O impacto negativo da perda de um símbolo de feminilidade como o seio é um dos temas de destaque durante o Outubro Rosa. A reconstrução mamária pode contribuir para o sucesso do tratamento do câncer de mama.
O câncer de mama é hoje o segundo tipo da doença mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, segundo dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer. No Brasil, as taxas de mortalidade continuam elevadas e a sobrevida média após cinco anos está em torno de 60%, enquanto em países com melhor desenvolvimento essa taxa fica em torno de 85%.
O que ocorre no Brasil sugere que, por aqui, o diagnóstico da doença é tardio. Isso pode impactar na sobrevida da mulher e influencia no quanto a cirurgia de retirada do tumor afetará a mama, em muitos casos, até mesmo com a retirada total do órgão (mastectomia). Entretanto, diferente do que acontece com os diagnósticos, existe a perspectiva de que a reconstrução mamária passe a ser um processo rápido. Isso porque foi aprovado pelo Senado um projeto determinando que o SUS (Sistema Único de Saúde) deverá promover a cirurgia de reconstrução dos seios em mulheres com câncer de mama, sempre que possível, no momento em que realizarem a mastectomia. Este projeto foi aprovado em setembro deste ano e já foi remetido à Câmara dos Deputados para aprovação final, sem previsão. Vale lembrar que a reconstrução mamária já era prevista em lei, porém, não era estabelecido um prazo para realização da cirurgia.
“Claro que o principal objetivo de qualquer médico é salvar a paciente, mas temos de pensar também no pós-operatório – ou no decorrer do tratamento do câncer - e em como aquela mulher dará continuidade à sua vida”, lembra o Dr. Carlos Alberto Komatsu, cirurgião plástico e diretor geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.” Não é possível hoje deixar de levar em conta os desejos e expectativas de cada mulher em relação à sua vida profissional e pessoal. Por isso, acredito que temos a obrigação de informá-la sobre todas as possibilidades que existem, como a reconstrução mamária. Ela tem o direito de saber que isso é possível – além de ser assegurado por lei - e caberá somente à própria mulher e o médico que a acompanha a decisão que lhe fará sentir melhor: fazer reconstrução mamária imediata, no ato da mastectomia, ou depois, quando considerar mais conveniente”, completa o especialista.
Outro dado importante a ser ressaltado é que muitas mulheres apresentam uma queda na autoestima após a cirurgia de retirada total ou parcial da mama em decorrência do câncer. De acordo com um estudo publicado pela Revista Brasileira de Mastologia, em dezembro de 2006, pacientes que sofreram mastectomia apresentaram índices de autoestima muito mais baixos do que mulheres saudáveis que compuseram um grupo de controle. Em uma escala conhecida como “Escala de Autoestima de Rosenberg” – que mede esse aspecto em pontos, sendo que, quanto maior o “score”, pior está a autoestima –, pacientes submetidas à cirurgia de reconstrução mamária tiveram uma média de 9,8, enquanto a média do grupo de controle foi de 4. Isso mostra que a autoestima é mesmo seriamente afetada nas mulheres que passam pela cirurgia de retirada do tumor mamário, além de interferir diretamente no andamento do tratamento da doença. Logo, quanto melhor a autoestima, mais vontade a paciente tem para seguir e acreditar na recuperação.
Projeto de sucesso – Por um bom tempo, a falta de informação sobre o câncer de mama foi um dos fatores que levaram ao diagnóstico tardio e, consequentemente, a um número maior de mortalidade e morbidade. Mas, isso mudou. Existem hoje diversas ações e campanhas voltadas para o tema, que ajudam e informam mulheres de diversas partes do mundo.Exemplo disso são projetos como o De Peito Aberto que ilustra, por meio de depoimentos (inspiradores e emocionantes) e fotos artísticas de diversas mulheres que enfrentam e superaram a doença. O trabalho de associações como a AMUCC(Florianópolis/SC), que desde o início de suas atividades dedica-se à garantia dos direitos dos portadores de câncer, promovendo assessoria jurídica gratuita aos seus associados portadores de câncer e também o IMAMA (Porto Alegre/RS), que acredita na relevância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura do câncer de mama, são fundamentais para recuperar a autoestima feminina na batalha contra a doença.
Tanto o projeto De Peito Aberto, como as organizações não governamentais IMAMA e AMUCC, contam com o apoio da Allergan, por meio de sua marca NATRELLE®, linha de implantes de silicone e expansores para cirurgias de aumento e reconstrução mamária. “Acreditamos muito em projetos como o De Peito Aberto, do Instituto IMAMA e do AMUCC que levam informação ao maior número possível de pessoas, de forma educativa e com seriedade. Temos consciência que a disseminação deste conhecimento poderá contribuir para a vida de muitas mulheres, que eventualmente desconheciam informações tão importantes e que deveriam estar ao alcance de todas, como a possibilidade de reconstrução mamária imediatamente após a mastectomia, por exemplo”, explica Patricia Costa, gerente de Relações Públicas para a América Latina da Allergan.
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