Joana esperou dois anos na fila do SUS |
Ela teve que fazer uma mastectomia, ou seja, tirou toda a mama direita. E esperou dois anos na fila do SUS para fazer a cirurgia de reconstrução. “A mulher se sente mutilada, ela não se sente plena”, completa Joana.
O projeto de lei aprovado no Senado determina que o SUS dê condições para que as pacientes façam, na mesma cirurgia, a retirada e a reconstrução da mama.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a cirurgia plástica reparadora, no mesmo procedimento de retirada da mama, é recomendada na grande maioria dos casos. Em geral, a reconstrução imediata é contraindicada quando a paciente tem outros problemas de saúde. Por exemplo: diabetes, quando é fumante ou tem algum problema cardiológico.
O projeto diz ainda que se a reconstrução imediata não for possível, deverá ser feita assim que a paciente estiver em condições. Para um mastologista, a plástica imediata traz muitos benefícios. "Isso é fundamental para o paciente no sentido de autoestima, de sua feminilidade, da capacidade de superar os diversos obstáculos que ainda virão e do ponto de vista médico porque você tem uma paciente mais focada no tratamento, que vai aceitar o tratamento com mais tranquilidade", explica o vice-presidente da regional centro-oeste da Sociedade Brasileira de Mastologia, Rodrigo Peppe.
O Ministério da Saúde afirma que vai ampliar a rede do SUS. “Nós estamos fazendo um diagnóstico detalhado do Brasil com um novo sistema de informação em câncer implantado em todo o pais até maio, com isso teremos detalhadamente onde precisamos ampliar serviços junto aos estados e municípios”, afirma o Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães. E o que mudou para Joana depois da reconstrução? "O sorriso está de volta, e vida que segue”, conta ela, que se sente muito feliz com essa vitória, pois sua ONG, a Recomeçar, luta por esse direito faz tempo.
Para entrar em vigor, a lei ainda precisa ser sancionada pela presidente Dilma. Só no ano passado, segundo o Instituto Nacional de Câncer, foram registrados, no Brasil, cerca de 50 mil casos de câncer de mama.
Fonte: G1