quinta-feira, 29 de novembro de 2012

SP reduz incidência dos 7 principais tipos de câncer


A cidade de São Paulo teve redução da incidência dos sete tipos de câncer mais comuns na população, entre os quais pulmão, cólon e reto, colo de útero, estômago e mama, aponta levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgado ontem, Dia Nacional de Combate ao Câncer. É o primeiro estudo de tendência com base nos dados coletados pelos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP). O trabalho avaliou dez capitais e a cidade de Jaú (SP), que tinham pelo menos oito anos de série histórica. No caso de São Paulo, os dados foram registrados entre 1997 e 2008.

Para a maioria das cidades, o estudo aponta aumento de casos de câncer de mama, cólon e reto, próstata e pele não melanoma. Mas há tendência de redução dos cânceres de estômago, colo de útero e pulmão. Para os pesquisadores do Inca, a situação se explica pelas melhores condições ambientais e sanitárias, queda acentuada no tabagismo e acesso a exames preventivos.

"Nem todo tipo de câncer permite ação profilática e preventiva, mas o câncer de colo de útero, que já foi o de maior incidência nos anos 1980, é altamente evitável e curável. Houve um esforço para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, que começa a produzir resultados e pela primeira vez se percebe uma tendência à redução", diz o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini. As maiores reduções de incidência desse tipo de câncer ocorreram em Curitiba (-9,4%), São Paulo (-7,4%) e Palmas (-7,3%).

O diretor-geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, Paulo Hoff, afirma que, embora seja importante comemorarmos os bons resultados, o número absoluto de casos de câncer continua aumentando - são esperados cerca de 518 mil novos casos neste ano.

"A luta não está ganha, mas o estudo mostra que é possível obtermos avanços. Investimentos na prevenção podem trazer retorno para a sociedade", afirma. Para ele, a geração de dados da realidade brasileira é fundamental. "É preciso entender as características dos tumores que atingem a nossa população."

A mortalidade por câncer de pulmão em homens caiu na maioria das cidades. Mas o fenômeno não se repete entre as mulheres. O coordenador-geral de Prevenção e Vigilância do Inca, Claudio Noronha, lembra que o câncer de pulmão leva de 20 a 30 anos para aparecer. "As ações de controle do tabagismo, iniciadas há duas décadas no País, já começaram a surtir efeito na incidência, mas ainda não chegaram à mortalidade. Entre as mulheres, a tendência ainda é de aumento, porque elas começaram a fumar cerca de 20 anos após os homens."

O oncologista Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C. Camargo, lembra que a queda de incidência e mortalidade do câncer de pulmão vem sendo registrada em todo mundo como consequência das estratégias antitabagistas. "Se tirássemos o tabagismo, o câncer de pulmão não existira ou seria raro", afirma Gross, destacando que este é tipo de tumor que mais mata no mundo. São 1,5 milhão de mortes por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).


Metodologia
O estudo se baseou nos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), serviço que faz uma busca ativa pelos casos de câncer diagnosticados em hospitais, laboratórios e centros de imagem públicos e privados. Das capitais brasileiras, apenas cinco não têm o serviço - Rio de Janeiro, Maceió, Rio Branco, Macapá e Porto Velho.

Para calcular as estimativas de novos casos do Rio, o Inca parte dos dados de mortalidade e considera que o perfil dos pacientes da capital fluminense é semelhante aos de São Paulo, Vitória e Belo Horizonte, locais onde o registro está em funcionamento. A Secretaria de Saúde do Rio informou que desde o início do ano vem "construindo um projeto de trabalho com a Fundação do Câncer para aprimorar a atenção oncológica do Estado". O programa, para os próximos dez anos, inclui o RCBP. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.


Fonte: Diário do Grande ABC

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cabeça no lugar para lutar contra o câncer de mama


Trabalhar a mente para aliviar e curar as dores do corpo. A série de reportagens especiais de O DIA sobre câncer de mama trata hoje da importância de um acompanhamento psicológico para as pacientes que são diagnosticadas com câncer de mama.

“Acolhemos a mulher em um momento de grande confusão. Ela acabou de ser impactada pela notícia e, rapidamente, começa a fazer o tratamento. Nosso trabalho é ajudá-la emocionalmente a encarar essa nova realidade e, em seguida, enfrentar mudanças que a abalam muito, como queda de cabelo e retirada dos seios”, resume a psico-oncologista Laura Campos, 35 anos, do COI — Clínicas Oncológicas Integradas.

O trabalho junto à família também é fundamental, afinal, a doença tem grande influência sobre as pessoas que convivem com a paciente. “Já atendi casos em que a mulher estava de casamento marcado e descobriu ter a doença. Quando elas são casadas, também conversamos com os maridos. São eles que vão acompanhar todo o processo e, muitas vezes, a relação fica abalada. Algumas uniões terminam mesmo porque eles têm dificuldade de aceitar aquela nova condição em que sua companheira está cheia de limitações”, explica Laura. “Mas em muitas histórias eles são parceiros maravilhosos”, destaca.

A psico-oncologista Paula Ângelo, do CON (Centro Oncológico de Niterói), que há 15 anos trata esses casos, complementa: “Em grande parte a mulher está em idade sexual ativa e a primeira ideia é de que o câncer veio para acabar com tudo. Nosso papel é convencê-la de que a história pode ser diferente. Uniões estáveis não costumam ter fim por causa de um câncer”, avisa Paula.

Não são raros ainda os exemplos de mulheres que têm preconceito em relação a esse acompanhamento psicológico. “Muita gente ainda acha que psicólogo é coisa pra gente maluca”, confirma Paula Ângelo. “No entanto, quando a pessoa se abre para esse apoio, notamos que a evolução da doença acontece de maneira bem menos dolorosa”, conclui.

Apesar de algumas instituições realizarem esse tipo de trabalho com terapias em grupo, o que se nota é que as pacientes têm uma resistência em dividir suas histórias. “As mulheres preferem ser tratadas individualmente. Não querem se expor. Enquanto a família quer dividir e trocar experiências. Temos que saber respeitar isso”, pondera Laura Campos.

Profissional de uma clínica particular, ela frisa que o sistema público de saúde oferece também esse tipo de apoio com muita qualidade. “Felizmente, os serviços oferecidos pelos hospitais públicos e particulares nessa área são bem similares, com profissionais muito capacitados”, resume.

‘A ajuda psicológica foi essencial’

“Quando recebi a notícia de que tinha câncer de mama, não conseguia pensar em mais nada. Não bastava o apoio do marido, das duas filhas. Eu não queria falar com ninguém, muito menos aceitar ajuda de uma psicóloga, uma pessoa que eu nem conhecia. Mas a partir da segunda sessão, as reflexões começaram. Passei a perceber que poderia viver paralelamente à doença, valorizar as pessoas que me amavam e, com elas, buscar fazer as coisas que sempre me deram prazer. Ver um bom filme, programas corriqueiros. A ajuda psicológica foi essencial para concluir que o câncer era apenas um aspecto da minha vida e eu não poderia deixar de fazer todo o resto para me entregar a isso. Hoje já fiz a reconstrução dos seios, estou bem, mas continuo com minha psicóloga para entender isso que aconteceu comigo e tudo o que vem pela frente”. Elizabeth Moura, bancária, 51 anos.


Fonte: IG

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

“Tudo o que você precisa saber para vencer a celulite e ficar de bem com o seu corpo”



Nesta quinta-feira, dia 22/11, a nossa querida Vera Golik estará na Livraria da Vila divulgando seu livro, “Tudo o que você precisa saber para vencer a celulite e ficar de bem com o seu corpo”, que está na sua segunda edição, ampliada e atualizada.

 
O lançamento será das 18h30 às 21:30 na Livraria da Vila, localizada na Alameda Lorena, 1731.
Quem puder comparecer e prestigiar a nossa querida Vera será muito bem-vindo!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A era dos tratamentos inteligentes contra o câncer


A estratégia para superar esse inimigo mudou nas últimas décadas. Até os anos 1990, os médicos basicamente bombardeavam o câncer com as tradicionais quimio, radio e hormonioterapia ou tentavam extirpá-lo por meio de cirurgias. Esses tratamentos, embora ainda sejam fundamentais na batalha, causam baixas expressivas no organismo por atingirem tanto o vilão da história como o tecido sadio, o que sempre traz complicações. No entanto, com um conhecimento cada vez maior nesse front, surgiu um conceito inovador: em vez de golpear o adversário diretamente, por que não tornar as tropas do próprio corpo mais eficazes contra ele, e apenas ele?

Essa tática inusitada ganhou destaque e avança a passos largos. Prova disso é o aparecimento do ipilimumabe, fármaco já aprovado nos Estados Unidos - e que deve desembarcar no Brasil nos próximos meses - para tratar o melanoma, um tipo extremamente agressivo de tumor de pele. "As células cancerosas, apesar de possuírem alterações, têm semelhanças com as saudáveis, e isso faz com que o sistema imunológico não as veja como ameaça. O ipilimumabe tira o freio das nossas defesas, deixando-as propensas a identificar e atacar a doença", esclarece Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde parte das pesquisas com a droga foram realizadas, e autor do livro Como Superar o Câncer, publicado por SAÚDE. "A utilização dela aumentou em quatro meses a sobrevida dos pacientes. E isso é apenas uma média. Há casos em que o tempo foi significativamente superior", ressalta Hoff.

Por atuar nos glóbulos brancos, em tese o remédio deixaria o organismo mais preparado para debelar outros cânceres além do melanoma. "A lógica realmente faz sentido, mas são necessários estudos para corroborar essa teoria", avisa o oncologista Ricardo Caponero, da Clínica de Oncologia Médica, na capital paulista. O fato é que o medicamento se mostrou eficiente e, acima de tudo, foi bem tolerado por quem recebeu suas doses.

O ipilimumabe é um anticorpo monoclonal, unidade de defesa feita em laboratório que age em moléculas específicas no exterior de uma célula. "A diferença é que a nova droga atua diretamente no sistema imune, enquanto as outras da mesma classe se ligam ao câncer para avisar que ele está ali e deve ser exterminado", diferencia Caponero. Acontece que, antes de criar essas armas teleguiadas, é preciso achar alvos, ou melhor, antígenos onde elas possam fazer seu trabalho. "E cada tipo de tumor tem antígenos únicos", diz a radioterapeuta Deborah Kuban, diretora do MD Anderson Cancer Center, nos Estados Unidos.

Em outras palavras, a luta contra esse mal tende a ficar mais individualizada, porque os medicamentos começam a agir, de maneira bem eficaz, em mecanismos restritos a poucas versões da enfermidade. "Já estão disponíveis tratamentos sob medida para uma série de variações e esperamos que, no futuro, tenhamos opções para todas", afirma Sérgio Simon, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Na contramão, pesquisadores da americana Universidade Stanford estão em busca de um remédio com potencial para arrasar muitos tumores distintos sem danificar tecidos saudáveis. Em testes com camundongos, eles encontraram a proteína CD47, presente em cânceres de mama, ovário, cólon, bexiga, fígado, entre outros, e que, ao ser travada por um anticorpo monoclonal, inibia o crescimento da doença. "Isso mostra que essa proteína é um alvo promissor", opina o patologista Irving Weissman, envolvido no projeto. Embora animadora, a descoberta é vista com cautela. "Mesmo que o antígeno seja comum a vários tumores, em seres humanos a resposta ao seu bloqueio pode ser diferente de um caso para outro", contrapõe Hoff.

Abaixo a resistência!
Frequentemente se observa uma terapia surtindo efeito a princípio, mas que, logo depois, não contém mais o avanço do câncer. "Por isso, é fundamental contar com um arsenal vasto como o que começamos a ter hoje em dia. Quando um tratamento para de funcionar, outro o substitui", explica Carlos Henrique Barrios, oncologista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A resistência se instala devido a mutações que ocorrem no DNA das células cancerosas. Ainda bem que surgem maneiras de ao menos postergá-las. Um bom exemplo é o everolimo. Esse novo fármaco retarda a adaptação de um tipo de tumor de mama à hormonioterapia, que diminui a atuação de hormônios por trás do mal. Com ele, o tempo de sobrevida médio das mulheres acometidas por essa moléstia mais do que duplicou. "Os resultados são tão impressionantes que acreditamos se tratar de um dos maiores progressos dos últimos 20 anos", analisa Barrios.

Os radares que flagram o câncer também passaram por uma modernização. "A acurácia dos métodos de detecção está maior e começamos a utilizar reagentes que tornam as imagens mais nítidas", destaca Hoff. Explica-se: antes da avaliação em si, é administrada uma substância que, ao entrar em contato com determinado tumor, promove uma reação química visível no exame. Isso ajuda a enxergar melhor a extensão e a agressividade do problema.

"Estamos chegando a um momento em que o diagnóstico poderá ser feito por meio de procedimentos simples e com menos trauma ao paciente", assegura Deborah. Uma amostra de sangue, hoje, já ajuda o médico a verificar a existência de um câncer de próstata. E espera-se que daqui a pouco tempo esteja disponível um exame de fezes que acuse a presença de um tumor no intestino. Isso, além de dar mais segurança ao oncologista sobre o que está enfrentando, vai evitar que muita gente passe sem necessidade por métodos como a colonoscopia, tão eficiente quanto invasiva. "Como todos os cânceres são banhados por sangue, talvez no futuro consigamos identificar qualquer um deles com uma mera avaliação do líquido vermelho", aposta Hoff. Ao longo da história, esse inimigo se mostrou mais perspicaz do que imaginávamos. Mas a ciência, sempre no seu encalço, está cada vez mais próxima de agarrá-lo.

Um olhar mais humano
A ideia de dar força para a própria pessoa vencer o câncer não está restrita à farmacologia. "O bem-estar vem associado a melhores respostas do sistema imune, e isso influencia no tratamento", garante Alfredo Barros, mastologista da Universidade de São Paulo. Daí a importância dada hoje a cuidados mais integrais, que abordam desde a psicologia até a nutrição.

O que breca a evolução do tratamento
Estima-se que 1 bilhão de dólares são gastos para o desenvolvimento de cada novo remédio. Esse valor gera dependência da indústria farmacêutica, porque as universidades e outros centros geralmente não conseguem pagar a conta. Aí, o ritmo dos avanços na área diminui. Afora isso, a burocracia para realizar uma pesquisa desse tipo é enorme. "Precisamos ter mais gente lidando com a papelada do que trabalhando nos experimentos em si", lamenta Paulo Hoff.

O progresso do anticorpo monoclonal

As primeiras versões dessa arma eram feitas só com DNA de camundongos. Mas novas técnicas possibilitaram a criação de anticorpos monoclonais com parte dos nossos genes. Atualmente, há alguns inteiramente humanos e, logo, menos propensos a gerar alergias ou a serem rejeitados pelo sistema imune.

Melhorias para ambos os sexos
Graças aos últimos avanços, tumores como o de mama, muito comum nas mulheres, e o de próstata são mais facilmente superados

Mulheres Além da droga everolimo, que aumenta o tempo e a qualidade de vida diante de tumores na mama, as cirurgias estéticas atuais trazem resultados ótimos. Assim, quando é preciso tirar parte da glândula, o espelho não vira oponente do bem- estar.

Homens Já há um ultrassom altamente preciso para eliminar o câncer de próstata. "Ele atenua o risco de infertilidade e de órgãos adjacentes serem afetados", diz Gustavo Guimarães, diretor de urologia do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, onde o aparelho é usado.

Tradicionais, porém não desatualizados
Quimioterapia As drogas são menos tóxicas do que antes e, no presente, existem alternativas à disposição dos especialistas para controlar as reações adversas.

Radioterapia As máquinas emitem raios que contornam o tecido saudável sem atingi-lo em cheio. Com isso, lesões em órgãos próximos ao tumor são minimizadas ao mesmo tempo que a potência da radiação sobe, tornando o tratamento ainda mais letal contra a doença.

Cirurgia Fora as operações robóticas, que geram menos danos nos arredores da intervenção, técnicas foram criadas para alcançar regiões de difícil acesso, como o assoalho pélvico.



Fonte: Abril

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mulheres bem casadas têm mais chances de superar câncer de mama


As mulheres são mais propensas a sobreviver ao câncer de mama quando são felizes no casamento ou possuem relações estreitas com amigos e familiares, de acordo com pesquisadores. Segundo estudos americanos, divulgados no jornal Daily Mail, laços fortes com pessoas queridas são cruciais para vencer a doença. As pacientes isoladas socialmente tiveram uma probabilidade 61% maior de morrer devido à doença nos três anos seguintes ao diagnóstico.

Acadêmicos acreditam que o apoio emocional dado por parceiros, amigos e familiares é fundamental para ajudar a mulher a superar o câncer de mama. Além disso, essas pessoas também podem fornecer ajuda prática, como transporte para o hospital ou cozinhar para a paciente quando está debilitada. Porém, os estudos apontam que não há necessariamente uma relação direta com o
número de amigos e familiares, mas sim com a qualidade dessas relações.

A primeira pesquisa desse tipo, realizado por cientistas do centro de pesquisa Kaiser Permanente, na Califórnia, estudo 2.264 mulheres diagnosticadas com câncer de mama. O grupo foi questionado sobre a existência de um marido ou companheiro, se possuia pais vivos e parentes e amigos próximos. As pacientes também relataram o apoio que receberam dessas pessoas e deram uma nota para a participação desses entes queridos. “Descobrimos que mulheres em pequenas redes sociais tiveram um risco de mortalidade significativamente maior do que aquelas em um grupo maior”, afirmou Candyce Kroenke, líder da pesquisa.

Mesmo quando as mulheres não estavam perto da família ou amigos, mas eram membros ativos da comunidade, ou pertenciam a uma igreja ou grupo religiosos, as chances de sobrevivência eram impulsionas por esse laço, segundo especialistas. "Isso sugere que a qualidade das relações - e não apenas o tamanho da rede – importa para a sobrevivência e que relações com a comunidade são importantes quando os laços com amigos e familiares são menos favoráveis”, defende Candyce.



Fonte: Tô Sabendo

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SP quer descentralizar combate ao câncer


A Secretária da Saúde do Estado de São Paulo investiu em um pacote de cerca de R$ 50 milhões para equipar hospitais e descentralizar o tratamento de câncer.

"É um
processo de modernização de hospitais estratégicos, principalmente os universitários, mas também para dar acesso a novas tecnologias nos hospitais da rede", afirma o secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

"A ideia é que essas tecnologias mais avançadas de diagnóstico e terapêutica cheguem a outros hospitais, não apenas aos de ponta da rede. Estamos fazendo uma democratização de recursos tecnológicos pelo Estado."

São equipamentos para tomografia, ultrassom e videocirurgia de tecnologia mais avançada, que não estavam disponíveis em hospital de média complexidade, como os de Assis, segundo Cerri.

Um outro esforço, de acordo com o secretário, é em equipar a rede para descentralizar o atendimento de câncer. O Hospital Guilherme Álvaro (Santos) terá uma unidade supervisionada pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.

"Os pacientes da Baixada Santista serão atendidos com tecnologia igual à que é encontrada em São Paulo", afirma o secretário.

Outro exemplo é o hospital Luzia de Pinho Melo (Mogi), que terá uma unidade de câncer completa.

São 23 novos equipamentos de radioterapia, em vários locais, como Mogi, Guarulhos, Presidente Prudente, Santos e Heliópolis, diz.

Os hospitais de primeira linha, os universitários, que são considerados estratégicos, por sua vez também contam com recursos.

"Colocamos tecnologia de ponta até mesmo para o país, o continente, como é o caso da ressonância de sete tesla, um projeto em parceria com outras instituições". A rede estadual usa hoje equipamentos com três tesla (potência do magneto).

No Dante Pazzanese e no Incor, foram instaladas salas híbridas, em que se faz o diagnóstico e a cirurgia reparadora, com tecnologia das mais modernas no tratamento de doenças cardíacas e coronarianas.




Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Má distribuição de mamógrafos afeta diagnóstico precoce de câncer

O Brasil tem quase o dobro dos mamógrafos recomendados pelo Ministério da Saúde, mas eles não estão acessíveis para todas as brasileiras.


O Bom Dia Brasil mostrou que o Senado aprovou uma lei que estabelece um prazo para que pacientes com câncer comecem o tratamento no Sistema Único de Saúde. E foi investigar porque é tão difícil marcar os exames.

No caso do câncer de mama, o Brasil tem quase o dobro dos mamógrafos recomendados pelo Ministério da Saúde, mas eles não estão acessíveis para todas as brasileiras.

A máquina é capaz de detectar um nódulo, antes mesmo que ele seja percebido pelo toque. “A principal vantagem do exame é que as lesões que você consegue tocar já têm dois centímetros. Na mamografia você detecta com milímetros”, explica.

O exame é o principal aliado da mulher no diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que mata mais de 12 mil pessoas por ano no país. Mas os equipamentos ainda estão distantes de muitas brasileiras.

O problema não é o número de mamógrafos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde. Em todo o país, são cerca de 1,5 mil. O Ministério da Saúde recomenda 1 mamógrafo por 240 mil habitantes, e a média brasileira é de quase 2.

Mas eles são mal distribuídos. Mais concentrados no Sul, Sudeste e no Centro-Oeste. E em menor proporção no Nordeste e Norte do país.

Em todo o estado do Acre, existem apenas três mamógrafos para exames pelo SUS. No Amapá e em Roraima, dois. Em Rondônia, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são 10, mas a espera é grande.

Mesmo depois de descobrir um nódulo no seio, Clemildes vai ter que aguardar dois meses até o exame. “Ele tem aumentada um pouco e queimado muito. Estou muito preocupada, mas confio em Deus”, afirma.

Fazer a mamografia é ainda mais difícil para quem mora longe dos grandes centros. “Cerca de 50% dos municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes não possui mamógrafo, ou seja, o acesso é um problema. A gente sabe que ele está associado diretamente à queda de mortalidade”, explica Marcelo Bello, médico da Sociedade Brasileira de Mastologia.

A estimativa é de 52 mil novos casso de câncer de mama no Brasil em 2012. E as imagens podem fazer toda a diferença no futuro desses pacientes.

Para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, o Ministério da Saúde vai lançar o programa de mamografia móvel. Carretas e barcos levarão mamógrafos a lugares distantes do país.
 


Fonte: Globo

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Menino de 3 anos doa medula e salva vida de irmão de 5


Um menino de três anos doou células de sua medula óssea ao irmão de cinco anos e salvou sua vida, de acordo com seus pais e com médicos argentinos.

Com ajuda dos especialistas, os pais das crianças lhes explicaram como seria a intervenção médica e que um irmão ajudaria o outro a voltar para casa, após dias de hospital.

"Eu disse a eles toda a verdade desde o início. A Benjamín, de três anos, eu disse que ele ajudaria o irmão, Faustino, de cinco anos, a sair do hospital e a voltar pra casa para brincar com ele", disse Mariana Torriani, mãe das crianças, à BBCBrasil.

Ela contou que "em momento algum" Benjamín chorou ou demonstrou medo de ser internado. "Eu expliquei a Benjamin que seria como doar sangue ao irmão e ele entendeu a situação", afirmou.

As crianças foram atendidas no hospital público e pediátrico Sor María Ludovica da cidade de La Plata, na província de Buenos Aires.

"Eu quis revelar o que aconteceu com meus únicos filhos para que as pessoas não tenham medo de ser doadoras. Não tenham medo de salvar vidas", disse Mariana, de 32 anos.

Mariana, o marido, Martín, e os filhos moram na cidade de Laprida, em uma área de fazendas, na província de Buenos Aires.

"Depositei toda a confiança nos médicos. Eles me explicaram que hoje os riscos são mínimos para o doador e que o tratamento também avançou muito para os que necessitam do transplante. Mas Faustino ainda precisa de cuidados, que também estavam previstos antes da operação", disse. Além dos especialistas, as crianças contaram com apoio de psicólogos do hospital.


Um ano
Tudo começou quando há um ano, em 27 de outubro, os médicos diagnosticaram que Faustino sofria de leucemia e que o melhor caminho para seu caso seria o transplante de medula óssea.

"Foi muito forte saber o diagnóstico. A única opção era lutar, enfrentar o problema", disse Mariana.

Ele realizou tratamento de quimioterapia durante alguns meses e os médicos sugeriram a alternativa do transplante de medula óssea, como contou a chefe do serviço de hematologia do hospital, Alcira Fynn.

"Os irmãos são normalmente os mais compatíveis para ajudar um ao outro. Filhos dos mesmos pais, eles possuem a mesma, digamos, matriz. E foi o que aconteceu", disse Fynn.
Segundo ela, foi retirado "sangue do osso" do doador que, no caso de Benjamin, passou quarenta e oito horas internado.

"Os tecidos (das células) são renováveis. A doação hoje é mais simples e frequente do que se imagina. Existem riscos? Sim, mas para o doador ligados à anestesia apenas", disse a especialista.

Faustino foi operado em junho e voltou para casa dez dias após a cirurgia, de acordo com a médica. "No ano que vem ele já poderá voltar para a escola", disse Fynn. Ela afirmou que dos 210 casos de transplantes realizados no hospital, cem foram com a doação de um familiar direto da pessoa em tratamento.

Mariana contou que Benjamin retornou às aulas no jardim de infância poucos dias após ter sido internado para ajudar o irmão. "Agora é ter cuidado e paciência para a conclusão do tratamento e para que Faustino volte à vida normal", disse ela.

Como transplantado, o menino não pode ser exposto a bactérias para que não sofra nenhuma infecção. "Nós achamos que o pior já passou e que de agora em diante tudo será cada vez melhor. Os dois são muito unidos e depois da experiência ficarão ainda mais unidos", disse Mariana à imprensa argentina.

De acordo com dados oficiais, somente na província de Buenos Aires contam-se 15.100 doadores no registro nacional de doadores de células-mãe. BBC Brasil - Todos os direitos reservados.