O fio de azeite extravirgem, que vai bem em saladas e pratos quentes, regando o corpo de benefícios como proteger o coração, dá provas de ser capaz de outra façanha: prevenir o câncer de mama. Ali, bem diante dos olhos dos cientistas, seus componentes inibiram a expressão de um gene, o HER2, que dispara a forma mais insidiosa da doença.
As lignanas e os secoiridoides, moléculas que fazem parte do grupo de polifenóis presentes no azeite, degradaram a proteína responsável por acionar os comandos desse gene. A pesquisa foi realizada pela Universidade de Gramada em parceria com outros centros de pesquisa espanhóis.
Em São Paulo estudos simplificam o que seria esse mecanismo. Em níveis normais, a proteína associada ao HER2 regula a multiplicação das células mamárias. Em excesso, porém, ela acelera a proliferação celular, contribuindo para o surgimento de tumores. É aí que entram os polifenóis. Implacáveis, eles aniquilam o excedente da tal proteína, restabelecendo o equilíbrio.
Em tese, essa proeza tornaria o azeite aliado inclusive das mulheres que enfrentam um câncer desses. Desacelerar a atuação do HER2 significa dificultar o crescimento de um tumor já existente.
Estudos não sabem afirmar, por enquanto, qual deveria ser o consumo diário para tirar esse proveito. O que todos os pesquisadores do mundo têm absoluta certeza é de que uma porção moderada de óleo de oliva diariamente faz bem no sentido de afastar a doença ou evitar que avance rapidamente. Até porque os polifenóis têm outra propriedade importante: São tremendos antioxidantes, isto é, barram os radicais livres. Esses radicais, ao longo do tempo, danificam o DNA — e a ciência sabe que esses danos, somados, representam o início do caos, que é o câncer.
Outra certeza é de que, do ponto de vista da prevenção de tumores de mama, de nada adianta se empanturrar de qualquer azeite. Só vale o extravirgem, aquele puro, extraído a frio. Os outros azeites passam por aquecimento e processos industriais que inativam parte dos polifenóis. Também não adianta comer um peixe mergulhado no ingrediente hoje e nadica de óleo de oliva no dia seguinte: o consumo de extravirgem para as mulheres que se cuidam deve ser contínuo, ou seja, um fio deliciosamente derramado sobre o prato de todo dia.
Na hora do preparo
Os polifenóis do azeite extravirgem não gostam de calor. Não significa que está limitado às saladas. Você pode acrescentá-lo nos instantes finais do cozimento ou nos pratos quentes já prontos, à mesa, sugere nutricionistas. Pelo mesmo motivo, esqueça a ideia de usá-lo em frituras. Mais um detalhe fundamental: os tais polifenóis também adoram um escurinho: Se vai levar o alimento preparado com azeite à geladeira — uma salada, por exemplo —, coloque-o em um recipiente que não seja translúcido e cubra-o com papel-alumínio até a hora de servir.
Fonte: Boa Forma
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