Em recente análise de um grande banco de dados de uma clínica, o uso da aspirina foi associado à queda de 57% dos casos de morte pelo câncer de próstata entre os homens diagnosticados com esse tipo de câncer não metastático. No entanto, a informação sobre essa associação ainda é limitada.
A análise incluiu homens diagnosticados com câncer de próstata não metastático entre a inscrição no Cancer Prevention Study - II Nutrition Cohort em 1992 ou 1993 e junho de 2009. O uso de aspirina foi relatado no início do estudo, em 1997, e depois a cada dois anos.
Durante o acompanhamento ao longo de 2010, houve 441 mortes por câncer de próstata entre 8.427 casos desse tipo de câncer com a informação do uso de aspirina ao rastreio e 301 mortes entre 7.118 casos de câncer de próstata com a informação do uso de aspirina pós-diagnóstico.
"Como o uso de aspirina foi benéfico nos pacientes com tumores de alto risco, os quais também estão associados a fatores de risco cardiovasculares, há a possibilidade de haver interação entre a prevenção de doenças relacionadas ao coração e à próstata", explica o urologista do Instituto do Câncer de São Paulo e do Hospital Sírio Libanês, Daher Chade.
Em comparação com a não utilização de aspirina, nem o rastreio nem o uso diário de aspirina pós-diagnóstico foram estatisticamente significantes se associados ao câncer de próstata não metastático.
Em relação ao rastreio, a taxa de risco multivariada ajustada foi de 0,92, sendo que o uso pós-diagnóstico foi de 0,98. No entanto, entre os homens diagnosticados com câncer de alto risco, o uso diário pós-diagnóstico de aspirina foi associado com menor câncer de próstata não metastático, sendo que a taxa de risco multivariada ajustada foi de 0,60, não havendo diferença clara por dose (baixa dose, geralmente 81 mg por dia, a taxa foi de 0,50 e com dose mais elevada, a taxa foi de 0,73).
O estudo randomizado de aspirina entre os homens diagnosticados com câncer de próstata não metastático foi recentemente financiado. Publicado pelo Journal Of Clinical Oncology, os resultados sugerem que quaisquer outros ensaios clínicos que abordem essa questão devem priorizar os homens que se inscrevem com cânceres de alto risco e que não precisem utilizar doses elevadas de aspirina.
Fonte: Time Comunicação
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