segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A importância da hidratação para pacientes oncológicos no verão

Dr. Robson Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral e da Sociedade Brasileira de Cancerologia dá dicas de alimentos que hidratam e ao mesmo tempo são fontes de proteínas e carboidratos para os pacientes oncológicos na estação mais quente do ano.

A chegada do verão e das altas temperaturas exigem uma atenção redobrada em relação à hidratação. No caso do paciente oncológico, os cuidados com a reposição de líquido e uma dieta equilibrada são ainda maiores. Deve-se priorizar a ingestão de alimentos ricos em fibras, carboidratos e principalmente frutas, sucos e verduras.

De acordo com Robson Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral e da Sociedade Brasileira de Cancerologia, algumas medidas simples garantem uma alimentação e uma vida saudável para pacientes com câncer. "Ingerir dois tipos de frutas diferentes por dia, de preferência melancia, laranja, uva, melão, pera, abacaxi e consumir pelo menos dois litros de água por dia e também iogurtes, que são ótimos reguladores intestinais e importante fonte de cálcio", afirma.

“O consumo de legumes deve ser cozido no vapor para conservar suas propriedades nutricionais. A ingestão de doces precisa ser moderada e substituída por mel e geleia que são ricos em ferro, para evitar a anemia - bastante frequente em pacientes oncológicos, já que toda a sua absorção e digestão está comprometida pelo uso de quimioterápicos. Sucos industrializados devem ser substituídos por sucos naturais e feitos na hora”, explica Dr. Moura.

Segundo o cancerologista e nutrólogo, nesta época do ano deve-se aumentar a ingestão de água de coco, pois além de ser um isotônico natural, oferece ao organismo do paciente com câncer um equilíbrio eletrolítico de sódio e potássio, além de hidratar o organismo. Os suplementos alimentares também devem ser utilizados para enriquecer a dieta do paciente com câncer, porém não deve ser diluído em água quente para que sejam conservadas as suas propriedades nutricionais.

Alimentação no verão para pacientes oncológicos - O organismo do paciente com câncer já está agredido pela própria doença e pelos tratamentos a que foi ou está sendo submetido. Portanto alguns órgãos como o fígado e estômago devem ser preservados, evitando alguns alimentos de difícil digestão.
Para Dr. Moura deve-se evitar a ingestão de gorduras e frituras, enlatados, embutidos (linguiça e salsicha), produtos industrializados por conterem corantes, acidulantes e conservantes. Além disso, as gorduras das carnes expostas ao calor e ao oxigênio formam substâncias tóxicas que agridem até mesmo o DNA da célula.
Bebidas alcoólicas e sucos artificiais devem ser evitados, pois o álcool é uma substância tóxica e os sucos e bebidas artificiais contêm uma combinação de corantes químicos em sua composição e excesso de açúcar. “Refrigerantes do tipo cola contêm formaldeído e corantes tóxicos, e os dietéticos geralmente contêm sacarina, tóxica para o fígado”, finaliza Dr. Moura.

Para hidratar os pacientes oncológicos no verão, o presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral dá algumas dicas:

Melancia: consumir frutas sempre é uma ótima pedida na estação mais quente do ano. Elas refrescam e ainda nos oferecem nutrientes que não engordam. A melancia possui 94% de água só em 100 gramas. É uma ótima fonte de hidratação;

Suco de limão e outras frutas: o suco de limão é muito bom porque durante o verão acabamos perdendo muito líquido. Um copo de suco de limão com uma pitada de sal é o ideal para recuperar todo sódio perdido. Já outros sucos de frutas são também boas opções para que o paciente oncológico não enjoe do sabor;

Açaí: o açaí é uma das marcas registradas no verão, porém deve ser consumido com cuidado porque é bastante calórico. Se consumido com moderação, e de maneira correta, as gorduras presentes no açaí ajudam na redução e no controle do colesterol e ainda previne doenças do coração;

Sanduíche: prepare um sanduíche leve com um patê, cenoura e fatias de frango e adicione verduras. Um sanduíche ideal para essa época do ano deve ter carboidrato, verdura e uma proteína;

Água e água de coco: consumir água no calor parece um pouco óbvio, mas muita gente só toma água quando sente sede, o que não é correto. Não temos que esperar sentir sede para tomarmos água. Uma boa opção é a água de coco. Além de ser um poderoso hidratante, ela possui muitos nutrientes e poucas calorias.

Fonte: Assessoria de Imprensa da SBNPE - Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Hormonioterapia

A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais. Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.

Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
 A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).

A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais. Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.

A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática. Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.

A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.

Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.

Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.

A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).

Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.

Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.

Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.

Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.

Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.

Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.

Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as pacientes a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.

Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.

Fonte: Câncer de Mama
A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
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A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
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A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
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A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
- See more at: http://www.cancerdamama.com/tratamentos/hormonioterapia/#sthash.mSwUTyJB.dpuf
A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
- See more at: http://www.cancerdamama.com/tratamentos/hormonioterapia/#sthash.mSwUTyJB.dpuf
A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
- See more at: http://www.cancerdamama.com/tratamentos/hormonioterapia/#sthash.mSwUTyJB.dpuf
A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
- See more at: http://www.cancerdamama.com/tratamentos/hormonioterapia/#sthash.mSwUTyJB.dpuf
A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama, no que chamamos de prevenção primária.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e o Fulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados). Além das medicações, uma segunda estratégia que pode ser utilizada como parte da manipulação hormonal é a chamada ablação ovariana (interromper a função dos ovários), em mulheres na pré menopausa, em casos de doença metastática.
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pode ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de aromatase.
Há dados de que nas mulheres na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva do câncer que o Tamoxifeno, porém esta pequena (realmente pequena) vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 4 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase ou ainda (com base em dados recentes) 10 anos de Tamoxifeno. Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa (que é mais eficaz que o Tamoxifeno sozinho). Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Nos últimos anos uma nova classe de medicações, chamados de inibidores de mTOR, vem sendo acrescentada à hormonioterapia. Uma das medicações desta classe, o Everolimus, pode fazer com que um câncer que não mais respondia à hormonioterapia volte a ficar novamente sensível a este tratamento. Assim, para uma mulher com doença metastática, e que esteja tendo progressão desta doença apesar de diversas hormonioterapias, ao invés de iniciar quimioterapia, seria possível associar à hormonioterapia o Everolimus, e esta paciente poderá conseguir um controle da doença por vários meses adicionais. Esta estratégia se tornou uma opção importante em locais onde há disponibilidade do Everolimus.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas da menopausa. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Everolimus tem como efeitos mais comuns a fadiga, queda nos parâmetros sanguíneos, inflamação nas mucosas e ele, podendo ter efeitos colaterais mais graves. Esta medicação não deve ser prescrita por profissionais não familiarizados com os possíveis efeitos colaterais.
Recomendamos que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Escassez de dados sobre câncer no Brasil

O Brasil tem enormes desigualdades sociais que refletem na saúde e no tratamento do câncer de mama. Ter dados reais e embasados é fundamental para adequar a terapia desse tipo de câncer. Aqui, os dados sobre todos os tipos de câncer são divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo a entidade, apenas o tumor de mama representa 20% de todos os cânceres no País. A incidência dos tipos da doença é mapeada, entretanto, sem o registro de base populacional em todas as localidades.

A conta, feita de acordo com equação entre mortalidade e subterfúgios matemáticos, gera informação sobre número de novos casos. Tal aspecto suscita questionamento a respeito da confiabilidade de dados gerados pelo Inca sobre incidência. O ideal seria um registro de câncer de base populacional nas grandes cidades, pois teríamos dados mais confiáveis e seria possível acompanhar de maneira adequada a incidência e prevalência, além de saber se estamos avançando ou não em termos do aumento de tumores iniciais e redução dos metastáticos.

Nos últimos anos, foram criados bancos de dados secundários, que apesar de gerarem análises retrospectivas, possibilitam informações relevantes na saúde e fundamentais para políticas públicas do segmento. Como exemplos, há o DataSus, que informatiza atividades do Sistema Único de Saúde (SUS); o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que tem a população do País mapeada; e o SISMAMA, que oferece números específicos sobre o rastreamento do câncer de mama em todo o País. Com eles, as informações são mais confiáveis e úteis. E começa-se a ver como o Governo utiliza verbas destinadas à saúde, sendo possível fazer uma análise sobre o quanto somos efetivos nestas ações ou verificar o que e em qual parte do País é preciso melhorar.

A cobertura mamográfica pelo SUS, para mulheres de 50 a 69 anos, varia de 7% no Pará a 33% em Santa Catarina e no Paraná. Estes números do SISMAMA sustentam um aumento perceptível e indicam que entre 2008 e 2012 houve incremento de 12% para 26% dessa cobertura no Brasil. O aumento significa melhora considerável, mas aponta 1/4 da população feminina que deveria realizar o procedimento e não o faz; além de ser desigual entre os estados.

A desigualdade também poderia ser reduzida caso houvesse mais ferramentas para o tratamento personalizado do câncer de mama. Como exames moleculares que são mais específicos e inovadores e auxiliam não só no diagnóstico, mas ao longo da terapia, por beneficiar e selecionar mulheres que não precisariam fazer quimioterapia, e que se fossem incluídos na saúde suplementar e SUS, proporcionariam economia aos cofres públicos, principalmente em gastos com quimioterapia.

Um exemplo é o perfil genômico, que analisa 70 genes do tumor com capacidade de livrar a mulher da quimioterapia e seus efeitos colaterais, entre eles a queda de cabelo; isso em tumores de baixo risco, aqueles que têm 10% de chances de recorrer. Já os classificados como alto risco têm 29% de chance de recorrência em 10 anos. Quando utilizado, o perfil genômico pode indicar riscos de metástase, o que previne futuras intercorrências.

Em um futuro próximo, estou certo de que conseguiremos reduzir nossa mortalidade por câncer de mama, não só nos estados mais desenvolvidos, mas nos demais, com a utilização de dados mais confiáveis, diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados.
 
Fonte: Ruffo de Freitas Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Brasileiras fazem três vezes menos mamografias do que recomenda a OMS

Menos de 25% das brasileiras entre 50 e 60 anos de idade realizaram mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2013, quase três vezes menos do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), que é 70% de cobertura anual desse exame em mulheres com mais de 40 anos de idade, enquanto o Ministério da Saúde sugere que essa cobertura comece a partir dos 50 anos.

Os dados fazem parte de um levantamento elaborado pela Sociedade Brasileira de Mastologia, em parceria com a Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia. Das mais de 10 milhões de mamografias esperadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) em mulheres entre 50 e 60 anos de idade em 2013, somente 2,5 milhões foram realizadas.

O estudo também revela que, embora haja equipamentos do SUS em número satisfatório, a grande maioria está no Sul e Sudeste e uma pequena parte no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Além disso, as capitais concentram esses mamógrafos, enquanto uma área imensa no interior fica descoberta.
Segundo especialistas a falta de informação sobre a importância da mamografia não é o principal problema, mas sim as distâncias que separam muitas mulheres do local de exames.

No estado de Goiás, existem regiões em que a mulher precisa andar mais de 300 quilômetros até um mamógrafo do SUS, o que significa um dia inteiro para fazer um exame que deveria levar cerca de três horas para ser concluído. Em geral são mulheres sem sintomas que acabam desistindo do exame. Ela levaria um dia inteiro para fazer o exame, mais um dia para pegar o resultado e um terceiro para mostrá-lo na consulta médica. São três dias que ela deixa de ir ao trabalho ou que precisa se organizar para alguém cuidar dos filhos e da casa.

A frequência de mamografias na Região Norte foi 12% e no Sul do país, 31,3% Entre as unidades da Federação, a menor cobertura de mamografias foi no estado do Pará, 7,5% e a maior em Santa Catarina, 31,3%. Além da má distribuição de equipamentos pelo país, mesmo em lugares onde há mamógrafos muitos são subutilizados.

Com base no Sistema de Informação para o Controle do Câncer de Mama (Sismama), o estudo rastreou a distribuição de mamógrafos e o número de exames realizados pelo SUS no ano passado e calculou o número de exames esperados, considerando 58,9% da população alvo, tendo em vista as recomendações do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Esse banco de dados do Sismama permite que os epidemiologistas usem dados oficiais para mostrar, por meio de pesquisas, essas diferenças que existem no nosso país.

Fonte: Femama