terça-feira, 30 de outubro de 2012

Psiconeuroimunologia - O possível efeito do estresse sobre o Câncer


Muitas vezes recebo pacientes oncológicos que me dizem saber quando o seu câncer se iniciou. Uns mencionam a morte da mãe, outros o adoecimento do pai por Alzheimer, a perda de uma filho, um divórcio, uma aposentadoria indesejada, etc... ou seja, sempre há, anteriormente, uma perda muito sentida.

Em geral, quando o resultado histopatológico chega, há uma relação temporal entre o início da neoplasia, ou da recidiva e o fato traumático mencionado.

Não podemos afirmar, porém, que uma perda importante cause necessariamente o câncer. Diversas pessoas sofrem perdas bastante dolorosas e não desenvolvem neoplasias.
O que podemos afirmar é que uma perda importante que não tenha sido ressignificada pode ajudar o aparecimento de doenças, dentre elas o câncer.

Ressignificar uma perda é metabolizá-la bem, aceitá-la e transpor o fato criando outros significados para ele.

Há pessoas que se fixam em um fato e continuam a vivê-lo sem evoluir para outras etapas, não criando outros projetos, outras metas; tornam-se prisioneiros do passado.

Isso causa um estresse continuado e crônico, que mesmo não sendo sentido pela pessoa, vai minando o funcionamento do seu organismo como um todo e propiciando o aparecimento de algumas doenças. O termo stress, foi cunhado por Hans Seile na década de cinquenta e quer dizer pressão em alemão.

O ser humano necessita de certa quantidade de pressão para cumprir suas tarefas diárias, ser estimulado a perseguir novos objetivos e até para saciar as necessidades básicas de fome e sede. Isso é o que chamamos de estresse positivo ou eustress.


Quando, porém, uma tarefa exige uma quantidade exagerada de energia para ser desempenhada, ela tomará recursos do indivíduo que estavam alocados para outras funções. Estas, por sua vez, ficarão comprometidas. Muitos acidentes de trânsito ocorrem por esse deslocamento de energia que torna a pessoa desatenta e diminui seus reflexos. Esse é o estresse negativo ou distress.

Ainda há os casos em que o gasto energético não é demasiado, mas muito prolongado, podendo acarretar desgaste no sistema como um todo e acarretar várias reações, todas maléficas, como, por exemplo, o adoecimento.

A Psiconeuroimunologia (PNI), ciência que explica o funcionamento sistêmico do ser, confere autenticidade a essa posição.

Para a PNI, a saúde é o equilíbrio dinâmico entre os diversos sistemas que compõem o ser. Qualquer alteração em um dos sistemas (psicológico, neurológico, endocrinológico ou imunológico), acarreta um desequilíbrio em todas as partes do indivíduo.

A tendência posterior é a de o sistema se reequilibrar, pois possui vários mecanismos para tal. No entanto, um desequilíbrio continuado pode ser fatal, levando o sistema à falência e ensejando o aparecimento de doenças.
O estresse continuado, ocasionado por um trauma não sobrepujado, mina o sistema imunológico. Propicia, por mecanismos de retro-alimentação, o descontrole de neuro-transmissores cerebrais (entre eles a serotonina e a noradrenalina), causando depressão. Como sabemos, um organismo debilitado em suas defesas (especialmente carente das células Natural Killers, matadoras naturais, que combatem células tumorais) e deprimido tem mais chances de permitir o aparecimento e o desenvolvimento de tumores.

A posição de "vítima” de certos pacientes, mesmo após vencida a doença, também é por demais negativa, porque impede que superem o papel de "doente” e adotem o de "ter tido um câncer”.

A "vítima” é sempre passiva diante do que lhe acontece. Essa atitude, que a princípio é mais confortável, a longo prazo imobiliza a pessoa, retirando-lhe qualquer sensação de controle sobre sua vida.

Há pessoas que lidam com o diagnóstico de câncer enfrentando-o com dor, é claro, porém dentro da realidade. Elas procuram utilizar-se de todas as possibilidades que o arsenal médico e das áreas afins oferecem e, mesmo sabendo que têm uma doença potencialmente fatal, conseguem continuar com as suas vidas normalmente após a alta. Acreditam na vida que pode ser vivida a partir de então.

Alguns indivíduos, diante da possibilidade real de finitude, refazem seus planos de vida, mudam seus valores, tornam-se pessoas mais autênticas e vivem realmente o presente, que, afinal, é o único tempo que todos nós temos...
O medo da recidiva de um câncer é claro que pairará sempre sobre o paciente, seus familiares e amigos. Muitos, no entanto, conseguem não se paralisar com essa possibilidade e vivem uma vida com muito mais senso de autenticidade.

Muitas vezes, quando a doença já avançou, o medo não é propriamente da morte, mas do sofrimento, da dor, da desfiguração, da dependência. Enfim, da perda da autonomia.

Para a dor a Medicina já possui recursos que aliviam sobremaneira o sofrimento. Nos dias atuais, a fase terminal de um câncer, se bem conduzida, não precisa ser terrível.

Nessa etapa, em que não há mais esperança de cura, trabalha-se unicamente pela qualidade de vida da pessoa e de sua família. Sempre há o que fazer para aliviar os sintomas e dar conforto.

Hoje estou permanentemente em contato com pacientes oncológicos que têm plena consciência de que sua doença é crônica. Sabem que não vão curar-se, mas também que a doença não é uma sentença de morte iminente.
Há cada vez mais pacientes que lutam e combatem um câncer por anos a fio e continuam vivendo tão plenamente quanto suas possibilidades permitem.

Nesse caso, a meu ver, a comunicação clara e verdadeira entre a equipe médica, paciente e familiares diminui sobremaneira o peso das dúvidas, dos segredos e dos cuidados fortuitos de poupar o paciente e a família do real estado de saúde da pessoa.

Essa sinceridade pode, às vezes, permitir que assuntos não resolvidos entre os familiares possam ser ventilados, providências legais sejam tomadas a tempo e perdões e despedidas possam ocorrer.

Em alguns casos, porém, observamos o contrário acontecer. Paciente e família imaginarem que a morte é iminente sem que seja esse o caso. Antecipam desnecessariamente a dor, o luto, a tristeza e a perda, sem aproveitar qualitativa e quantitativamente um tempo precioso com seus entes queridos.

Atualmente, já está constatado o importante papel da alegria na prevenção de processos de adoecimento. A Clínica Mayo acaba de publicar um estudo retrospectivo sobre pessoas entrevistadas há trinta anos que se dividiam entre otimistas e pessimistas. Ao longo dos anos seguintes à pesquisa, os componentes do primeiro grupo adoeceram 50% menos das mais diversas doenças, do que as que se qualificavam como pessimistas.

Podemos citar ainda outro estudo publicado em agosto de 2002, pela Revista Câncer. Nele, além da influência do estresse na imunomodulação e, por conseguinte, na ligação entre sistema imune deficiente e progressão do câncer, abriu-se outra senda interessante de investigação: O tumor é uma vida dentro da vida. Para se desenvolver, precisa de nutrição e mobiliza o mecanismo de angiogênese, ou seja, a formação de novos vasos.

É através desta nova e anômala rede de vasos sanguíneos que o tumor se alimenta e permite a multiplicação infinita de suas células.

O referido estudo da Universidade de Iowa mostra que mulheres que se definiam como tendo um bom sistema de apoio social e diagnosticadas com câncer de ovário tinham uma formação de novos vasos menor, ou seja, uma melhor expectativa para a sua doença, pois menos nutrientes chegavam ao tumor.

Por fim gostaria de mencionar que a medicina hoje já tem uma expectativa tão positiva para certos tipos de câncer em crianças, adolescentes ou adultos ainda sem filhos, que tenta proteger de forma química, cirúrgica ou através da criopreservação, parte das gônadas (os órgãos reprodutivos), antevendo um futuro em que a criação de uma prole seja possível.
Falar que uma mulher que teve câncer de mama está grávida já não é mais uma heresia. Tomando-se as devidas precauções, isso já faz parte da realidade.

Algumas Leucemias que eram fatais, hoje são curáveis, tumores inoperáveis hoje podem ser abordados, entre outras tantas novidades alvissareiras.

Cada vez mais o progresso da ciência e o trabalho interdisciplinar tenderão a apagar o fantasma do diagnóstico de um câncer.

Comecemos então assim: tratamentos atuais e integrados, boa rede de apoio, enfrentamento eficaz do estresse, coragem, boa sorte e longa vida!



Márcia Stephan - Psicóloga
Fonte: Oncoguia

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Vivendo com o câncer


Para algumas mulheres com câncer de mama, o tratamento pode remover ou destruir o câncer, mas chegar ao fim do tratamento pode ser estressante. Ao mesmo tempo em que a mulher se sente aliviada com o término do tratamento, fica a preocupação de uma recidiva ou metástase. Este é um sentimento muito comum para a maioria das mulheres que tiveram câncer de mama.

Pode demorar algum tempo até diminuir as incertezas e medos. Mas ajuda saber que muitas pacientes com câncer de mama, hoje já aprenderam a lidar com esta incerteza e estão vivendo uma vida plena.

Em outras pacientes, o câncer pode não desaparecer completamente. Essas pacientes continuarão realizando tratamentos regulares com quimioterapia, radioterapia ou outras terapias para tentar manter a doença sob controle.

Cuidados no Acompanhamento
Quando o tratamento termina, os médicos irão acompanhá-la de perto por alguns anos. Por isso é muito importante comparecer a todas as consultas de acompanhamento. Nestas consultas o médico sempre a examinará, conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá pedir alguns exames de laboratório ou de imagens para acompanhamento e reestadiamento da doença.

No início, as consultas serão a cada 3-6 meses, mas com o tempo serão espaçadas, até que após os 5anos passarão a ser anuais. As pacientes que fizeram uma cirurgia conservadora realizaram inicialmente mamografia semestral, e em seguida anualmente. As mulheres que fizeram mastectomia devem continuar a realizar mamografias anuais da mama remanescente.

As pacientes que fazem uso do tamoxifeno deverão realizar exames ginecológicos anuais, uma vez que essas drogas podem aumentar o risco de câncer de útero em mulheres menopausadas.
As mulheres que recebem hormonioterapia devem ser monitoradas para qualquer risco de enfraquecimento ósseo com densitometria óssea.

Outros exames, como exames de sangue, marcadores tumorais, função hepática, tomografia computadorizadas, cintilografias ósseas e radiografias de tórax não fazem parte de um acompanhamento padrão, eles devem ser realizados em caso de algum sintoma específico ou achados no exame físico, que possam sugerir a recidiva da doença.


Fonte: Oncoguia 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Voltando ao Trabalho após o Câncer

Se você faz parte do time das pessoas que acaba se afastando do trabalho durante o tratamento do câncer e, após o término opta por voltar a trabalhar, esse texto vai lhe ajudar muito.
 

Voltar ao trabalho após um período afastado não é uma tarefa simples, mas se você estiver relaxado, confiante e encarar esse retorno como um passo importante na sua recuperação, a volta à rotina será mais fácil e prazerosa.

Saiba que sentir um misto de emoções, como medo, alívio, esperança e talvez até certo constrangimento é normal e pode acontecer sim. Mesmo que você tenha certeza de que está pronto para retornar, você pode se preocupar com o que vai encontrar: indiferença ou apoio? Isso depende particularmente de como você lida com essa situação. Aqui estão algumas sugestões para facilitar a sua volta ao trabalho:


Seja Você Mesmo
Se você é uma pessoa comunicativa, você provavelmente vai querer compartilhar detalhes de sua doença e recuperação com os seus colegas de trabalho. Se você é mais discreto, apenas diga a todos que você está bem. A quantidade de informação que você quer compartilhar depende de como é o ambiente do seu trabalho e o quão a vontade você e os outros estão acostumados com o tema câncer. Pode ser mais fácil caso algum outro funcionário já tenha passado pela mesma situação que você.


Entrando no Ritmo
O mais importante é você sentir confiança e acreditar no seu potencial. Algumas dicas podem ser úteis:


- Tão importante quanto se sentir capaz de trabalhar é sentir-se psicologicamente bem. Se julgar necessário, procure ajuda de uma psicóloga.
- Avalie a sua disponibilidade para o trabalho e os efeitos colaterais dos medicamentos que você possa ainda estar tomando.
- Atualize-se. Participe de congressos e palestras.
- Concentre-se no trabalho, mesmo que exija tarefas tediosas. Lembre-se que você deixou de ser um paciente para voltar a ser um trabalhador novamente.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Reconstrução mamária é fundamental para recuperar autoestima após a mastectomia

O impacto negativo da perda de um símbolo de feminilidade como o seio é um dos temas de destaque durante o Outubro Rosa. A reconstrução mamária pode contribuir para o sucesso do tratamento do câncer de mama.

 


O câncer de mama é hoje o segundo tipo da doença mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, segundo dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer. No Brasil, as taxas de mortalidade continuam elevadas e a sobrevida média após cinco anos está em torno de 60%, enquanto em países com melhor desenvolvimento essa taxa fica em torno de 85%.

O que ocorre no Brasil sugere que, por aqui, o diagnóstico da doença é tardio. Isso pode impactar na sobrevida da mulher e influencia no quanto a cirurgia de retirada do tumor afetará a mama, em muitos casos, até mesmo com a retirada total do órgão (mastectomia). Entretanto, diferente do que acontece com os diagnósticos, existe a perspectiva de que a reconstrução mamária passe a ser um processo rápido. Isso porque foi aprovado pelo Senado um projeto determinando que o SUS (Sistema Único de Saúde) deverá promover a cirurgia de reconstrução dos seios em mulheres com câncer de mama, sempre que possível, no momento em que realizarem a mastectomia. Este projeto foi aprovado em setembro deste ano e já foi remetido à Câmara dos Deputados para aprovação final, sem previsão. Vale lembrar que a reconstrução mamária já era prevista em lei, porém, não era estabelecido um prazo para realização da cirurgia.

“Claro que o principal objetivo de qualquer médico é salvar a paciente, mas temos de pensar também no pós-operatório – ou no decorrer do tratamento do câncer - e em como aquela mulher dará continuidade à sua vida”, lembra o Dr. Carlos Alberto Komatsu, cirurgião plástico e diretor geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.” Não é possível hoje deixar de levar em conta os desejos e expectativas de cada mulher em relação à sua vida profissional e pessoal. Por isso, acredito que temos a obrigação de informá-la sobre todas as possibilidades que existem, como a reconstrução mamária. Ela tem o direito de saber que isso é possível – além de ser assegurado por lei - e caberá somente à própria mulher e o médico que a acompanha a decisão que lhe fará sentir melhor: fazer reconstrução mamária imediata, no ato da mastectomia, ou depois, quando considerar mais conveniente”, completa o especialista.

Outro dado importante a ser ressaltado é que muitas mulheres apresentam uma queda na autoestima após a cirurgia de retirada total ou parcial da mama em decorrência do câncer. De acordo com um estudo publicado pela Revista Brasileira de Mastologia, em dezembro de 2006, pacientes que sofreram mastectomia apresentaram índices de autoestima muito mais baixos do que mulheres saudáveis que compuseram um grupo de controle. Em uma escala conhecida como “Escala de Autoestima de Rosenberg” – que mede esse aspecto em pontos, sendo que, quanto maior o “score”, pior está a autoestima –, pacientes submetidas à cirurgia de reconstrução mamária tiveram uma média de 9,8, enquanto a média do grupo de controle foi de 4. Isso mostra que a autoestima é mesmo seriamente afetada nas mulheres que passam pela cirurgia de retirada do tumor mamário, além de interferir diretamente no andamento do tratamento da doença. Logo, quanto melhor a autoestima, mais vontade a paciente tem para seguir e acreditar na recuperação.

Projeto de sucesso – Por um bom tempo, a falta de informação sobre o câncer de mama foi um dos fatores que levaram ao diagnóstico tardio e, consequentemente, a um número maior de mortalidade e morbidade. Mas, isso mudou. Existem hoje diversas ações e campanhas voltadas para o tema, que ajudam e informam mulheres de diversas partes do mundo.
Exemplo disso são projetos como o De Peito Aberto que ilustra, por meio de depoimentos (inspiradores e emocionantes) e fotos artísticas de diversas mulheres que enfrentam e superaram a doença. O trabalho de associações como a AMUCC(Florianópolis/SC), que desde o início de suas atividades dedica-se à garantia dos direitos dos portadores de câncer, promovendo assessoria jurídica gratuita aos seus associados portadores de câncer e também o IMAMA (Porto Alegre/RS), que acredita na relevância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura do câncer de mama, são fundamentais para recuperar a autoestima feminina na batalha contra a doença.


Tanto o projeto De Peito Aberto, como as organizações não governamentais IMAMA e AMUCC, contam com o apoio da Allergan, por meio de sua marca NATRELLE®, linha de implantes de silicone e expansores para cirurgias de aumento e reconstrução mamária. “Acreditamos muito em projetos como o De Peito Aberto, do Instituto IMAMA e do AMUCC que levam informação ao maior número possível de pessoas, de forma educativa e com seriedade. Temos consciência que a disseminação deste conhecimento poderá contribuir para a vida de muitas mulheres, que eventualmente desconheciam informações tão importantes e que deveriam estar ao alcance de todas, como a possibilidade de reconstrução mamária imediatamente após a mastectomia, por exemplo”, explica Patricia Costa, gerente de Relações Públicas para a América Latina da Allergan.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

No mês do "Outubro Rosa", médico alerta sobre prevenção do câncer de mama

O movimento popular Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. O objetivo do movimento é chamar atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), ele é o tipo de câncer que mais atinge as mulheres em todo o mundo e as estimativas indicam que 52.680 novos casos surgião até o fim do ano.



"A melhor maneira de prevenir o câncer é realizar o exame clínico das mamas", alerta o ginecologista e obstetra Alberto Jorge de Sousa Guimarães, defensor do parto humanizado. “A princípio o exame das mamas é realizado pela própria mulher, apalpando os seios, que ajuda no conhecimento do próprio corpo; entretanto, esse autoexame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso a mulher observe alguma alteração, deve procurar imediatamente o serviço de saúde. Mesmo que não encontre nenhuma alteração no autoexame, as mamas devem ser examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde”, explica o médico.

Dr. Alberto dá algumas dicas para auxiliar na mulher na prevenção e exame da doença. Alerta porém, que nenhuma informação dispensa a confirmação, orientação e o tratamento de um médico especialista.


Diagnóstico de câncer de mama
Toda mulher com 40 anos ou mais de idade deve procurar anualmente um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas. Além disso, toda mulher entre 50 e 69 anos deve fazer uma mamografia, pelo menos, a cada dois anos. Independentemente disso, é importante sentir o próprio corpo e procurar um médico, caso apareça algum sintoma. “Se for possível e a mulher tiver algum fator de risco da doença, é importante fazer o exame antes de completar 40 anos”.

Exame clínico
É realizado por médico para essa atividade. Nesse exame, poderão ser identificadas alterações nas mesmas. Se for necessário, será indicado um exame mais específico, como a mamografia.

Mamografia
Exame muito simples e eficaz, queconsiste em um raio-X da mama e permite descobrir o câncer quando o tumor ainda é bem pequeno
     

Sintomas de câncer de mama
Mais fácil de ser percebido pela mulher é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. A pele da mama pode ficar parecida com uma casca de laranja. Também podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço. Deve-se lembrar que nem todo caroço é um câncer de mama e, por isso, é importante consultar um profissional de saúde.

Prevenção
Ter uma alimentação saudável e equilibrada (com frutas, legumes e verduras), praticar atividades físicas (qualquer atividade que movimente seu corpo) e não fumar. Essas são algumasdicas que podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ovo: seus antioxidantes ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e câncer

Quando falamos em antioxidantes o normal é pensarmos nas frutas, legumes, chá-verde, vinho e grãos, que são na verdade potentes fontes desses nutrientes. Se você pensa assim, está certo. Mas você sabia que o ovo também é uma rica fonte de antioxidantes? Ele não é o vilão como muita gente já falou.
 
 
Um novo estudo publicado na revista Food Chemistry revelou que um único ovo cru, e sua gema, em particular, contém pelo menos duas vezes mais propriedades antioxidantes que uma maçã, e aproximadamente a mesma quantidade como uma porção de cramberries.

Além disso, pesquisadores da University of Alberta's Department of Agricultural Food and Nutritional Science estudaram as gemas de ovos produzidos por galinhas alimentadas com uma dieta convencional de trigo ou milho, e descobriram nelas altos níveis de triptofano e tirosina, dois aminoácidos conhecidos por suas propriedades antioxidantes. As gemas de ovos também são ricas em carotenóide, compostos antioxidantes responsáveis pela sua cor amarela, bem como peptídeos.

"Em última análise, estamos tentando mapear antioxidantes em gemas de ovos, e por isso temos de olhar para todas as propriedades nas gemas que podem conter antioxidantes", disse Jianping Wu, um dos principais pesquisadores nesse estudo. E a equipe está fazendo exatamente isso, uma vez que continua a identificar uma grande quantidade de nutrientes contidos nos ovos.

E contrariando a crença generalizada de que os ovos não são saudáveis ​​porque contêm níveis elevados de colesterol, os peptídeos encontrados nos ovos ajudam a baixar a pressão arterial. Não é a toa que o grande cardiologista e nutrólogo, Sérgio Puppin, diz: "Se ovo fosse ruim, pinto nascia enfartado".

Uma pesquisa anterior revelou que as enzimas do estômago quebram as proteínas do ovo e produzem peptídeos que agem como um tipo de inibidor da ECA natural para regular os níveis de pressão arterial. Os pesquisadores estão bem animados em saber que podem encontrar mais nutrientes antioxidantes na gema do ovo.

É uma boa notícia, mas temos que fazer algumas considerações: o ovo totalmente cru, infelizmente, do jeito que é produzido, pode lhe transmitir a salmonela. As galinhas devem viver de uma maneira saudável, onde além de correr livremente, se alimentam de maneira saudável, sem consumir hormônios e outras gororobas químicas. Existe ovo orgânico? Sim, existe. É mais caro, mas compensa.
E para o consumo, uma boa dica do Dr.Sérgio Puppin é fritar o ovo no óleo de coco extra virgem por no máximo três minutos.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Falta consenso sobre vacinas anti-HPV


Em torno de 60 países incluíram a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) nos programas de imunização. Na América Latina, Argentina, Panamá, México, Colômbia, Peru e Ilhas Caimã passaram na frente do Brasil e administram doses imunizantes em meninas desde a infância. Alguns desses países apresentam redução de até 90% na incidência de verrugas genitais e, segundo pesquisadores, possivelmente o número de mulheres acometidas com o câncer do colo do útero deverá acompanhar esses resultados a longo prazo. Mas há uma questão que divide essas nações.

Existem dúvidas sobre a escolha do composto ideal para combater o vírus. Pesquisa divulgada, neste mês, na revista The Lancet traz elementos que vão inflamar o debate: a vacina bivalente, que teoricamente combate uma menor quantidade de tipos do HPV, tem uma eficiência geral maior contra o câncer de colo do útero que a quadrivalente, segundo cientistas da Agência de Saúde Pública do Canadá.

Aproximadamente 90% de todas as ocorrências de câncer de colo do útero no mundo são causados pelos tipos 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 do HPV, sendo que, juntos, os dois primeiros são responsáveis por cerca de 70% dessa incidência. Mais barata, a vacina bivalente foi criada exatamente para atuar nesses principais casos de câncer, relacionados aos tipos 16 e 18. A quadrivalente combate os dois da bivalente e os tipos 6 e 11, responsáveis por manifestações do condiloma culminado, popularmente conhecido como verrugas genitais.

Os cientistas do Canadá realizaram uma meta-análise de cinco estudos que avaliam o efeito cruzado das duas vacinas, ou seja, quão eficientes elas podem ser para tipos de HPV além dos especificados em suas composições. A vacina bivalente, segundo eles, apresentou resultados de proteção muito superiores aos da quadrivalente para os tipos 31, 33 e 45. Os dados para os tipos 52 e 58 não foram significativamente diferentes entre elas e inexpressivo para proteção. Os resultados do estudo confrontam, por exemplo, com a decisão recente do Reino Unido de trocar a opção bivalente pela quadrivalente.

"É uma questão extremamente importante que pode dirigir a escolha tanto individual quanto na saúde pública. Porém, existem vários fatores a se analisar, como segurança, eficiência e durabilidade desses efeitos", avalia Luisa Lina Villa, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Doenças do Papilomavírus Humano. A médica detalha que os benefícios cruzados encontrados na vacina bivalente são momentâneos, já que ela não foi criada para combater aqueles tipos de vírus, diferentemente do que acontece com os HPVs 16 e 18. Somente quando houver uma vacina voltada para os nove principais tipos, acredita a especialista, será possível verificar uma proteção assertiva, duradoura e altamente eficaz contra o vírus.


"As duas vacinas estão aprovadas para os programas de imunização de mais ou menos o mesmo número de países, com uma tendência para a bivalente na América Latina. Mas todos os pesquisadores e médicos tendem a olhar para a vantagem adicional daquela que protege também contra as verrugas genitais (a quadrivalente)", analisa. Luisa Villa alerta que, mesmo consideradas lesões benignas, as verrugas genitais podem ser mórbidas, requerem muitos tratamentos e são altamente infecciosas. Aquelas que acometem o trato respiratório podem levar à asfixia, por exemplo. "Tendemos a valorizar pouco o impacto da verruga pelo fato de ela ter um tratamento mais ou menos simples, mas existem consequências psicológicas, culpa e vergonha para o paciente que não são desprezíveis", considera.


Atraso brasileiro

No Brasil, as vacinas contra o HPV só são encontradas no setor privado. O preço significativamente alto afasta grande parte da população. A aplicação de uma dose da quadrivalente varia entre R$ 320 e R$ 400. A da bivalente custa cerca de R$ 200. Em ambos os casos, são necessárias três doses para a imunização completa.

O Ministério da Saúde não consegue estimar quando elas estarão disponíveis na rede pública. De acordo com o órgão, até o fim deste ano, deverá ser finalizado o levantamento técnico que avaliará a adoção da vacina contra o HPV no país. Além das vantagens e desvantagens de cada tipo, a pasta analisa as propostas dos produtores quanto à transferência de tecnologia para a produção nacional. A previsão é de que, em janeiro de 2012, sejam tomadas as decisões definitivas. "Estamos falando de um programa nacional de imunização. São mais ou menos 35 mil postos de vacinação que precisam estar preparados para administrar a vacina corretamente. Não é um processo que acontece de um ano para o outro", afirma o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

Professor e chefe do Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Universidade Federal Fluminense (UFF), Mauro Romero defende o uso da vacina quadrivalente e critica a demora na adoção dela no Sistema Único de Saúde. "Estamos falando de omissão. O preço é um problema para a imunização. Uma coisa é uma pessoa ir a uma clínica particular e comprar uma dose. Outra coisa é o governo comprar uma grande quantidade a um preço menor", argumenta.

Jarbas Barbosa ressalta que o impacto da vacina na mortalidade por câncer do colo do útero só poderá ser sentida 30 anos depois do início da vacinação. "Já conseguimos um redução da mortalidade por termos uma boa estratégia de detecção precoce pelo exame papanicolau e o tratamento de lesões. A vacina vai ser uma importante aliada, mas não substitui essas iniciativas", pondera secretário de vigilância em saúde. No mês passado, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou o projeto de lei que garante o direito a meninas entre 9 e 13 anos de receber gratuitamente a vacina contra o HPV na rede pública de saúde. O texto ainda deverá ser aprovado pela Câmara dos Deputados.

Resultados em dois anos

Está em fase III de estudos clínicos uma vacina nonavalente, que abrange imunização a nove tipos de HPV (16, 18, 6, 11, 31, 33, 45, 52 e 58). Ela é produzida pelo laboratório MSD, que também produz a vacina quadrivalente. O estudo é coordenado por pesquisadores dos Estados Unidos e atinge a população mundial, inclusive com testes no Brasil. É avaliada a segurança da aplicação e sua eficácia para prevenir as infecções e lesões causadas pelo vírus. A previsão é de que em um ou dois anos os resultados sejam conhecidos.

Taboão da Serra, no interior de São Paulo, foi o primeiro município brasileiro a vacinar meninos e meninas do 5º ano de todas as 25 escolas de ensino fundamental da cidade contra o HPV. A primeira dose da vacina foi ministrada em indivíduos do sexo masculino, no mês passado. Os homens normalmente apresentam menos sintomas e doenças associadas ao HPV, embora sejam os principais responsáveis pela transmissão do vírus às mulheres. Para entender a vacinação, a prefeitura realizou palestras com diretores, professores e profissionais de saúde, que tiraram as principais dúvidas sobre infecções e doenças. A segunda etapa vacinal está prevista para 5 e 9 de novembro. A última, entre 11 e 15 de março de 2013. Considerado um modelo mundial da vacinação contra infecções e doenças causadas por HPV, a Austrália anunciou que começará a imunizar os meninos a partir do ano que vem.




Fonte: Oncoguia

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Boca seca


Boca seca ocorre quando as glândulas salivares não produzem saliva suficiente para manter a boca úmida. Como a saliva é necessária para a mastigação, deglutição, degustação, e o ato de falar, essas atividades podem se tornar mais difíceis.

Causas
A boca seca pode ser causada pela quimioterapia ou radioterapia, que prejudicam as glândulas salivares. A boca seca causada pela quimioterapia torna a saliva mais espessa, provocando a sensação de secura, que geralmente é temporária e se reverte de duas a oito semanas após o término do tratamento.

A radioterapia da região da cabeça e pescoço também pode causar secura na boca. Após o fim do tratamento radioterápico pode demorar seis meses ou mais para as glândulas salivares voltarem a produzir saliva. Apesar de alguma melhora os pacientes podem apresentar secura durante o primeiro ano após o tratamento radioterápico, e muitos vão continuar a ter algum nível de secura por tempo indeterminado, principalmente se a radioterapia foi dirigida às glândulas salivares.

Boca seca e ferida na boca, também, pode ser causada quando é realizado o transplante da medula óssea. Além disso, alguns tipos de medicamentos, incluindo antidepressivos, diuréticos e analgésicos, podem causar boca seca. A boca seca também pode ser o resultado de uma infecção na boca ou desidratação.
Sinais e Sintomas
  • Sensação seca e desagradável na boca.
  • Saliva densa e fibrosa.
  • Dor ou sensação de queimação na boca ou na língua.
  • Rachaduras nos lábios ou nos cantos da boca.
  • Língua seca e rígida.
  • Dificuldade para mastigar, degustar, ou engolir.
  • Dificuldade ao falar.
  • Dificuldade para usar dentaduras.
  • Úlceras ou infecções na boca.
  • Cárie dentária.
  
Problemas Associados
Além da dificuldade de comer e falar, a boca seca pode causar problemas dentários. A saliva ajuda a manter o equilíbrio das bactérias na boca e protege contra infecções e cáries. Sem saliva o suficiente, as bactérias e outros organismos podem crescer muito rapidamente na boca, causando infecções e feridas. A saliva lava os ácidos e partículas de alimentos deixados na boca após a alimentação. Portanto, a falta de saliva pode causar cáries e doenças gengivais.
 
 
Manejo
Embora a boca seca não possa ser impedida, alguns tratamentos podem ajudar. Pacientes que fazem radioterapia na cabeça ou pescoço podem ter que usar um medicamento radioprotetor, que reduz a severidade da boca seca.
 
 
Algumas dicas para ajudar na prevenção da secura bucal e problemas dentários:
Ir ao dentista antes de iniciar o tratamento, radioterápico ou quimioterápico, para verificar a saúde da boca e dos dentes.
Escovar os dentes pelo menos quatro vezes por dia, com escova de cerdas macias e creme dental com flúor.
Passar fio dental suavemente uma vez por dia.
Enxaguar a boca quatro a seis vezes por dia, especialmente após as refeições, com solução de bicarbonato de sódio.
Beber pequenos goles de água durante todo o dia e usar saliva artificial para umedecer a boca.
Mastigar chiclete sem açúcar ou chupar balas sem açúcar para aumentar o fluxo de saliva.
Evitar bochechos com produtos dentários que contenham álcool.
Alguns dentistas prescrevem o uso de um gel de flúor para aumentar a produção de saliva.
 
 
Dicas para Alimentação
Beber pelo menos oito copos de água por dia.
Evitar bebidas alcoólicas, com cafeína e sucos ácidos.
Comer alimentos macios, úmidos, frios ou à temperatura ambiente.
Umedecer os alimentos secos com caldo de carne, molhos, manteiga ou leite.
Evitar alimentos secos, ásperos ou duros.
Evitar alimentos ácidos ou picantes.
Não fumar ou mastigar tabaco.
Evitar alimentos pegajosos e bebidas açucaradas.
 
 
Fonte: Oncoguia

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Outubro Rosa: o mundo em prol da conscientização e detecção precoce do câncer de mama


Você sabe tudo o que precisa saber sobre câncer de mama? Quando precisa começar a fazer os exames preventivos? A importância de um diagnóstico precoce? Se diagnosticado, você sabe quais são os tratamentos disponíveis? Conhece os direitos de uma paciente em tratamento de câncer de mama? Não se sinta mal se a resposta for "não” para alguma das questões. O movimento Outubro Rosa surgiu da necessidade de informação sobre a doença que, dentre todos os cânceres, é o que mais mata mulheres no mundo.

A ação foi criada para mobilizar, empresas, entidades e toda a população, com o intuito de conscientizar e chamar a atenção para a importância da prevenção e da detecção precoce do câncer de mama.

Na década de 1990, a instituição Susan G. Komen for The Cure realizou a primeira Corrida pela Cura, em Nova York, e distribuiu um laço cor de rosa para todos os participantes simbolizando a ação que, desde então, acontece anualmente.

Outras cidades americanas começaram a participar da mobilização, mas em ações isoladas, até que o governo americano aprovou o mês de outubro como o oficial para a conscientização do câncer de mama.

Em 1997, as cidades de Yuba e Lodi, na Califórnia, aderiram à causa e a denominaram Outubro Rosa. Em pouco tempo a mobilização passou a ser uma ação mundial.

Monumentos históricos, prédios públicos, pontes, entre outros são iluminados de cor rosa. Essa é uma das ações mais conhecidas do movimento que visa chamar a atenção para a causa. A França coloriu a Torre Eiffel, na cidade de Paris, a Itália, o Coliseu, em Roma. E diversos outros países também se mobilizaram. Com o Brasil não foi diferente.


BRASIL, em outubro: Verde, Amarelo e Rosa
No Brasil, a primeira ação do Outubro Rosa aconteceu em 2002, com a iluminação do Obelisco, monumento localizado nas imediações do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Outras cidades aderiram à causa, Curitiba, por exemplo, já coloriu a Ópera de Arame, Porto Alegre iluminou o Palácio Piratini, o Rio de Janeiro, o Cristo Redentor.

Em 2011, além de iluminar o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o país recebeu pela primeira vez a Brasil Race for the Cure, a nossa Corrida pela Cura.

Em parceria, as entidades Susan G. Komen, Instituto Oncoguia, Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), Sociedade Franco-Brasileira de Oncologia, Sociedade Brasileira de Mastologia, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica organizaram a iniciativa, que aconteceu no dia 24 de outubro, na cidade do Rio de Janeiro.

O Brasil vem se mostrando participativo na campanha e realizando inúmeras atividades que vão de palestras informativas, exposição de arte até a Corrida pela Cura.



Fonte: Oncoguia