Dra. Fabiana Makdissi é mastologista, e apóia muito o projeto De Peito Aberto. Hoje iremos mostrar a entrevista feita com ela, aproveitem!
1. Dra. Fabiana, desde quando se interessa pela área da saúde?
R: Desde os 19 anos, quando comecei faculdade na UEL, me considero na área da saúde. Sempre tive interesse por essa área, minha mãe fala que desde pequena eu digo que iria ser médica e apenas mudava a especialidade.
2. Qual sua relação com o câncer de mama, não como médica, mas como pessoa?
R: Meu pai teve câncer no estômago, mas antes de ele descobrir eu sempre sonhava com ele morrendo, e decidi levá-lo a faculdade para fazer uns exames mas não havia contado sobre os sonhos. Quando os resultados chegaram, não havia doença nenhuma, mas os sonhos continuavam, então decidi contá-lo sobre isso e decidi que ele deveria fazer um exame mais invasivo para descobrir. Quando fez o exame, meu pai ficou sabendo que estava com câncer, e devido aos sonhos fiquei com a visão de que meu pai iria morrer devido à doença. Porém, o câncer me foi apresentado de uma forma diferente, já que todos diziam que o tumor do meu pai era inicial e por isso iria se curar. A partir disso, sempre digo que tive uma boa experiência e não me fechei para tal assunto. Sempre exijo que meus parentes se previnam antes de ter a doença, pois não podemos ficar esperando a doença aparecer.
3. Qual sua opinião sobre o autoexame?
R: Acredito que o autoexame tem que ser chamado de autoconhecimento, pois a mulher precisa se conhecer melhor e sempre estar frequentando o médico mesmo não estando com suspeita de doença ou algo do tipo, pois se conhecendo a mulher notará quando algo de diferente estiver acontecendo com ela.
4. O que acha da campanha De Peito Aberto?
R: Acho a campanha maravilhosa, ainda mais por estar situada em lugares públicos onde pessoas não buscariam uma exposição ou informação sobre saúde, pois assim como a exposição, o câncer aparece para qualquer pessoa. Além disso, há pessoas que com o câncer obtém muitos ganhos, e consequentemente vivem até melhores. As pessoas passam a dar um maior valor à vida, enxergando a vida com outros olhos e nunca deixando as coisas para amanhã, pois hoje o momento é único.
5. Como conheceu a Vera e o Hugo?
R: No Ac Camargo sempre vi que as mulheres tinham muita necessidade de uma informação bem parecida, e quando se trabalha com doenças desse tipo é preciso sempre encontrar respostas. Para isso, resolvi criar um grupo de apoio a mulher, aonde trabalhava com palestras para esclarecer as dúvidas e auxiliar quem não sabia nada sobre o câncer, mas sempre me preocupando em não tornar a palestra chata. Quando foi o dia do amigo, resolvi montar uma palestra na qual a mulher trazia algum convidado que não fizesse parte do hospital. Nessa palestra, a Vera e o Hugo estavam participando, e me perguntaram se podiam me acompanhar no hospital para tirar fotos e captar depoimentos. As fotos sempre eram captadas de uma forma muito sensibilizada, e quando terminaram de tirar, me avisaram que eu iria sair no livro.
6. Já participou de alguma palestra do De Peito Aberto? Como foi?
R: Nas palestras do projeto De Peito Aberto, participei durante o lançamento do livro na mesa de debate da Ac Camargo. Fiquei encantada com a recepção do público e com os depoimentos, mas como era a primeira palestra, não recebemos muita gente. Nessa palestra, o Hugo me perguntou como era a participação dos homens na questão das doenças, palestras e campanhas, e quando falei que a participação era grande, Hugo me respondeu brincando: ‘’O problema de sermos tão reservados assim, de ter aquilo que é coisa de mulher e coisa de homem é culpa de vocês, mulheres, pois sempre nos ensinaram que é a mãe que cuida, a mãe que faz isso e aquilo, e agora ficamos acostumados.’’ Levei esse pensamento para casa e comecei a aplicar a lição nos meus filhos, de eles serem mais cuidadosos e de que não existem coisas de mulheres e coisas de homens, e hoje vejo o quanto isso nos fez melhor. Nas outras palestras participei como platéia e nessa próxima pretendo fazer o mesmo.
7. O que gosta de fazer além da área da saúde?
R: O que mais gosto de fazer é dar palestras para o público leigo sobre coisas que tenho conhecimento, e tudo que digo na palestra procuro aplicar na minha vida e na minha família. Já dei palestras na área de saúde, nutrição, exercícios e etc. Além disso, gosto muito de escrever. Escrevo em algumas colunas do OncoGuia, recentemente escrevi um livro e também fiz uma parceria com um site feminino para dar dicas variadas.
Amanhã teremos o depoimento de Rose e sua mãe, Leika. Rose já passou pela doença e foi uma das pacientes da Dra. Fabiana Makdissi. Beijos e até amanhã!
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