar, Moreno afirma que a tomografia computadorizada é um exame bastante eficiente na detecção e acompanhamento da doença.
“O exame possibilita uma visão em fatias milimétricas de todo o pulmão, permitindo detectar e medir as dimensões de um nódulo, sua posição e relação com as demais estruturas ao redor. A TC também pode ser utilizada, quando indicada, como alternativa para guiar biópsias de lesões pulmonares, que auxiliam a fazer o diagnóstico de tumores ainda em estágio inicial, aumentando as chances de cura”, diz o médico.
Mesmo quando o exame não identifica nenhum nódulo, isso não isenta o paciente de vir a desenvolver câncer pulmonar, principalmente se continuar com hábitos de risco – como o tabagismo. Por isso, Moreno diz que é fundamental a adoção de hábitos mais saudáveis. “É muito comum o paciente fumante deixar para consultar um médico somente na presença dos primeiros sintomas, quando a doença já está avançada. Trata-se de um erro grave, podendo comprometer as chances de cura e sobrevida do paciente”.
O especialista explica que tumores de localização pulmonar central podem provocar tosse, ronco e falta de ar. Já os que estão instalados no ápice pulmonar podem desencadear dores nos ombros e braços. Mas, há tumores de pequenas dimensões e tipos silenciosos de câncer que não dão sinais. Esses ou estão localizados em uma região mais periférica do pulmão, ou têm dimensões tão pequenas que ainda não produzem sintomas. É justamente nessa fase inicial que as chances de cura seriam maiores se a lesão tivesse sido detectada.
Fonte: Diário do Litoral
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