quinta-feira, 28 de março de 2013

Senado aprova projeto que vai beneficiar quem têm câncer de mama

O Senado aprovou o projeto de lei que vai beneficiar milhares de pessoas que têm câncer de mama. Hospitais da rede pública serão obrigados a realizar a retirada do tumor e a reconstrução da mama na mesma cirurgia.

Joana esperou dois anos na fila do SUS
Joana Jeker descobriu que tinha câncer de mama aos 30 anos. “Foi terrível, meu chão perdeu”, diz.

Ela teve que fazer uma mastectomia, ou seja, tirou toda a mama direita. E esperou dois anos na fila do SUS para fazer a cirurgia de reconstrução. “A mulher se sente mutilada, ela não se sente plena”, completa Joana.

O projeto de lei aprovado no Senado determina que o SUS dê condições para que as pacientes façam, na mesma cirurgia, a retirada e a reconstrução da mama.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a cirurgia plástica reparadora, no mesmo procedimento de retirada da mama, é recomendada na grande maioria dos casos. Em geral, a reconstrução imediata é contraindicada quando a paciente tem outros problemas de saúde. Por exemplo: diabetes, quando é fumante ou tem algum problema cardiológico.

O projeto diz ainda que se a reconstrução imediata não for possível, deverá ser feita assim que a paciente estiver em condições. Para um mastologista, a plástica imediata traz muitos benefícios. "Isso é fundamental para o paciente no sentido de autoestima, de sua feminilidade, da capacidade de superar os diversos obstáculos que ainda virão e do ponto de vista médico porque você tem uma paciente mais focada no tratamento, que vai aceitar o tratamento com mais tranquilidade", explica o vice-presidente da regional centro-oeste da Sociedade Brasileira de Mastologia, Rodrigo Peppe.

O Ministério da Saúde afirma que vai ampliar a rede do SUS. “Nós estamos fazendo um diagnóstico detalhado do Brasil com um novo sistema de informação em câncer implantado em todo o pais até maio, com isso teremos detalhadamente onde precisamos ampliar serviços junto aos estados e municípios”, afirma o Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães. E o que mudou para Joana depois da reconstrução? "O sorriso está de volta, e vida que segue”, conta ela, que se sente muito feliz com essa vitória, pois sua ONG, a Recomeçar, luta por esse direito faz tempo.

Para entrar em vigor, a lei ainda precisa ser sancionada pela presidente Dilma. Só no ano passado, segundo o Instituto Nacional de Câncer, foram registrados, no Brasil, cerca de 50 mil casos de câncer de mama.


Fonte: G1

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