quarta-feira, 15 de abril de 2015

Alterações nos genes BRCA 1 e BRCA 2 não devem ser considerados diagnósticos para câncer de ovário

A atriz americana Angelina Jolie fez uma cirurgia para retirar seus ovários devido à presença de alterações nesses dois genes. Especialista do Centro de Genomas - laboratório referência no estudo genético - afirma, entretanto, que outros fatores e genes devem ser avaliados também e, portanto, não há motivo para desespero.

A norte-americana Angelina Jolie (39 anos) anunciou que se submeteu a uma cirurgia preventiva para retirar os ovários e as trompas de Falópio, dois anos após uma dupla mastectomia também preventiva, cujo objetivo é a remoção completa da mama. A atriz disse em um artigo publicado no jornal "New York Times" que perdeu a mãe, a avó e uma tia em decorrência do câncer. A atriz recorreu à cirurgia depois que um mapeamento genético mostrou mutação no gene BRCA 1 - que representa um risco de 87% de desenvolvimento de câncer de mama e 50% de sofrer câncer de ovário.

Vale explicar que o DNA é formado por genes - segmentos que contêm informações sobre as características de cada pessoa, como a cor dos olhos, cabelos, altura e a pré-disposição a desenvolver determinadas patologias ao longo da vida. Os genes BRCA 1 e BRCA 2, desta forma, estão envolvidos nos mecanismos de reparo das células e, portanto, agem como "supressores" do desenvolvimento de tumores. A Dra. Michelle Vilhena, Médica Patologista do Centro de Genomas® - que é referência no Brasil em exames genéticos - confirma que, quando um deles perde a sua "capacidade protetora", o indivíduo fica vulnerável ao aparecimento de tumores malignos, como o câncer de mama, de ovário e câncer de próstata.

"Do total de casos de pacientes com câncer de mama e ovário, de 5 a 10% são hereditários. A suscetibilidade hereditária aos cânceres de mama e ovário é causada principalmente por mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2. O modo de transmissão é autossômico dominante, quer dizer, as mutações nesses genes podem ser passadas de uma geração para outra, o que explica a existência de famílias com história de câncer de mama, ovário e outros cânceres, como próstata e de intestino grosso", comenta a médica. Porém, a especialista alerta que esses marcadores não são determinantes à doença.

Pré-disposição não é diagnóstico

Atualmente, existem testes para identificar a presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA 2 (realizados pelo próprio Centro de Genomas®), o que ajuda a identificar de forma precoce - e quando há indicação - as mulheres mais susceptíveis aos cânceres de mama e ovário, como fez a atriz norte-americana. No entanto, nas mulheres que não apresentam câncer de mama ou ovário, a especialista afirma que esses marcadores genéticos - quando presentes - não indicam a certeza do surgimento do câncer, apenas indicam um risco aumentado de desenvolver a doença. Outros exames complementares e fatores ambientais aos quais o paciente está submetido devem ser levados em conta, assim como, mesmo que não haja alterações nesses genes, não significa que o paciente não possa vir a desenvolver um câncer.

"Outros genes devem ser analisados também como, por exemplo, o P53, CHECK2, ATM e PTEN. Esses genes também estão associados com o risco de desenvolvimento de câncer de mama. Dessa forma, é de grande importância a realização de um aconselhamento genético durante a investigação de alterações no BRCA 1 no BRCA 2, assim como em todos esses genes", afirma a médica.

Segundo diretrizes da NCCN (National Comprehensive Cancer Network), estudos dos genes BRCA1 e BRCA2 devem ser indicados para pacientes com:
*Diagnóstico de câncer de mama antes dos 45 anos;
*Diagnóstico de câncer de mama antes dos 50 anos com um familiar com câncer de mama antes de 50 anos ou um familiar com câncer de ovário em qualquer idade;
*Dois casos primários de câncer de mama, sendo o primeiro diagnosticado antes dos 50 anos;
*Diagnóstico de câncer de mama em qualquer idade com dois familiares próximos com câncer de mama ou ovário;
*Diagnóstico de câncer de mama em qualquer idade com familiar próximo do sexo masculino com câncer de mama;
*Diagnóstico de câncer de ovário em qualquer idade;
*Paciente do sexo masculino com câncer de mama em qualquer idade;
*População com risco aumentado (Judeus Ashkenazi).

Fonte: Holding Comunicação

terça-feira, 7 de abril de 2015

Anvisa aprova medicamento que aumenta sobrevida em pacientes com um tipo de leucemia crônica

GAZYVA® demonstrou 53% de redução no risco de morte em pacientes com leucemia linfocítica crônica, se comparado ao tratamento apenas com quimioterapia;

Medicamento é o primeiro aprovado pela FDA, agência regulatória americana, com o selo de liberação prioritária devido à eficácia (Breakthrough Therapy Designation) para leucemia linfocítica crônica e pertence a uma nova classe de biológicos indicado para tratamento da doença.

Pessoas diagnosticadas com leucemia linfocítica crônica (LLC), a forma mais comum de leucemia em adultos e um tipo de câncer no sangue que envolve os linfócitos (glóbulos brancos que ajudam a combater infecções), terão uma nova opção de tratamento no Brasil: o GAZYVA® (obinutuzumabe). O medicamento acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Fabricada pela Roche, trata-se da primeira droga em uma nova classe de biológicos indicada para o tratamento de LLC em pacientes não tratados previamente, com comorbidades (outras doenças associadas) e inelegíveis a fludarabina.

A aprovação de GAZYVA® (obinutuzumabe) é baseada no estudo CLL 11 de fase III, que apresentou resultados positivos: o medicamento aumentou em 13,8 meses a sobrevida livre de progressão da doença, em comparação com MabThera® (rituximabe)¹, e em 18,8 meses em comparação com clorambucil (um tipo de quimioterapia). Além disso, reduziu as chances de risco de morte em 53% quando comparado apenas à terapia com clorambucil¹. Os dados da pesquisa clínica, que contou com cerca de 780 pacientes no mundo, foram publicados pela revista científica internacional Leukemia.

Esperado pela classe médica brasileira, GAZYVA® (obinutuzumabe) é um anticorpo monoclonal modificado por glicoengenharia, que atua em conjunto com o sistema imunológico e ataca as células que possuem certos marcadores na superfície. Associado às células de defesa do organismo, essa molécula potencializa a capacidade de provocar a morte das células cancerosas.

Já aprovado pelos principais órgãos regulatórios mundiais, como Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, e European Medicines Agency (EMA), na Europa, o medicamento recebeu o título de “Descoberta do Ano” por seu mecanismo de ação inovador, concedido pela Sociedade Britânica de Farmacologia (BPS).

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a LLC representa mais de 30% de todos os tipos de leucemias, sendo 70% dos casos em adultos. Aproximadamente 95% das pessoas diagnosticadas têm mais de 50 anos. Pacientes com a doença apresentam linfócitos anormais, que se acumulam no sangue e na medula óssea. Ao longo do tempo, estas células anormais se aglomeram sobre as células saudáveis e o resultado é a diminuição de glóbulos brancos normais, vermelhos e plaquetas. Isto leva a problemas como infecção, anemia, excesso de hematomas e sangramento. Linfócitos anormais também podem se acumular nos gânglios linfáticos, fígado, ou baço, ocasionando inchaço destes órgãos.

Fonte: Imagem Corporativa

terça-feira, 31 de março de 2015

Aspirina pode reduzir o risco de morte pelo câncer de próstata de alto risco

Em recente análise de um grande banco de dados de uma clínica, o uso da aspirina foi associado à queda de 57% dos casos de morte pelo câncer de próstata entre os homens diagnosticados com esse tipo de câncer não metastático. No entanto, a informação sobre essa associação ainda é limitada.

A análise incluiu homens diagnosticados com câncer de próstata não metastático entre a inscrição no Cancer Prevention Study - II Nutrition Cohort em 1992 ou 1993 e junho de 2009. O uso de aspirina foi relatado no início do estudo, em 1997, e depois a cada dois anos.

Durante o acompanhamento ao longo de 2010, houve 441 mortes por câncer de próstata entre 8.427 casos desse tipo de câncer com a informação do uso de aspirina ao rastreio e 301 mortes entre 7.118 casos de câncer de próstata com a informação do uso de aspirina pós-diagnóstico.

"Como o uso de aspirina foi benéfico nos pacientes com tumores de alto risco, os quais também estão associados a fatores de risco cardiovasculares, há a possibilidade de haver interação entre a prevenção de doenças relacionadas ao coração e à próstata", explica o urologista do Instituto do Câncer de São Paulo e do Hospital Sírio Libanês, Daher Chade.

Em comparação com a não utilização de aspirina, nem o rastreio nem o uso diário de aspirina pós-diagnóstico foram estatisticamente significantes se associados ao câncer de próstata não metastático.

Em relação ao rastreio, a taxa de risco multivariada ajustada foi de 0,92, sendo que o uso pós-diagnóstico foi de 0,98. No entanto, entre os homens diagnosticados com câncer de alto risco, o uso diário pós-diagnóstico de aspirina foi associado com menor câncer de próstata não metastático, sendo que a taxa de risco multivariada ajustada foi de 0,60, não havendo diferença clara por dose (baixa dose, geralmente 81 mg por dia, a taxa foi de 0,50 e com dose mais elevada, a taxa foi de 0,73).

O estudo randomizado de aspirina entre os homens diagnosticados com câncer de próstata não metastático foi recentemente financiado. Publicado pelo Journal Of Clinical Oncology, os resultados sugerem que quaisquer outros ensaios clínicos que abordem essa questão devem priorizar os homens que se inscrevem com cânceres de alto risco e que não precisem utilizar doses elevadas de aspirina.

Fonte: Time Comunicação

terça-feira, 24 de março de 2015

Arlete Salles apoia campanha Para Todas as Marias por tratamentos contra o câncer de mama avançado

Atriz adere à iniciativa idealizada pela a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA)

A atriz Arlete Salles, que enfrentou recentemente o tratamento de câncer de mama, resolveu se engajar publicamente no combate à doença. Com uma participação especial, Arlete aderiu à campanha “Para Todas as Marias - Direitos Iguais no Tratamento do Câncer de Mama”, que visa garantir o direito igualitário aos tratamentos para o câncer de mama avançado no Brasil, tipo de câncer mais incidente entre mulheres na atualidade, depois do câncer de pele não melanoma.

Em depoimento exclusivo publicado na página oficial da campanha (www.paratodasasmarias.com.br), a atriz declara, sobre as dificuldades encaradas pelas pacientes, que “além de enfrentar o problema, a mulher tem que lutar por tratamento igualitário, justo no momento mais crítico da doença, quando ela está mais fragilizada do que nunca”.  O site da campanha traz uma petição pública online (http://goo.gl/ZgFydB), que hoje já tem mais de 5 mil assinaturas, na qual a FEMAMA convoca o público a se envolver com o tema. Outra plataforma digital, o Facebook (www.facebook.com/paratodasasmarias) conta com 40 mil curtidores.

Cenário do câncer de mama avançado no Brasil

O câncer de mama ainda é um grave problema de saúde pública. Segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU), cerca de metade das usuárias do SUS diagnosticadas no país, em 2010, apresentava a doença em estágio avançado. A cura depende da agilidade do diagnóstico e do tratamento. No caso de metástase, quando o quadro já está mais avançado, as chances são menores e o índice de óbitos chega aos 90%. O tratamento para câncer metastático tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida e promover o controle de sintomas por toda a vida da paciente.

Medicamentos modernos permitem prolongar o tempo de vida sem progressão da doença e oferecem menos efeitos adversos, postergando a necessidade de quimioterapia e, dessa forma, possibilitando uma vida com mais qualidade para mulheres que enfrentam a doença neste estágio. Estes medicamentos, no entanto, apesar de inclusos na cobertura dos planos de saúde, não estão disponíveis na rede pública para mulheres com câncer de mama metastático. Há mais de uma década nenhum novo tratamento é oferecido na rede pública para essas pacientes.

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), somente em 2015, o Brasil deve registrar 57 mil novos casos de câncer de mama.

 Fonte: Tino Comunicação

terça-feira, 17 de março de 2015

Clínicas médicas móveis são alternativas para aumentar o número de exames de mamografias no Brasil

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apenas 25% das mulheres com mais de 50 anos fazem exames de mamografia. Nesse cenário de alerta, em que o País contabiliza quase 60 mil novos casos de câncer de mama a cada ano, a Truckvan, empresa especializada em soluções sobre rodas, desenvolveu unidades móveis de Saúde da Mulher para iniciativas privada e governamental com o objetivo de aumentar o número de mamografias nessa faixa etária e conscientizar a população sobre a rotina de prevenção à doença.

“As carretas funcionam como clínicas médicas móveis e levam informação e atendimento para comunidades que não têm acesso a médicos e hospitais, evitando o deslocamento e o gasto no orçamento das famílias”, destaca Alcides Braga, sócio-diretor da Truckvan.

Cada unidade móvel possui equipe especializada composta por médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem e é preparada para realizar 50 mamografias, 50 ultrassonografias e 50 coletas de exames preventivos de câncer de colo do útero por dia, garantindo agilidade na realização e entrega do resultado do exame para detectar a doença, podendo aumentar em 90% as chances de cura da paciente.

Desde 2012, 22 unidades itinerantes da Truckvan realizaram mais de 350 mil exames de mamografias no Distrito Federal (DF), Minas Gerais (MG), Tocantins (TO) e nas cidades de Manaus (AM) e Maceió (AL).

Números:
No Distrito Federal, quatro ’Carretas da Mulher’ já realizaram, desde março de 2012, 80.274 mamografias.

Em Minas Gerais, 10 unidades móveis entregues para o Programa Estadual do Controle do Câncer, da Secretaria de Estado de Saúde, já realizaram, desde outubro de 2012, 196.553 exames de mamografias.

Na cidade de Manaus (AM), a Secretaria Municipal de Saúde conta com quatro unidades móveis de Saúde da Mulher. Segundo o gerente do Programa Saúde Manaus Itinerante, William Terra, as carretas já realizaram, no período de 2012 a 2014, 43.029 exames de mamografias.

Em Tocantins, três carretas do programa Saúde Cidadã, Saúde da Mulher, do governo do estado, chegaram à marca de 32.686 exames de mamografias no período de maio de 2013 a novembro de 2014.

Já em Maceió, uma Carreta da Mulher foi entregue para a Secretaria Municipal de Saúde em janeiro de 2014 e realizou 3.720 exames de mamografias.

Fonte: RS Press