terça-feira, 6 de novembro de 2012

Má distribuição de mamógrafos afeta diagnóstico precoce de câncer

O Brasil tem quase o dobro dos mamógrafos recomendados pelo Ministério da Saúde, mas eles não estão acessíveis para todas as brasileiras.


O Bom Dia Brasil mostrou que o Senado aprovou uma lei que estabelece um prazo para que pacientes com câncer comecem o tratamento no Sistema Único de Saúde. E foi investigar porque é tão difícil marcar os exames.

No caso do câncer de mama, o Brasil tem quase o dobro dos mamógrafos recomendados pelo Ministério da Saúde, mas eles não estão acessíveis para todas as brasileiras.

A máquina é capaz de detectar um nódulo, antes mesmo que ele seja percebido pelo toque. “A principal vantagem do exame é que as lesões que você consegue tocar já têm dois centímetros. Na mamografia você detecta com milímetros”, explica.

O exame é o principal aliado da mulher no diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que mata mais de 12 mil pessoas por ano no país. Mas os equipamentos ainda estão distantes de muitas brasileiras.

O problema não é o número de mamógrafos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde. Em todo o país, são cerca de 1,5 mil. O Ministério da Saúde recomenda 1 mamógrafo por 240 mil habitantes, e a média brasileira é de quase 2.

Mas eles são mal distribuídos. Mais concentrados no Sul, Sudeste e no Centro-Oeste. E em menor proporção no Nordeste e Norte do país.

Em todo o estado do Acre, existem apenas três mamógrafos para exames pelo SUS. No Amapá e em Roraima, dois. Em Rondônia, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são 10, mas a espera é grande.

Mesmo depois de descobrir um nódulo no seio, Clemildes vai ter que aguardar dois meses até o exame. “Ele tem aumentada um pouco e queimado muito. Estou muito preocupada, mas confio em Deus”, afirma.

Fazer a mamografia é ainda mais difícil para quem mora longe dos grandes centros. “Cerca de 50% dos municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes não possui mamógrafo, ou seja, o acesso é um problema. A gente sabe que ele está associado diretamente à queda de mortalidade”, explica Marcelo Bello, médico da Sociedade Brasileira de Mastologia.

A estimativa é de 52 mil novos casso de câncer de mama no Brasil em 2012. E as imagens podem fazer toda a diferença no futuro desses pacientes.

Para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, o Ministério da Saúde vai lançar o programa de mamografia móvel. Carretas e barcos levarão mamógrafos a lugares distantes do país.
 


Fonte: Globo

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