quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Pesquisa no Amazonas relaciona câncer de pênis e HPV


A incidência do câncer de pênis e a associação da doença com o Papiloma Vírus Humano (HPV) é tema de pesquisa desenvolvida no Amazonas. O estudo está sendo realizado pela doutora em Ciências na área de Virologia e Imunologia da Fundação Centro de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Kátia Luz Torres da Silva.

O projeto conta com o apoio financeiro do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) via Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas).

De acordo com a pesquisadora, a FCecon já estava trabalhando na linha da associação entre vírus e o desenvolvimento de câncer. Ela explicou que, por meio do estudo intitulado ‘Caracterização epidemiológica e clínica dos pacientes portadores de carcinoma de células escamosas do pênis e associação com a infecção pelo Papilomavírus Humano’, será possível descobrir qual a associação e os fatores que contribuem para a alta incidência de câncer de pênis no Amazonas.

“O câncer de pênis tem uma atenção menor em relação ao útero, talvez por ser de menor prevalência. Mas no Amazonas, a frequência com que o câncer de pênis acontece, se destaca do resto do Brasil e em outras regiões do mundo inteiro, então algo existe aqui que faz com tenhamos um número relevante da doença na nossa região, o que nos levou a começar o estudo”, explicou.

A pesquisadora ressaltou que o projeto será desenvolvido na FCecon, com os pacientes que fazem tratamento na instituição e com o apoio de outras instituições, como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo e o Instituto de HPV Nacional.

Ainda segundo Torres, o trabalho contará com a participação do doutor em virologia e pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da Universidade do Estado de São Paulo (IMT/USP) e membro do Conselho Científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos HPVs, José Eduardo Levi.

“Vamos verificar se a doença é comum aqui, por que há essa grande incidência de câncer de pênis? Será que tem muitos mais vírus? Será que os pacientes são jovens?”, questionou.

De acordo com o pesquisador, outros questionamentos estão relacionados aos tipos de vírus que circulam no Amazonas, se são mais agressivos e se manifestam mais.

“Então temos que ver a epidemiologia, quem são essas pessoas? Qual o ocupação delas? Se há a presença do HPV nos pacientes? Qual o tipo do HPV? Então são perguntas que nós procuraremos responder, com o objetivo final voltado para a prevenção”, frisou Levi.

De acordo com o pesquisador, o vírus do papiloma é a causa a doença do câncer de útero, mas ele está também associado a vários tumores na região genital, como pênis, vagina e ânus.

O pesquisador esteve participando do 4º Simpósio Amazonense de Oncologia Cutânea, que aconteceu no final de novembro, no auditório da FCecon, onde ministrou palestras voltadas para os temas, Papilomas Vírus Humano (HPV) câncer de boca, de laringe e câncer de pele.


Fonte: D24am

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Brasil produz medicamento para tratamento de câncer


 

O Brasil passa a produzir um medicamento para o tratamento contra o câncer pela primeira vez. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou na manhã desta quarta-feira (19) o recebimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do primeiro lote nacional do Mesilato de Imatinibe, indicado para o tratamento de leucemia mieloide crônica e de estroma gastrointestinal (tumor maligno no intestino).

A produção será feita pelos laboratórios públicos Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Instituto Vital Brazil (da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro), em parceria com cinco empresas privadas. "O Brasil só tem condições de produzir um medicamento como esse e atrair o investimento de empresas nacionais porque somos um dos únicos países com mais de 100 milhões de habitantes a buscar atendimento universal e gratuito para todos", disse Padilha.

O acordo prevê a transferência de tecnologia para fabricação e distribuição do medicamento pelos próximos cinco anos. Para este período, o Ministério da Saúde estima que a iniciativa gerará uma economia de R$ 337 milhões ao SUS. A medida beneficiará cerca de 8 mil pessoas. A previsão é de que em 2013 sejam entregues ao SUS cerca de 4 milhões de comprimidos do medicamento.0

Fonte: Estadão

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Imagine a sua vida após o câncer


Quando as pessoas escutam a frase “você tem câncer”, a vida se divide repentinamente em partes distintas: antes e depois da doença. E o número de pessoas nessa segunda categoria continua a crescer.

Publicado pela Sociedade Americana do Câncer, o livro “Picture your life after Cancer” (algo como “Imagine a sua vida após o câncer”, em tradução livre), se concentra na vida transcorrida após o diagnóstico de câncer.

A obra é baseada num projeto multimídia do jornal The New York Times, que pediu aos leitores o envio de fotos e histórias pessoais. Até agora, quase 1.500 pessoas contaram suas vivências – as boas, as más, as desafiadoras e as inspiradoras –, criando um ensaio fotográfico dramático dos diferentes tipos de vida vividos nos anos seguintes ao diagnóstico.

Para a artista Susan Schwalb, um diagnóstico de câncer de mama nos primeiros estágios, aos 62 anos, levou à lumpectomia (remoção de nódulos do seio), seguido pela mastectomia e por uma cirurgia de reconstrução fracassada. Ela descobriu que o câncer era um desafio físico e mental, buscando suporte nos amigos e grupos de apoio para lidar com a tensão emocional. Quando viu o projeto, enviou uma foto de si mesma vestindo um avental de pintor respingado de tinta.

“Na minha vida profissional, o câncer me fez pisar fundo. Conheci gente que decidiu curtir a vida, se aposentar, fazer jardinagem. Eu decidi que precisava ter mais do que queria na vida e que era melhor agir logo, pois não terei a vida longa que imaginava me aguardar”, conta Susan.

Na verdade, um tema comum do projeto “Imagine a sua vida” é o câncer levando as pessoas a partirem em viagens postergadas há muito, a correr atrás da aventura e a passar mais tempo com os familiares. Fotos de montanhas sendo escaladas, passeios de camelo, excursões de mergulho e viagens de bicicleta agora fazem parte da colagem na internet .

David Posner, subchefe de medicina pulmonar do Hospital Lenox Hill, em Manhattan, disse que o diagnóstico de câncer de cólon metastático, aos 47 anos, o ajudou a se identificar com os pacientes cancerosos. A década passada acumulou nove operações, seis recorrências e três rodadas de quimioterapia, mas Posner afirmou nunca perder mais do que três semanas de trabalho.

“Encontrei minha salvação na família e no trabalho. Quando estava no trabalho, não pensava em mim mesmo, algo muito terapêutico. Vejo minha cota de pacientes com câncer e os motivo, e eles a mim.”

Segundo Posner, ele decidiu participar do projeto por querer contar que um diagnóstico de câncer – nem mesmo um terrível como o seu – não precisa definir a vida.

“Penso em me perguntarem sobre como foi minha última década, se ela foi desperdiçada ou se foi repleta de felicidade e alegria. O lance do câncer era doloroso, mas durante a maior parte do tempo eu me diverti a valer.”

A colagem “Imagine a sua vida” inclui diversas fotografias de sobreviventes com bichos de estimação. Sandra Elliott, de Claremont, Califórnia, enviou uma imagem dela com dois cães golden retriever, Buddy e Molly. Eles eram apenas filhotes quando ela recebeu o diagnóstico de câncer mamário no estágio dois, em 2003. Durante a recuperação da cirurgia e dos tratamentos quimioterápicos, ela levava os cachorros para passear no campus do Pomona College, próximo à sua casa, e, um dia, um fotógrafo profissional a capturou com sua máquina.

“Independentemente do grau de infelicidade naquele dia, independentemente do número de quimioterapias ou consultas médicas, esses dois cachorrinhos com grandes olhos negros olhavam para mim com o rabo balançando como se falassem: ‘Está na hora. Está na hora. Está na hora de sair!’.”

“Eu me sentia fisicamente terrível, e quando os via com aquela alegria pura na cara e no corpo, simplesmente por estarem ao ar livre, serem capazes de respirar ar puro, cheirar as árvores, perseguir um esquilo; aquele simples amor à vida que eles me mostravam melhorava meu pique diariamente.”

Elliott ainda vive com dor crônica por causa da lesão no nervo provocada pelo tratamento contra o câncer, e é capaz de se identificar com as outras pessoas do projeto que se preocupam se a enfermidade vai regressar ou nunca mais voltarão a se sentir completamente normais. Porém, para ela, um tema forte percorre todas as fotografias e histórias.

“Todos nós fomos forçados a encontrar a alegria nas pequenas coisas. Estou aqui sentada vendo um gerânio prestes a desabrochar. As coisas que existem por aí... Temos de ser lembrados de olhá-las. E o câncer é um lembrete dos grandes.”




Fonte: IG

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Exame para câncer de mama será parecido com teste de gravidez



Riscos dos exames
Cientistas mexicanos descobriram biomarcadores que poderão ser utilizados para o desenvolvimento de um exame rápido para detectar o câncer de mama.
As principais causas das polêmicas recentes sobre a mamografia são o excessivo número de falsos positivos e as doses de radiação a que as mulheres são expostas, que podem acabar aumentando o risco do câncer.
Mulheres serão avisadas de riscos das mamografias no Reino Unido
Por isso tem havido um interesse crescente em desenvolver novas técnicas mais eficazes e menos arriscadas para a detecção precoce do câncer de mama.


Biomarcadores
O Dr. Rodolfo Hernández Gutiérrez e sua equipe identificaram biomarcadores - moléculas presentes na corrente sanguínea - que já estão presentes no corpo antes do surgimento de qualquer sintoma da doença.
Segundo ele, a médio prazo, as moléculas permitirão o desenvolvimento de exames para detecção do câncer de mama com um funcionamento similar ao dos testes de gravidez vendidos nas farmácias.
Ou seja, ao contrário das mamografias, sem qualquer dose de radiação para as mulheres.

"Identificados estes biomarcadores, os oncologistas poderiam então submeter as mulheres aos exames tradicionais com um maior índice de êxito e curar a enfermidade antes que ela evolua para etapas mais avançadas, para as quais os tratamentos são mais agressivos e menos eficazes," disse o pesquisador.


Mercado
As moléculas podem ser identificadas por meio de um biochip, um pequeno dispositivo do tamanho de um selo postal.
O centro de pesquisas CIATEJ, onde foi realizada a pesquisa, está tentando repassar a tecnologia para a indústria, para que testes em maior escala possam validar o exame.




Fonte: Diário da Saúde

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Teste de respiração pode diagnosticar câncer colorretal



Um novo estudo mostrou que uma simples análise respiratória pode ser usada para a detecção do câncer de colorretal. A pesquisa integra o suplemento Improving Outcomes in Gastrointestinal Cancer.

O tecido composto por células cancerígenas tem um metabolismo diferente em comparação ao com células saudáveis, e produz algumas substâncias que podem ser detectadas através da respiração destes pacientes. Análises dos compostos orgânicos voláteis (VOCs) estão relacionadas ao câncer e são uma nova perspectiva na detecção.

Pesquisadores analisaram a respiração de 37 pacientes com câncer colorretal e de 41 saudáveis para avaliar o perfil dos VOCs. Uma rede neural probabilística foi usada para identificar o padrão destes compostos entre os dois grupos. Os resultados mostraram que pacientes com câncer colorretal têm um padrão seletivo diferente dos compostos voláteis quando comparados com os saudáveis, com base em 15 dos 58 compostos específicos das amostras de ar expirado.

O estudo foi capaz de discriminar pacientes com câncer colorretal com uma precisão de mais de 75%. "A técnica de amostragem de respiração é muito fácil e não invasiva, embora o método ainda esteja em fase inicial de desenvolvimento", observa Donato Altomare, líder do estudo, acrescentando que a pesquisa abre caminhos para que o teste de respiração se torne uma ferramenta de diagnóstico.


Fonte: Correio do Estado

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Portadoras de câncer participam de oficina de automaquiagem


Na manhã dessa quarta-feira (05), mulheres portadoras de câncer participaram de uma oficina de automaquiagem, realizada na capital paulista por meio do projeto "De bem com você – a beleza contra o câncer".

A iniciativa é coordenada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), em parceria com o Instituto Paulista de Cancerologia e em associação ao projeto social internacional Look Good Feel Better, realizado em vários páíses do mundo como Estados Unidos, Chile, Equador, Argentina e Uruguai. No Brasil, o projeto acontece desde 2011.

Para o oncologista Ricardo Antunes, diretor do instituto, a mulher que está em tratamento precisa também de outros cuidados. "Cuidar da beleza e da autoestima é fundamental e um programa como este, com referências internacionais, certamente trará inúmeros benefícios para as participantes", observou. 



Fonte: Terra

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ginástica terapêutica


Estudos e mais estudos têm confirmado a impressão dos médicos e dos cientistas da saúde pública. Pessoas com hábitos de vida, digamos, não muito saudáveis apresentam um risco excessivo de desenvolver doenças graves, como o câncer. Os cânceres de próstata e de mama são muito mais frequentes em pessoas obesas e sedentárias do que em atletas.

Até aí tudo parece intuitivo. Os cidadãos sabem, conhecem e reconhecem os benefícios do exercício físico regular e das dietas balanceadas na manutenção de uma boa qualidade de vida e saúde. Mas todos, eu incluído, temos a tendência de esquecer esses princípios e escorregar periodicamente na areia do sedentarismo e do sobrepeso. Até o dia que um médico qualquer detecta um câncer. Voltando para casa, os pacientes assim diagnosticados refletem e alguns se arrependem do modo de vida passado.

Como não é, ainda, possível voltar no tempo e corrigir condutas prévias, surge a questão persistente: mudar o estilo de vida agora, após um tratamento de câncer, tem algum valor? Mesmo porque já ocorreu o câncer. Seria tarde demais para evitar esse mal? A resposta não é tão simples. Tanta coisa muda após o diagnóstico e o tratamento de câncer, que fica mais difícil identificar com nitidez o impacto de uma mudança pontual de estilo de vida sobre o prognóstico e a evolução de um paciente com tumor maligno.

Cientistas liderados pelo doutor S. Mishra, da Universidade do Novo México (EUA), examinaram recentemente as evidências médicas já publicadas em revistas especializadas sobre o benefício da atividade esportiva sobre 4.826 doentes portadores de câncer durante o período do tratamento. O exercício regular influenciou claramente a qualidade de vida desses doentes. Ao mesmo tempo, os pesquisadores detectaram efeitos benéficos na qualidade de vida dos pacientes, mas somente quando a intensidade do exercício era moderada ou elevada. Não ficou claro o impacto de exercícios mínimos ou leves.

Outro estudo publicado em revista médica há poucos dias sorteou pacientes obesas, operadas e tratadas com quimioterapia e radioterapia pelo diagnóstico de câncer de mama precoce, para seguimento normal ou intervenção ativa com exercícios físicos orientados e programa de dieta hipocalórica.

Os pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, separaram 90 mulheres tratadas de câncer no seio em dois grupos. No primeiro, chamado de controle, as pacientes não recebiam nenhuma orientação especial, seguidas de forma rotineira. No segundo grupo, as doentes eram submetidas a um programa que consistia em três sessões de exercícios aeróbicos por semana e aconselhamento nutricional individualizado para reduzir o peso. Elas tinham de anotar continuamente seu consumo diário de alimentos e líquidos para um controle rigoroso de sua ingestão de proteínas, gorduras, carboidratos e vitaminas.

Os resultados do estudo foram encorajadores. Mesmo uma pequena redução do peso, em média ao redor de 1 quilo nesse grupo de pacientes, teve impacto detectável em todos os parâmetros medidos, incluindo colesterol, triglicérides e circunferência abdominal. Os índices de qualidade de vida, referidos pelas doentes, também foram significativamente superiores no grupo que fez dieta e exercícios. Apesar de essa pesquisa ser considerada preliminar e incluir poucos pacientes, os resultados foram animadores em estabelecer que pequenas mudanças de hábitos diários podem modificar a evolução de pacientes com câncer de mama tratadas. Fica óbvia, no entanto, a necessidade de realizar um estudo mais completo para ter certeza desses resultados, pois o desenho da pesquisa atual respondeu a poucas perguntas e criou dúvidas ainda maiores.



Fonte: Carta Capital

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

SP reduz incidência dos 7 principais tipos de câncer


A cidade de São Paulo teve redução da incidência dos sete tipos de câncer mais comuns na população, entre os quais pulmão, cólon e reto, colo de útero, estômago e mama, aponta levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgado ontem, Dia Nacional de Combate ao Câncer. É o primeiro estudo de tendência com base nos dados coletados pelos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP). O trabalho avaliou dez capitais e a cidade de Jaú (SP), que tinham pelo menos oito anos de série histórica. No caso de São Paulo, os dados foram registrados entre 1997 e 2008.

Para a maioria das cidades, o estudo aponta aumento de casos de câncer de mama, cólon e reto, próstata e pele não melanoma. Mas há tendência de redução dos cânceres de estômago, colo de útero e pulmão. Para os pesquisadores do Inca, a situação se explica pelas melhores condições ambientais e sanitárias, queda acentuada no tabagismo e acesso a exames preventivos.

"Nem todo tipo de câncer permite ação profilática e preventiva, mas o câncer de colo de útero, que já foi o de maior incidência nos anos 1980, é altamente evitável e curável. Houve um esforço para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, que começa a produzir resultados e pela primeira vez se percebe uma tendência à redução", diz o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini. As maiores reduções de incidência desse tipo de câncer ocorreram em Curitiba (-9,4%), São Paulo (-7,4%) e Palmas (-7,3%).

O diretor-geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, Paulo Hoff, afirma que, embora seja importante comemorarmos os bons resultados, o número absoluto de casos de câncer continua aumentando - são esperados cerca de 518 mil novos casos neste ano.

"A luta não está ganha, mas o estudo mostra que é possível obtermos avanços. Investimentos na prevenção podem trazer retorno para a sociedade", afirma. Para ele, a geração de dados da realidade brasileira é fundamental. "É preciso entender as características dos tumores que atingem a nossa população."

A mortalidade por câncer de pulmão em homens caiu na maioria das cidades. Mas o fenômeno não se repete entre as mulheres. O coordenador-geral de Prevenção e Vigilância do Inca, Claudio Noronha, lembra que o câncer de pulmão leva de 20 a 30 anos para aparecer. "As ações de controle do tabagismo, iniciadas há duas décadas no País, já começaram a surtir efeito na incidência, mas ainda não chegaram à mortalidade. Entre as mulheres, a tendência ainda é de aumento, porque elas começaram a fumar cerca de 20 anos após os homens."

O oncologista Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C. Camargo, lembra que a queda de incidência e mortalidade do câncer de pulmão vem sendo registrada em todo mundo como consequência das estratégias antitabagistas. "Se tirássemos o tabagismo, o câncer de pulmão não existira ou seria raro", afirma Gross, destacando que este é tipo de tumor que mais mata no mundo. São 1,5 milhão de mortes por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).


Metodologia
O estudo se baseou nos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), serviço que faz uma busca ativa pelos casos de câncer diagnosticados em hospitais, laboratórios e centros de imagem públicos e privados. Das capitais brasileiras, apenas cinco não têm o serviço - Rio de Janeiro, Maceió, Rio Branco, Macapá e Porto Velho.

Para calcular as estimativas de novos casos do Rio, o Inca parte dos dados de mortalidade e considera que o perfil dos pacientes da capital fluminense é semelhante aos de São Paulo, Vitória e Belo Horizonte, locais onde o registro está em funcionamento. A Secretaria de Saúde do Rio informou que desde o início do ano vem "construindo um projeto de trabalho com a Fundação do Câncer para aprimorar a atenção oncológica do Estado". O programa, para os próximos dez anos, inclui o RCBP. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.


Fonte: Diário do Grande ABC

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cabeça no lugar para lutar contra o câncer de mama


Trabalhar a mente para aliviar e curar as dores do corpo. A série de reportagens especiais de O DIA sobre câncer de mama trata hoje da importância de um acompanhamento psicológico para as pacientes que são diagnosticadas com câncer de mama.

“Acolhemos a mulher em um momento de grande confusão. Ela acabou de ser impactada pela notícia e, rapidamente, começa a fazer o tratamento. Nosso trabalho é ajudá-la emocionalmente a encarar essa nova realidade e, em seguida, enfrentar mudanças que a abalam muito, como queda de cabelo e retirada dos seios”, resume a psico-oncologista Laura Campos, 35 anos, do COI — Clínicas Oncológicas Integradas.

O trabalho junto à família também é fundamental, afinal, a doença tem grande influência sobre as pessoas que convivem com a paciente. “Já atendi casos em que a mulher estava de casamento marcado e descobriu ter a doença. Quando elas são casadas, também conversamos com os maridos. São eles que vão acompanhar todo o processo e, muitas vezes, a relação fica abalada. Algumas uniões terminam mesmo porque eles têm dificuldade de aceitar aquela nova condição em que sua companheira está cheia de limitações”, explica Laura. “Mas em muitas histórias eles são parceiros maravilhosos”, destaca.

A psico-oncologista Paula Ângelo, do CON (Centro Oncológico de Niterói), que há 15 anos trata esses casos, complementa: “Em grande parte a mulher está em idade sexual ativa e a primeira ideia é de que o câncer veio para acabar com tudo. Nosso papel é convencê-la de que a história pode ser diferente. Uniões estáveis não costumam ter fim por causa de um câncer”, avisa Paula.

Não são raros ainda os exemplos de mulheres que têm preconceito em relação a esse acompanhamento psicológico. “Muita gente ainda acha que psicólogo é coisa pra gente maluca”, confirma Paula Ângelo. “No entanto, quando a pessoa se abre para esse apoio, notamos que a evolução da doença acontece de maneira bem menos dolorosa”, conclui.

Apesar de algumas instituições realizarem esse tipo de trabalho com terapias em grupo, o que se nota é que as pacientes têm uma resistência em dividir suas histórias. “As mulheres preferem ser tratadas individualmente. Não querem se expor. Enquanto a família quer dividir e trocar experiências. Temos que saber respeitar isso”, pondera Laura Campos.

Profissional de uma clínica particular, ela frisa que o sistema público de saúde oferece também esse tipo de apoio com muita qualidade. “Felizmente, os serviços oferecidos pelos hospitais públicos e particulares nessa área são bem similares, com profissionais muito capacitados”, resume.

‘A ajuda psicológica foi essencial’

“Quando recebi a notícia de que tinha câncer de mama, não conseguia pensar em mais nada. Não bastava o apoio do marido, das duas filhas. Eu não queria falar com ninguém, muito menos aceitar ajuda de uma psicóloga, uma pessoa que eu nem conhecia. Mas a partir da segunda sessão, as reflexões começaram. Passei a perceber que poderia viver paralelamente à doença, valorizar as pessoas que me amavam e, com elas, buscar fazer as coisas que sempre me deram prazer. Ver um bom filme, programas corriqueiros. A ajuda psicológica foi essencial para concluir que o câncer era apenas um aspecto da minha vida e eu não poderia deixar de fazer todo o resto para me entregar a isso. Hoje já fiz a reconstrução dos seios, estou bem, mas continuo com minha psicóloga para entender isso que aconteceu comigo e tudo o que vem pela frente”. Elizabeth Moura, bancária, 51 anos.


Fonte: IG

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

“Tudo o que você precisa saber para vencer a celulite e ficar de bem com o seu corpo”



Nesta quinta-feira, dia 22/11, a nossa querida Vera Golik estará na Livraria da Vila divulgando seu livro, “Tudo o que você precisa saber para vencer a celulite e ficar de bem com o seu corpo”, que está na sua segunda edição, ampliada e atualizada.

 
O lançamento será das 18h30 às 21:30 na Livraria da Vila, localizada na Alameda Lorena, 1731.
Quem puder comparecer e prestigiar a nossa querida Vera será muito bem-vindo!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A era dos tratamentos inteligentes contra o câncer


A estratégia para superar esse inimigo mudou nas últimas décadas. Até os anos 1990, os médicos basicamente bombardeavam o câncer com as tradicionais quimio, radio e hormonioterapia ou tentavam extirpá-lo por meio de cirurgias. Esses tratamentos, embora ainda sejam fundamentais na batalha, causam baixas expressivas no organismo por atingirem tanto o vilão da história como o tecido sadio, o que sempre traz complicações. No entanto, com um conhecimento cada vez maior nesse front, surgiu um conceito inovador: em vez de golpear o adversário diretamente, por que não tornar as tropas do próprio corpo mais eficazes contra ele, e apenas ele?

Essa tática inusitada ganhou destaque e avança a passos largos. Prova disso é o aparecimento do ipilimumabe, fármaco já aprovado nos Estados Unidos - e que deve desembarcar no Brasil nos próximos meses - para tratar o melanoma, um tipo extremamente agressivo de tumor de pele. "As células cancerosas, apesar de possuírem alterações, têm semelhanças com as saudáveis, e isso faz com que o sistema imunológico não as veja como ameaça. O ipilimumabe tira o freio das nossas defesas, deixando-as propensas a identificar e atacar a doença", esclarece Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde parte das pesquisas com a droga foram realizadas, e autor do livro Como Superar o Câncer, publicado por SAÚDE. "A utilização dela aumentou em quatro meses a sobrevida dos pacientes. E isso é apenas uma média. Há casos em que o tempo foi significativamente superior", ressalta Hoff.

Por atuar nos glóbulos brancos, em tese o remédio deixaria o organismo mais preparado para debelar outros cânceres além do melanoma. "A lógica realmente faz sentido, mas são necessários estudos para corroborar essa teoria", avisa o oncologista Ricardo Caponero, da Clínica de Oncologia Médica, na capital paulista. O fato é que o medicamento se mostrou eficiente e, acima de tudo, foi bem tolerado por quem recebeu suas doses.

O ipilimumabe é um anticorpo monoclonal, unidade de defesa feita em laboratório que age em moléculas específicas no exterior de uma célula. "A diferença é que a nova droga atua diretamente no sistema imune, enquanto as outras da mesma classe se ligam ao câncer para avisar que ele está ali e deve ser exterminado", diferencia Caponero. Acontece que, antes de criar essas armas teleguiadas, é preciso achar alvos, ou melhor, antígenos onde elas possam fazer seu trabalho. "E cada tipo de tumor tem antígenos únicos", diz a radioterapeuta Deborah Kuban, diretora do MD Anderson Cancer Center, nos Estados Unidos.

Em outras palavras, a luta contra esse mal tende a ficar mais individualizada, porque os medicamentos começam a agir, de maneira bem eficaz, em mecanismos restritos a poucas versões da enfermidade. "Já estão disponíveis tratamentos sob medida para uma série de variações e esperamos que, no futuro, tenhamos opções para todas", afirma Sérgio Simon, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Na contramão, pesquisadores da americana Universidade Stanford estão em busca de um remédio com potencial para arrasar muitos tumores distintos sem danificar tecidos saudáveis. Em testes com camundongos, eles encontraram a proteína CD47, presente em cânceres de mama, ovário, cólon, bexiga, fígado, entre outros, e que, ao ser travada por um anticorpo monoclonal, inibia o crescimento da doença. "Isso mostra que essa proteína é um alvo promissor", opina o patologista Irving Weissman, envolvido no projeto. Embora animadora, a descoberta é vista com cautela. "Mesmo que o antígeno seja comum a vários tumores, em seres humanos a resposta ao seu bloqueio pode ser diferente de um caso para outro", contrapõe Hoff.

Abaixo a resistência!
Frequentemente se observa uma terapia surtindo efeito a princípio, mas que, logo depois, não contém mais o avanço do câncer. "Por isso, é fundamental contar com um arsenal vasto como o que começamos a ter hoje em dia. Quando um tratamento para de funcionar, outro o substitui", explica Carlos Henrique Barrios, oncologista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A resistência se instala devido a mutações que ocorrem no DNA das células cancerosas. Ainda bem que surgem maneiras de ao menos postergá-las. Um bom exemplo é o everolimo. Esse novo fármaco retarda a adaptação de um tipo de tumor de mama à hormonioterapia, que diminui a atuação de hormônios por trás do mal. Com ele, o tempo de sobrevida médio das mulheres acometidas por essa moléstia mais do que duplicou. "Os resultados são tão impressionantes que acreditamos se tratar de um dos maiores progressos dos últimos 20 anos", analisa Barrios.

Os radares que flagram o câncer também passaram por uma modernização. "A acurácia dos métodos de detecção está maior e começamos a utilizar reagentes que tornam as imagens mais nítidas", destaca Hoff. Explica-se: antes da avaliação em si, é administrada uma substância que, ao entrar em contato com determinado tumor, promove uma reação química visível no exame. Isso ajuda a enxergar melhor a extensão e a agressividade do problema.

"Estamos chegando a um momento em que o diagnóstico poderá ser feito por meio de procedimentos simples e com menos trauma ao paciente", assegura Deborah. Uma amostra de sangue, hoje, já ajuda o médico a verificar a existência de um câncer de próstata. E espera-se que daqui a pouco tempo esteja disponível um exame de fezes que acuse a presença de um tumor no intestino. Isso, além de dar mais segurança ao oncologista sobre o que está enfrentando, vai evitar que muita gente passe sem necessidade por métodos como a colonoscopia, tão eficiente quanto invasiva. "Como todos os cânceres são banhados por sangue, talvez no futuro consigamos identificar qualquer um deles com uma mera avaliação do líquido vermelho", aposta Hoff. Ao longo da história, esse inimigo se mostrou mais perspicaz do que imaginávamos. Mas a ciência, sempre no seu encalço, está cada vez mais próxima de agarrá-lo.

Um olhar mais humano
A ideia de dar força para a própria pessoa vencer o câncer não está restrita à farmacologia. "O bem-estar vem associado a melhores respostas do sistema imune, e isso influencia no tratamento", garante Alfredo Barros, mastologista da Universidade de São Paulo. Daí a importância dada hoje a cuidados mais integrais, que abordam desde a psicologia até a nutrição.

O que breca a evolução do tratamento
Estima-se que 1 bilhão de dólares são gastos para o desenvolvimento de cada novo remédio. Esse valor gera dependência da indústria farmacêutica, porque as universidades e outros centros geralmente não conseguem pagar a conta. Aí, o ritmo dos avanços na área diminui. Afora isso, a burocracia para realizar uma pesquisa desse tipo é enorme. "Precisamos ter mais gente lidando com a papelada do que trabalhando nos experimentos em si", lamenta Paulo Hoff.

O progresso do anticorpo monoclonal

As primeiras versões dessa arma eram feitas só com DNA de camundongos. Mas novas técnicas possibilitaram a criação de anticorpos monoclonais com parte dos nossos genes. Atualmente, há alguns inteiramente humanos e, logo, menos propensos a gerar alergias ou a serem rejeitados pelo sistema imune.

Melhorias para ambos os sexos
Graças aos últimos avanços, tumores como o de mama, muito comum nas mulheres, e o de próstata são mais facilmente superados

Mulheres Além da droga everolimo, que aumenta o tempo e a qualidade de vida diante de tumores na mama, as cirurgias estéticas atuais trazem resultados ótimos. Assim, quando é preciso tirar parte da glândula, o espelho não vira oponente do bem- estar.

Homens Já há um ultrassom altamente preciso para eliminar o câncer de próstata. "Ele atenua o risco de infertilidade e de órgãos adjacentes serem afetados", diz Gustavo Guimarães, diretor de urologia do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, onde o aparelho é usado.

Tradicionais, porém não desatualizados
Quimioterapia As drogas são menos tóxicas do que antes e, no presente, existem alternativas à disposição dos especialistas para controlar as reações adversas.

Radioterapia As máquinas emitem raios que contornam o tecido saudável sem atingi-lo em cheio. Com isso, lesões em órgãos próximos ao tumor são minimizadas ao mesmo tempo que a potência da radiação sobe, tornando o tratamento ainda mais letal contra a doença.

Cirurgia Fora as operações robóticas, que geram menos danos nos arredores da intervenção, técnicas foram criadas para alcançar regiões de difícil acesso, como o assoalho pélvico.



Fonte: Abril

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mulheres bem casadas têm mais chances de superar câncer de mama


As mulheres são mais propensas a sobreviver ao câncer de mama quando são felizes no casamento ou possuem relações estreitas com amigos e familiares, de acordo com pesquisadores. Segundo estudos americanos, divulgados no jornal Daily Mail, laços fortes com pessoas queridas são cruciais para vencer a doença. As pacientes isoladas socialmente tiveram uma probabilidade 61% maior de morrer devido à doença nos três anos seguintes ao diagnóstico.

Acadêmicos acreditam que o apoio emocional dado por parceiros, amigos e familiares é fundamental para ajudar a mulher a superar o câncer de mama. Além disso, essas pessoas também podem fornecer ajuda prática, como transporte para o hospital ou cozinhar para a paciente quando está debilitada. Porém, os estudos apontam que não há necessariamente uma relação direta com o
número de amigos e familiares, mas sim com a qualidade dessas relações.

A primeira pesquisa desse tipo, realizado por cientistas do centro de pesquisa Kaiser Permanente, na Califórnia, estudo 2.264 mulheres diagnosticadas com câncer de mama. O grupo foi questionado sobre a existência de um marido ou companheiro, se possuia pais vivos e parentes e amigos próximos. As pacientes também relataram o apoio que receberam dessas pessoas e deram uma nota para a participação desses entes queridos. “Descobrimos que mulheres em pequenas redes sociais tiveram um risco de mortalidade significativamente maior do que aquelas em um grupo maior”, afirmou Candyce Kroenke, líder da pesquisa.

Mesmo quando as mulheres não estavam perto da família ou amigos, mas eram membros ativos da comunidade, ou pertenciam a uma igreja ou grupo religiosos, as chances de sobrevivência eram impulsionas por esse laço, segundo especialistas. "Isso sugere que a qualidade das relações - e não apenas o tamanho da rede – importa para a sobrevivência e que relações com a comunidade são importantes quando os laços com amigos e familiares são menos favoráveis”, defende Candyce.



Fonte: Tô Sabendo

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SP quer descentralizar combate ao câncer


A Secretária da Saúde do Estado de São Paulo investiu em um pacote de cerca de R$ 50 milhões para equipar hospitais e descentralizar o tratamento de câncer.

"É um
processo de modernização de hospitais estratégicos, principalmente os universitários, mas também para dar acesso a novas tecnologias nos hospitais da rede", afirma o secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

"A ideia é que essas tecnologias mais avançadas de diagnóstico e terapêutica cheguem a outros hospitais, não apenas aos de ponta da rede. Estamos fazendo uma democratização de recursos tecnológicos pelo Estado."

São equipamentos para tomografia, ultrassom e videocirurgia de tecnologia mais avançada, que não estavam disponíveis em hospital de média complexidade, como os de Assis, segundo Cerri.

Um outro esforço, de acordo com o secretário, é em equipar a rede para descentralizar o atendimento de câncer. O Hospital Guilherme Álvaro (Santos) terá uma unidade supervisionada pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.

"Os pacientes da Baixada Santista serão atendidos com tecnologia igual à que é encontrada em São Paulo", afirma o secretário.

Outro exemplo é o hospital Luzia de Pinho Melo (Mogi), que terá uma unidade de câncer completa.

São 23 novos equipamentos de radioterapia, em vários locais, como Mogi, Guarulhos, Presidente Prudente, Santos e Heliópolis, diz.

Os hospitais de primeira linha, os universitários, que são considerados estratégicos, por sua vez também contam com recursos.

"Colocamos tecnologia de ponta até mesmo para o país, o continente, como é o caso da ressonância de sete tesla, um projeto em parceria com outras instituições". A rede estadual usa hoje equipamentos com três tesla (potência do magneto).

No Dante Pazzanese e no Incor, foram instaladas salas híbridas, em que se faz o diagnóstico e a cirurgia reparadora, com tecnologia das mais modernas no tratamento de doenças cardíacas e coronarianas.




Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Má distribuição de mamógrafos afeta diagnóstico precoce de câncer

O Brasil tem quase o dobro dos mamógrafos recomendados pelo Ministério da Saúde, mas eles não estão acessíveis para todas as brasileiras.


O Bom Dia Brasil mostrou que o Senado aprovou uma lei que estabelece um prazo para que pacientes com câncer comecem o tratamento no Sistema Único de Saúde. E foi investigar porque é tão difícil marcar os exames.

No caso do câncer de mama, o Brasil tem quase o dobro dos mamógrafos recomendados pelo Ministério da Saúde, mas eles não estão acessíveis para todas as brasileiras.

A máquina é capaz de detectar um nódulo, antes mesmo que ele seja percebido pelo toque. “A principal vantagem do exame é que as lesões que você consegue tocar já têm dois centímetros. Na mamografia você detecta com milímetros”, explica.

O exame é o principal aliado da mulher no diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que mata mais de 12 mil pessoas por ano no país. Mas os equipamentos ainda estão distantes de muitas brasileiras.

O problema não é o número de mamógrafos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde. Em todo o país, são cerca de 1,5 mil. O Ministério da Saúde recomenda 1 mamógrafo por 240 mil habitantes, e a média brasileira é de quase 2.

Mas eles são mal distribuídos. Mais concentrados no Sul, Sudeste e no Centro-Oeste. E em menor proporção no Nordeste e Norte do país.

Em todo o estado do Acre, existem apenas três mamógrafos para exames pelo SUS. No Amapá e em Roraima, dois. Em Rondônia, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são 10, mas a espera é grande.

Mesmo depois de descobrir um nódulo no seio, Clemildes vai ter que aguardar dois meses até o exame. “Ele tem aumentada um pouco e queimado muito. Estou muito preocupada, mas confio em Deus”, afirma.

Fazer a mamografia é ainda mais difícil para quem mora longe dos grandes centros. “Cerca de 50% dos municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes não possui mamógrafo, ou seja, o acesso é um problema. A gente sabe que ele está associado diretamente à queda de mortalidade”, explica Marcelo Bello, médico da Sociedade Brasileira de Mastologia.

A estimativa é de 52 mil novos casso de câncer de mama no Brasil em 2012. E as imagens podem fazer toda a diferença no futuro desses pacientes.

Para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, o Ministério da Saúde vai lançar o programa de mamografia móvel. Carretas e barcos levarão mamógrafos a lugares distantes do país.
 


Fonte: Globo

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Menino de 3 anos doa medula e salva vida de irmão de 5


Um menino de três anos doou células de sua medula óssea ao irmão de cinco anos e salvou sua vida, de acordo com seus pais e com médicos argentinos.

Com ajuda dos especialistas, os pais das crianças lhes explicaram como seria a intervenção médica e que um irmão ajudaria o outro a voltar para casa, após dias de hospital.

"Eu disse a eles toda a verdade desde o início. A Benjamín, de três anos, eu disse que ele ajudaria o irmão, Faustino, de cinco anos, a sair do hospital e a voltar pra casa para brincar com ele", disse Mariana Torriani, mãe das crianças, à BBCBrasil.

Ela contou que "em momento algum" Benjamín chorou ou demonstrou medo de ser internado. "Eu expliquei a Benjamin que seria como doar sangue ao irmão e ele entendeu a situação", afirmou.

As crianças foram atendidas no hospital público e pediátrico Sor María Ludovica da cidade de La Plata, na província de Buenos Aires.

"Eu quis revelar o que aconteceu com meus únicos filhos para que as pessoas não tenham medo de ser doadoras. Não tenham medo de salvar vidas", disse Mariana, de 32 anos.

Mariana, o marido, Martín, e os filhos moram na cidade de Laprida, em uma área de fazendas, na província de Buenos Aires.

"Depositei toda a confiança nos médicos. Eles me explicaram que hoje os riscos são mínimos para o doador e que o tratamento também avançou muito para os que necessitam do transplante. Mas Faustino ainda precisa de cuidados, que também estavam previstos antes da operação", disse. Além dos especialistas, as crianças contaram com apoio de psicólogos do hospital.


Um ano
Tudo começou quando há um ano, em 27 de outubro, os médicos diagnosticaram que Faustino sofria de leucemia e que o melhor caminho para seu caso seria o transplante de medula óssea.

"Foi muito forte saber o diagnóstico. A única opção era lutar, enfrentar o problema", disse Mariana.

Ele realizou tratamento de quimioterapia durante alguns meses e os médicos sugeriram a alternativa do transplante de medula óssea, como contou a chefe do serviço de hematologia do hospital, Alcira Fynn.

"Os irmãos são normalmente os mais compatíveis para ajudar um ao outro. Filhos dos mesmos pais, eles possuem a mesma, digamos, matriz. E foi o que aconteceu", disse Fynn.
Segundo ela, foi retirado "sangue do osso" do doador que, no caso de Benjamin, passou quarenta e oito horas internado.

"Os tecidos (das células) são renováveis. A doação hoje é mais simples e frequente do que se imagina. Existem riscos? Sim, mas para o doador ligados à anestesia apenas", disse a especialista.

Faustino foi operado em junho e voltou para casa dez dias após a cirurgia, de acordo com a médica. "No ano que vem ele já poderá voltar para a escola", disse Fynn. Ela afirmou que dos 210 casos de transplantes realizados no hospital, cem foram com a doação de um familiar direto da pessoa em tratamento.

Mariana contou que Benjamin retornou às aulas no jardim de infância poucos dias após ter sido internado para ajudar o irmão. "Agora é ter cuidado e paciência para a conclusão do tratamento e para que Faustino volte à vida normal", disse ela.

Como transplantado, o menino não pode ser exposto a bactérias para que não sofra nenhuma infecção. "Nós achamos que o pior já passou e que de agora em diante tudo será cada vez melhor. Os dois são muito unidos e depois da experiência ficarão ainda mais unidos", disse Mariana à imprensa argentina.

De acordo com dados oficiais, somente na província de Buenos Aires contam-se 15.100 doadores no registro nacional de doadores de células-mãe. BBC Brasil - Todos os direitos reservados.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Psiconeuroimunologia - O possível efeito do estresse sobre o Câncer


Muitas vezes recebo pacientes oncológicos que me dizem saber quando o seu câncer se iniciou. Uns mencionam a morte da mãe, outros o adoecimento do pai por Alzheimer, a perda de uma filho, um divórcio, uma aposentadoria indesejada, etc... ou seja, sempre há, anteriormente, uma perda muito sentida.

Em geral, quando o resultado histopatológico chega, há uma relação temporal entre o início da neoplasia, ou da recidiva e o fato traumático mencionado.

Não podemos afirmar, porém, que uma perda importante cause necessariamente o câncer. Diversas pessoas sofrem perdas bastante dolorosas e não desenvolvem neoplasias.
O que podemos afirmar é que uma perda importante que não tenha sido ressignificada pode ajudar o aparecimento de doenças, dentre elas o câncer.

Ressignificar uma perda é metabolizá-la bem, aceitá-la e transpor o fato criando outros significados para ele.

Há pessoas que se fixam em um fato e continuam a vivê-lo sem evoluir para outras etapas, não criando outros projetos, outras metas; tornam-se prisioneiros do passado.

Isso causa um estresse continuado e crônico, que mesmo não sendo sentido pela pessoa, vai minando o funcionamento do seu organismo como um todo e propiciando o aparecimento de algumas doenças. O termo stress, foi cunhado por Hans Seile na década de cinquenta e quer dizer pressão em alemão.

O ser humano necessita de certa quantidade de pressão para cumprir suas tarefas diárias, ser estimulado a perseguir novos objetivos e até para saciar as necessidades básicas de fome e sede. Isso é o que chamamos de estresse positivo ou eustress.


Quando, porém, uma tarefa exige uma quantidade exagerada de energia para ser desempenhada, ela tomará recursos do indivíduo que estavam alocados para outras funções. Estas, por sua vez, ficarão comprometidas. Muitos acidentes de trânsito ocorrem por esse deslocamento de energia que torna a pessoa desatenta e diminui seus reflexos. Esse é o estresse negativo ou distress.

Ainda há os casos em que o gasto energético não é demasiado, mas muito prolongado, podendo acarretar desgaste no sistema como um todo e acarretar várias reações, todas maléficas, como, por exemplo, o adoecimento.

A Psiconeuroimunologia (PNI), ciência que explica o funcionamento sistêmico do ser, confere autenticidade a essa posição.

Para a PNI, a saúde é o equilíbrio dinâmico entre os diversos sistemas que compõem o ser. Qualquer alteração em um dos sistemas (psicológico, neurológico, endocrinológico ou imunológico), acarreta um desequilíbrio em todas as partes do indivíduo.

A tendência posterior é a de o sistema se reequilibrar, pois possui vários mecanismos para tal. No entanto, um desequilíbrio continuado pode ser fatal, levando o sistema à falência e ensejando o aparecimento de doenças.
O estresse continuado, ocasionado por um trauma não sobrepujado, mina o sistema imunológico. Propicia, por mecanismos de retro-alimentação, o descontrole de neuro-transmissores cerebrais (entre eles a serotonina e a noradrenalina), causando depressão. Como sabemos, um organismo debilitado em suas defesas (especialmente carente das células Natural Killers, matadoras naturais, que combatem células tumorais) e deprimido tem mais chances de permitir o aparecimento e o desenvolvimento de tumores.

A posição de "vítima” de certos pacientes, mesmo após vencida a doença, também é por demais negativa, porque impede que superem o papel de "doente” e adotem o de "ter tido um câncer”.

A "vítima” é sempre passiva diante do que lhe acontece. Essa atitude, que a princípio é mais confortável, a longo prazo imobiliza a pessoa, retirando-lhe qualquer sensação de controle sobre sua vida.

Há pessoas que lidam com o diagnóstico de câncer enfrentando-o com dor, é claro, porém dentro da realidade. Elas procuram utilizar-se de todas as possibilidades que o arsenal médico e das áreas afins oferecem e, mesmo sabendo que têm uma doença potencialmente fatal, conseguem continuar com as suas vidas normalmente após a alta. Acreditam na vida que pode ser vivida a partir de então.

Alguns indivíduos, diante da possibilidade real de finitude, refazem seus planos de vida, mudam seus valores, tornam-se pessoas mais autênticas e vivem realmente o presente, que, afinal, é o único tempo que todos nós temos...
O medo da recidiva de um câncer é claro que pairará sempre sobre o paciente, seus familiares e amigos. Muitos, no entanto, conseguem não se paralisar com essa possibilidade e vivem uma vida com muito mais senso de autenticidade.

Muitas vezes, quando a doença já avançou, o medo não é propriamente da morte, mas do sofrimento, da dor, da desfiguração, da dependência. Enfim, da perda da autonomia.

Para a dor a Medicina já possui recursos que aliviam sobremaneira o sofrimento. Nos dias atuais, a fase terminal de um câncer, se bem conduzida, não precisa ser terrível.

Nessa etapa, em que não há mais esperança de cura, trabalha-se unicamente pela qualidade de vida da pessoa e de sua família. Sempre há o que fazer para aliviar os sintomas e dar conforto.

Hoje estou permanentemente em contato com pacientes oncológicos que têm plena consciência de que sua doença é crônica. Sabem que não vão curar-se, mas também que a doença não é uma sentença de morte iminente.
Há cada vez mais pacientes que lutam e combatem um câncer por anos a fio e continuam vivendo tão plenamente quanto suas possibilidades permitem.

Nesse caso, a meu ver, a comunicação clara e verdadeira entre a equipe médica, paciente e familiares diminui sobremaneira o peso das dúvidas, dos segredos e dos cuidados fortuitos de poupar o paciente e a família do real estado de saúde da pessoa.

Essa sinceridade pode, às vezes, permitir que assuntos não resolvidos entre os familiares possam ser ventilados, providências legais sejam tomadas a tempo e perdões e despedidas possam ocorrer.

Em alguns casos, porém, observamos o contrário acontecer. Paciente e família imaginarem que a morte é iminente sem que seja esse o caso. Antecipam desnecessariamente a dor, o luto, a tristeza e a perda, sem aproveitar qualitativa e quantitativamente um tempo precioso com seus entes queridos.

Atualmente, já está constatado o importante papel da alegria na prevenção de processos de adoecimento. A Clínica Mayo acaba de publicar um estudo retrospectivo sobre pessoas entrevistadas há trinta anos que se dividiam entre otimistas e pessimistas. Ao longo dos anos seguintes à pesquisa, os componentes do primeiro grupo adoeceram 50% menos das mais diversas doenças, do que as que se qualificavam como pessimistas.

Podemos citar ainda outro estudo publicado em agosto de 2002, pela Revista Câncer. Nele, além da influência do estresse na imunomodulação e, por conseguinte, na ligação entre sistema imune deficiente e progressão do câncer, abriu-se outra senda interessante de investigação: O tumor é uma vida dentro da vida. Para se desenvolver, precisa de nutrição e mobiliza o mecanismo de angiogênese, ou seja, a formação de novos vasos.

É através desta nova e anômala rede de vasos sanguíneos que o tumor se alimenta e permite a multiplicação infinita de suas células.

O referido estudo da Universidade de Iowa mostra que mulheres que se definiam como tendo um bom sistema de apoio social e diagnosticadas com câncer de ovário tinham uma formação de novos vasos menor, ou seja, uma melhor expectativa para a sua doença, pois menos nutrientes chegavam ao tumor.

Por fim gostaria de mencionar que a medicina hoje já tem uma expectativa tão positiva para certos tipos de câncer em crianças, adolescentes ou adultos ainda sem filhos, que tenta proteger de forma química, cirúrgica ou através da criopreservação, parte das gônadas (os órgãos reprodutivos), antevendo um futuro em que a criação de uma prole seja possível.
Falar que uma mulher que teve câncer de mama está grávida já não é mais uma heresia. Tomando-se as devidas precauções, isso já faz parte da realidade.

Algumas Leucemias que eram fatais, hoje são curáveis, tumores inoperáveis hoje podem ser abordados, entre outras tantas novidades alvissareiras.

Cada vez mais o progresso da ciência e o trabalho interdisciplinar tenderão a apagar o fantasma do diagnóstico de um câncer.

Comecemos então assim: tratamentos atuais e integrados, boa rede de apoio, enfrentamento eficaz do estresse, coragem, boa sorte e longa vida!



Márcia Stephan - Psicóloga
Fonte: Oncoguia

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Vivendo com o câncer


Para algumas mulheres com câncer de mama, o tratamento pode remover ou destruir o câncer, mas chegar ao fim do tratamento pode ser estressante. Ao mesmo tempo em que a mulher se sente aliviada com o término do tratamento, fica a preocupação de uma recidiva ou metástase. Este é um sentimento muito comum para a maioria das mulheres que tiveram câncer de mama.

Pode demorar algum tempo até diminuir as incertezas e medos. Mas ajuda saber que muitas pacientes com câncer de mama, hoje já aprenderam a lidar com esta incerteza e estão vivendo uma vida plena.

Em outras pacientes, o câncer pode não desaparecer completamente. Essas pacientes continuarão realizando tratamentos regulares com quimioterapia, radioterapia ou outras terapias para tentar manter a doença sob controle.

Cuidados no Acompanhamento
Quando o tratamento termina, os médicos irão acompanhá-la de perto por alguns anos. Por isso é muito importante comparecer a todas as consultas de acompanhamento. Nestas consultas o médico sempre a examinará, conversará com você sobre qualquer sintoma que tenha apresentado, poderá pedir alguns exames de laboratório ou de imagens para acompanhamento e reestadiamento da doença.

No início, as consultas serão a cada 3-6 meses, mas com o tempo serão espaçadas, até que após os 5anos passarão a ser anuais. As pacientes que fizeram uma cirurgia conservadora realizaram inicialmente mamografia semestral, e em seguida anualmente. As mulheres que fizeram mastectomia devem continuar a realizar mamografias anuais da mama remanescente.

As pacientes que fazem uso do tamoxifeno deverão realizar exames ginecológicos anuais, uma vez que essas drogas podem aumentar o risco de câncer de útero em mulheres menopausadas.
As mulheres que recebem hormonioterapia devem ser monitoradas para qualquer risco de enfraquecimento ósseo com densitometria óssea.

Outros exames, como exames de sangue, marcadores tumorais, função hepática, tomografia computadorizadas, cintilografias ósseas e radiografias de tórax não fazem parte de um acompanhamento padrão, eles devem ser realizados em caso de algum sintoma específico ou achados no exame físico, que possam sugerir a recidiva da doença.


Fonte: Oncoguia 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Voltando ao Trabalho após o Câncer

Se você faz parte do time das pessoas que acaba se afastando do trabalho durante o tratamento do câncer e, após o término opta por voltar a trabalhar, esse texto vai lhe ajudar muito.
 

Voltar ao trabalho após um período afastado não é uma tarefa simples, mas se você estiver relaxado, confiante e encarar esse retorno como um passo importante na sua recuperação, a volta à rotina será mais fácil e prazerosa.

Saiba que sentir um misto de emoções, como medo, alívio, esperança e talvez até certo constrangimento é normal e pode acontecer sim. Mesmo que você tenha certeza de que está pronto para retornar, você pode se preocupar com o que vai encontrar: indiferença ou apoio? Isso depende particularmente de como você lida com essa situação. Aqui estão algumas sugestões para facilitar a sua volta ao trabalho:


Seja Você Mesmo
Se você é uma pessoa comunicativa, você provavelmente vai querer compartilhar detalhes de sua doença e recuperação com os seus colegas de trabalho. Se você é mais discreto, apenas diga a todos que você está bem. A quantidade de informação que você quer compartilhar depende de como é o ambiente do seu trabalho e o quão a vontade você e os outros estão acostumados com o tema câncer. Pode ser mais fácil caso algum outro funcionário já tenha passado pela mesma situação que você.


Entrando no Ritmo
O mais importante é você sentir confiança e acreditar no seu potencial. Algumas dicas podem ser úteis:


- Tão importante quanto se sentir capaz de trabalhar é sentir-se psicologicamente bem. Se julgar necessário, procure ajuda de uma psicóloga.
- Avalie a sua disponibilidade para o trabalho e os efeitos colaterais dos medicamentos que você possa ainda estar tomando.
- Atualize-se. Participe de congressos e palestras.
- Concentre-se no trabalho, mesmo que exija tarefas tediosas. Lembre-se que você deixou de ser um paciente para voltar a ser um trabalhador novamente.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Reconstrução mamária é fundamental para recuperar autoestima após a mastectomia

O impacto negativo da perda de um símbolo de feminilidade como o seio é um dos temas de destaque durante o Outubro Rosa. A reconstrução mamária pode contribuir para o sucesso do tratamento do câncer de mama.

 


O câncer de mama é hoje o segundo tipo da doença mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, segundo dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer. No Brasil, as taxas de mortalidade continuam elevadas e a sobrevida média após cinco anos está em torno de 60%, enquanto em países com melhor desenvolvimento essa taxa fica em torno de 85%.

O que ocorre no Brasil sugere que, por aqui, o diagnóstico da doença é tardio. Isso pode impactar na sobrevida da mulher e influencia no quanto a cirurgia de retirada do tumor afetará a mama, em muitos casos, até mesmo com a retirada total do órgão (mastectomia). Entretanto, diferente do que acontece com os diagnósticos, existe a perspectiva de que a reconstrução mamária passe a ser um processo rápido. Isso porque foi aprovado pelo Senado um projeto determinando que o SUS (Sistema Único de Saúde) deverá promover a cirurgia de reconstrução dos seios em mulheres com câncer de mama, sempre que possível, no momento em que realizarem a mastectomia. Este projeto foi aprovado em setembro deste ano e já foi remetido à Câmara dos Deputados para aprovação final, sem previsão. Vale lembrar que a reconstrução mamária já era prevista em lei, porém, não era estabelecido um prazo para realização da cirurgia.

“Claro que o principal objetivo de qualquer médico é salvar a paciente, mas temos de pensar também no pós-operatório – ou no decorrer do tratamento do câncer - e em como aquela mulher dará continuidade à sua vida”, lembra o Dr. Carlos Alberto Komatsu, cirurgião plástico e diretor geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.” Não é possível hoje deixar de levar em conta os desejos e expectativas de cada mulher em relação à sua vida profissional e pessoal. Por isso, acredito que temos a obrigação de informá-la sobre todas as possibilidades que existem, como a reconstrução mamária. Ela tem o direito de saber que isso é possível – além de ser assegurado por lei - e caberá somente à própria mulher e o médico que a acompanha a decisão que lhe fará sentir melhor: fazer reconstrução mamária imediata, no ato da mastectomia, ou depois, quando considerar mais conveniente”, completa o especialista.

Outro dado importante a ser ressaltado é que muitas mulheres apresentam uma queda na autoestima após a cirurgia de retirada total ou parcial da mama em decorrência do câncer. De acordo com um estudo publicado pela Revista Brasileira de Mastologia, em dezembro de 2006, pacientes que sofreram mastectomia apresentaram índices de autoestima muito mais baixos do que mulheres saudáveis que compuseram um grupo de controle. Em uma escala conhecida como “Escala de Autoestima de Rosenberg” – que mede esse aspecto em pontos, sendo que, quanto maior o “score”, pior está a autoestima –, pacientes submetidas à cirurgia de reconstrução mamária tiveram uma média de 9,8, enquanto a média do grupo de controle foi de 4. Isso mostra que a autoestima é mesmo seriamente afetada nas mulheres que passam pela cirurgia de retirada do tumor mamário, além de interferir diretamente no andamento do tratamento da doença. Logo, quanto melhor a autoestima, mais vontade a paciente tem para seguir e acreditar na recuperação.

Projeto de sucesso – Por um bom tempo, a falta de informação sobre o câncer de mama foi um dos fatores que levaram ao diagnóstico tardio e, consequentemente, a um número maior de mortalidade e morbidade. Mas, isso mudou. Existem hoje diversas ações e campanhas voltadas para o tema, que ajudam e informam mulheres de diversas partes do mundo.
Exemplo disso são projetos como o De Peito Aberto que ilustra, por meio de depoimentos (inspiradores e emocionantes) e fotos artísticas de diversas mulheres que enfrentam e superaram a doença. O trabalho de associações como a AMUCC(Florianópolis/SC), que desde o início de suas atividades dedica-se à garantia dos direitos dos portadores de câncer, promovendo assessoria jurídica gratuita aos seus associados portadores de câncer e também o IMAMA (Porto Alegre/RS), que acredita na relevância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura do câncer de mama, são fundamentais para recuperar a autoestima feminina na batalha contra a doença.


Tanto o projeto De Peito Aberto, como as organizações não governamentais IMAMA e AMUCC, contam com o apoio da Allergan, por meio de sua marca NATRELLE®, linha de implantes de silicone e expansores para cirurgias de aumento e reconstrução mamária. “Acreditamos muito em projetos como o De Peito Aberto, do Instituto IMAMA e do AMUCC que levam informação ao maior número possível de pessoas, de forma educativa e com seriedade. Temos consciência que a disseminação deste conhecimento poderá contribuir para a vida de muitas mulheres, que eventualmente desconheciam informações tão importantes e que deveriam estar ao alcance de todas, como a possibilidade de reconstrução mamária imediatamente após a mastectomia, por exemplo”, explica Patricia Costa, gerente de Relações Públicas para a América Latina da Allergan.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

No mês do "Outubro Rosa", médico alerta sobre prevenção do câncer de mama

O movimento popular Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. O objetivo do movimento é chamar atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), ele é o tipo de câncer que mais atinge as mulheres em todo o mundo e as estimativas indicam que 52.680 novos casos surgião até o fim do ano.



"A melhor maneira de prevenir o câncer é realizar o exame clínico das mamas", alerta o ginecologista e obstetra Alberto Jorge de Sousa Guimarães, defensor do parto humanizado. “A princípio o exame das mamas é realizado pela própria mulher, apalpando os seios, que ajuda no conhecimento do próprio corpo; entretanto, esse autoexame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso a mulher observe alguma alteração, deve procurar imediatamente o serviço de saúde. Mesmo que não encontre nenhuma alteração no autoexame, as mamas devem ser examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde”, explica o médico.

Dr. Alberto dá algumas dicas para auxiliar na mulher na prevenção e exame da doença. Alerta porém, que nenhuma informação dispensa a confirmação, orientação e o tratamento de um médico especialista.


Diagnóstico de câncer de mama
Toda mulher com 40 anos ou mais de idade deve procurar anualmente um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas. Além disso, toda mulher entre 50 e 69 anos deve fazer uma mamografia, pelo menos, a cada dois anos. Independentemente disso, é importante sentir o próprio corpo e procurar um médico, caso apareça algum sintoma. “Se for possível e a mulher tiver algum fator de risco da doença, é importante fazer o exame antes de completar 40 anos”.

Exame clínico
É realizado por médico para essa atividade. Nesse exame, poderão ser identificadas alterações nas mesmas. Se for necessário, será indicado um exame mais específico, como a mamografia.

Mamografia
Exame muito simples e eficaz, queconsiste em um raio-X da mama e permite descobrir o câncer quando o tumor ainda é bem pequeno
     

Sintomas de câncer de mama
Mais fácil de ser percebido pela mulher é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. A pele da mama pode ficar parecida com uma casca de laranja. Também podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço. Deve-se lembrar que nem todo caroço é um câncer de mama e, por isso, é importante consultar um profissional de saúde.

Prevenção
Ter uma alimentação saudável e equilibrada (com frutas, legumes e verduras), praticar atividades físicas (qualquer atividade que movimente seu corpo) e não fumar. Essas são algumasdicas que podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer.