quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Grã-Bretanha testa vacina contra câncer no cérebro

O primeiro paciente europeu recebeu o tratamento no hospital King’s College, em Londres. Robert Demeger, 62, foi diagnosticado da doença neste ano.

O King’s College faz parte de um grupo de mais de 50 hospitais – os outros estão nos Estados Unidos – que estão testando o tratamento.A vacina é personalizada e foi desenvolvida para ensinar o sistema imunológico a lutar contra as células de um tumor.

Demeger, um ator de televisão e teatro, teve que desistir de seu papel de Otelo, no aclamado Teatro Nacional, depois que começou a ter convulsões.
Otelo

Ele disse que chegou a ter um substituto, para o caso de se sentir mal no palco, mas não precisou usar esse recurso.

"Eu fui diagnosticado com um tumor no cérebro e marcaram uma cirurgia em uma questão de dias".

Porém, antes de sua operação ele foi convidado para ser o primeiro paciente na Europa a participar do experimento internacional.
Vacina

Cirurgiões removeram o máximo possível de seu tumor – que foi depois levado a um laboratório onde foi incubado com células dendríticas (células imunológicas tiradas de seu sangue).

O objetivo foi ensinar as células a reconhecer o tumor. A vacina personalizada que resultou do processo foi injetada no braço dele, com a esperança de que aquelas células treinariam o sistema imunológico dele sobre como localizar e destruir o câncer.

Ele receberá dez doses da vacina nos próximos dois anos.

Keyoumars Ashkan, um neurocirurgião do King’s College, está liderando a parte britânica da pesquisa. Ele diz que há uma grande necessidade de novos tratamentos para o câncer de cérebro.
Glioblastoma

"Mesmo que um tumor pareça igual em dois pacientes, na realidade ele varia muito".

"Por isso, a terapia padrão provavelmente não é a melhor. Há uma necessidade de fornecer tratamento individualizado baseado no tipo de câncer de cada paciente".

O tratamento envolve pacientes com glioblastoma, a forma mais agressiva de um tumor primário de cérebro, que afeta cerca de 1.500 pessoas por ano na Grã-Bretanha.

A média de sobrevivência desses pacientes é de 12 a 18 meses. Dois estudos anteriores menores da terapia DCVax, nos Estados Unidos, descobriram que o tratamento aumentava essa sobrevida para três anos, sem efeitos colaterais. Vinte pacientes participaram dos testes e dois deles estão vivos há mais de dez anos.

Ashkan ressaltou que a atual pesquisa, que envolverá 300 pacientes, é necessária para mostrar se o tratamento é realmente eficiente. Metade deles receberá a vacina real e os demais tomarão placebos.

"Até obtermos os resultados desta pesquisa não saberemos se a terapia deve ser oferecida a todos os pacientes", ele disse.

Demeger afirma que está encantado em fazer parte dessa pesquisa. "Qualquer coisa que me dê uma chance melhor, mas também por outros fatores, vale a pena participar disso".
Fala

A cirurgia para remover o câncer afetou sua fala, porque o tumor estava localizado próximo da parte do cérebro que lida com a linguagem.

Assim Demeger, que tinha a voz como seu meio de vida, teve que reaprender a se comunicar.

"Eu adoraria voltar a atuar. Esse é o meu trabalho".

"Tenho trabalhado com um terapeuta da fala e com o chefe das vozes no Teatro Nacional".

"Não sei se poderei voltar aos palcos em semanas ou meses, mas estou esperançoso".

Cientista olha para exames de cérebro (foto: PA)


Fonte: BBC

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Estudo comprova que crianças fumantes passivas chegam a 51% no Brasil

Um estudo sobre o tabagismo passivo revelou que 51% das crianças de até 5 anos são consideradas fumantes passivas por causa do vício dos pais. A pesquisa foi coordenada pelo diretor do Ambulatório de Drogas do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), João Paulo Lotufo. Segundo a pesquisa, essas crianças desenvolvem mais otites, bronquites, rinites, asma e duas vezes mais morte súbita quando comparadas com as de pais não fumantes.

Segundo ele, a pesquisa foi feita com a urina do fumante e de alguém da família que não fuma quando foi constatada a presença de nicotina também no sangue dos fumantes passivos.
"O fumante passivo também corre o risco de dependência e de inflamação das mucosas. Todos os que têm tendência a desenvolver doenças como as otites, rinites, bronquites, asma, vão sofrer e ter mais problemas. Nesses casos a mucosa já é inflamada e com a fumaça isso piora muito”.

Ele destacou que muitos pais alegam que fumam fora de casa para não prejudicar os filhos, mas isso não adianta, pois o cheiro do cigarro fica no corpo e nas roupas do fumante e, consequentemente, as crianças acabam respirando isso. "Só o cheiro já é motivo de inflamação. Sem dúvida é melhor fumar fora, mas o ideal é parar de fumar. Pelo menos 305 de quem vem ao ambulatório para parar de fumar, tem como motivação os filhos”.

Lotufo observou que depois que São Paulo aprovou a Lei Antifumo houve diminuição dos casos de doenças cardiocirculatórias. "Infelizmente são só sete estados que tem essa lei em vigor. O Brasil ainda não é um ambiente livre de fumaça, mas a lei que abrange todo o país já foi aprovada, mas ainda não regulamentada. Estamos em um movimento para que ela ente em vigor o quanto antes”.




Fonte: Oncoguia

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

14 milhões de pessoas no mundo têm câncer

Os dados revelam um aumento acentuado em relação a 2008, quando 12,7 milhões foram registrados.

Segundo a OMS, a maior incidência do câncer vem sendo impulsionada por uma rápida mudança no estilo de vida dos países em desenvolvimento, que cada vez mais se assemelha ao dos países industrializados.Nesse período, o número de mortes também cresceu, de 7,6 milhões para 8,2 milhões.

Também contribuíram para uma elevação do número de casos o aumento nas taxas de tabagismo e de obesidade, bem como o crescimento da expectativa de vida.

O câncer de pulmão, que é causado principalmente pelo fumo, foi o tipo de câncer mais comum no mundo, com 1,8 milhões de casos - cerca de 13% do total.

Câncer de mama


A OMS também chamou atenção para um "forte aumento" nos casos de câncer de mama. Tanto a incidência e mortalidade da doença vêm aumentado desde 2008.

Segundo a entidade, o câncer de mama já é o tipo mais comum de câncer em mulheres em 140 países.

Para David Forman, da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer da OMS, "o câncer de mama é também a principal causa de morte por câncer nos países menos desenvolvidos do mundo .

"Isto deve-se, em parte, a uma mudança no estilo de vida dessa população. Além disso, os avanços clínicos para combater essa doença não atingem as mulheres que vivem nessas regiões."

A OMS destacou ainda a "necessidade urgente" para os avanços na detecção, diagnóstico e tratamento de câncer de mama a serem implementados em países em desenvolvimento.

A entidade prevê que o número de casos de câncer vai subir para mais de 19 milhões por ano até 2025.

Fonte: BBC

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Convite para palestra De Peito Aberto

Os criadores do projeto De Peito Aberto, Vera Golik e Hugo Lenzi,  convidam a todos para participar da próxima palestra, no dia 17 de dezembro, às 14h00 no Hospital Municipal do Campo Limpo, SP. Esperamos todos vocês por lá! Chamem os amigos e compartilhem!


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Novo tratamento contra a leucemia conseguiu eliminar a doença

 Médicos relataram neste sábado, 07,  em uma conferência da Sociedade Americana de Hematologia, em Nova Orleans, um tratamento considerado grande avanço contra a leucemía e outros tipos de câncer no sangue: uma terapia genética que já foi testada com sucesso em mais de 120 pacientes com vários tipos de leucemia, linfoma e outros tipos de câncer.

O tratamento remove leucócitos (células brancas de sangue) do paciente, os altera em laboratório para que contenham um gene que ataca a doença, e depois as reinjetando no paciente.

Em um estudo, todos os cinco adultos e 19 das 22 crianças com um tipo de leucemia tiveram remissão completa da doença, o que significa que o câncer não foi mais encontrado em seus organismos depois do tratamento.


leucemia


Fonte: Oncoguia

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Canadá alerta sobre remédio contra câncer que causa reações na pele

Autoridades médicas do Canadá divulgaram comunicado esta semana informando que o medicamento Xeloda, usado no tratamento de câncer avançado de mama e colo, está ligado a graves reações dermatológicas

Utilizado após a retirada do tumor, Xeloda pode provocar "graves reações na pele", advertiu o ministério canadense da Saúde.

Pacientes que tomaram o medicamento sofreram a Síndrome Stevens-Johson ou necrose epidérmica, uma doença da pele que mata as células e faz com que a epiderme e a derme se separem.

Os sintomas mais comuns são febre, coceira, ulceração na boca, dor e manchas que acabam virando bolhas, além de inchaço nos olhos.

O ministério pede aos pacientes que tomaram Xenoda que entrem "imediatamente" em contato com o médico se apresentarem qualquer destes sintomas.

O laboratório suíço Hoffman-La Roche, que produz o medicamento, informou que trabalha com as autoridades médicas do Canadá para atualizar as informações sobre o Xeloda, mas destacou que tais reações são "muito raras".


Fonte: G1

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Aumento no número de casos de câncer de cólon e reto preocupa especialistas

O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgaram, na última semana, uma previsão que preocupa os especialistas: o aumento no número de casos de câncer de cólon e reto no país. De acordo com a "Estimativa 2014 - Incidência de câncer no Brasil", serão afetadas 17.530 mulheres e 15.040 homens.

Entre as brasileiras, a marca superará a dos casos de colo de útero pela primeira vez, ficando atrás apenas dos cânceres de mama e de pele não melanoma. Já os homens sofrerão maior incidência dos cânceres de pele, próstata e pulmão. Considerando que o de pele raramente é letal, o quadro muda. No total, com todos os tipos da doença, são previstos 576.580 novos casos.

No anúncio da estimativa, em Brasília, o Ministério da Saúde informou que ouvirá especialistas antes de adotar medidas de rastreamento e diagnóstico do câncer colorretal, como o aumento dos exames de fezes para verificar a presença de sangue. O exame mais apurado, a colonoscopia, reconhece a lesão e, quando esse pólipo benigno é retirado do intestino, pode eliminar o risco da doença. Para os médicos, em função da incidência da doença, um rastreamento populacional com a pesquisa de sangue oculto (exame imunológico) é mais do que urgente.

Colonoscopia e vida saudável são fundamentais para a prevenção

Sempre que possível recomenda-se a realização da conoloscopia, principalmente após os 50 anos, para pacientes sem risco genético da doença. O oncologista Roberto Gil observa que, nas pessoas com histórico de câncer na família, o exame pode ser antecipado.

"Não adianta só o exame de sangue oculto nas fezes na detecção do problema, é necessário complementá-lo com a colonoscopia, para os indivíduos que precisarem. Mas hoje, tanto no atendimento público como na saúde suplementar, a colonoscopia é difícil de ser realizada", afirmou o especialista.

"Existe uma lacuna entre a necessidade do exame e a sua efetiva realização. É preciso investir no fluxo completo dos exames, não basta fazer o primeiro levatamento para determinar quem precisa passar à outra fase sem dar sequência ao atendimento", avisa Roberto Gil, que atua no Inca e na Oncoclínica, no Rio de Janeiro.

Especialista em câncer na região gastrointestinal, o médico explica que a projeção no aumento de casos de cólon e reto pode estar relacionada a vários fatores externos, como hábitos alimentares não saudáveis. "Os cuidados com a alimentação e a qualidade de vida são fundamentais. Uma dieta saudável e a prática de exercícios podem diminuir os riscos a que todos nós estamos expostos", diz Roberto Gil.



quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Abelhas podem ser usadas para diagnosticar câncer

As abelhas têm o olfato 100 vezes mais poderoso que o nosso, o que significa que, mesmo a alguns quilômetros de distância, elas podem sentir o cheiro de uma flor - ou de sua Fanta Uva. Cientistas sabem que os bichinhos conseguem até identificar câncer através do seu cheiro. E a artista portuguesa Susana Soares criou um aparelho que pode facilitar o uso dessa habilidade das abelhas em exames.

De acordo com Soares, as abelhas podem ser treinadas facilmente para reagir a um cheiro, através de um sistema de recompensa. Ao associar um certo aroma com um doce, por exemplo, elas voam em direção ao cheiro. Ao serem treinadas para identificar sinalizadores do câncer no hálito de pacientes, elas iriam de encontro à fonte do cheiro. Mas nem todo mundo se sente confortável com abelhas voando em direção a sua boca. Por isso, a artista criou uma série de recipientes de vidro especiais. O paciente sopra para dentro deles, através de um bocal, e, se as abelhas em seu interior forem em direção a ponta do tubo, significa que elas reconheceram o cheiro. Uma série de recipientes de diferentes formatos ajudariam a elminar o fator 'coincidência' do exame.

Segundo a artista, que baseou o trabalho em pesquisas científicas, as abelhas poderiam diagnosticar tuberculose, câncer de pulmão, de pâncreas e também diabetes. Por enquanto o aparelho está em fase experimental e mais testes são necessários antes que o invento seja usado em hospitais. Mas é uma alternativa de baixo custo e baixa manutenção, que pode colaborar com o diagnóstico de câncer em estágios iniciais, principalmente em regiões que não têm acesso aos mais modernos aparelhos médicos.

Editora Globo

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Câncer ainda mata mais de meio milhão de brasileiros

Com o objetivo de conscientizar, prevenir a população contra o câncer e diminuir as atuais estatísticas da doença, foi criado pelo Ministério da Saúde (MS) o Dia Nacional de Combate ao Câncer, comemorado em 27 de novembro. Provocador de cerca de oito milhões de mortes no mundo e com estimativa de crescimento, o câncer ainda é uma doença pouco conhecida pelas pessoas.

No ano passado, no Brasil, uma média de 519 mil pessoas morreram em virtude da doença e, até o fim deste ano, 500 mil novos casos de câncer serão descobertos no país segundo dados do MS.

E esses números poderiam ser bem menores. De acordo com estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), um terço dessas mortes no mundo poderia ter sido evitada com mais prevenção, detecção precoce e acesso aos tratamentos existentes.

Os métodos mais usados no Brasil são as cirurgias, quimioterapias e radioterapias, que nem sempre resolvem o problema e causam muitos efeitos colaterais, acompanhados da baixa da qualidade de vida na maioria dos pacientes.

De acordo com o geriatra e nutrólogo Francisco Humberto de Freitas Azevedo, do Instituto de Medicina Biológica, em Brasília, para combater o câncer, além das três práticas oficiais, existem recursos da medicina complementar, ainda pouco conhecidos no Brasil. Existem vários artigos publicados em universidades nos Estados Unidos e na Europa que defendem as práticas complementares no combate ao câncer e ressaltam a sua eficácia.

Esta abordagem complementar abre mais possibilidades aos que já não podem, ou não querem continuar a quimioterapia ou a radioterapia. O médico Francisco Humberto, que tem se dedicado a estes estudos, usa protocolos baseados na eletromedicina para melhorar a imunidade do paciente, visando aumentar o tempo e a qualidade de vida.

Para o alcance desses objetivos, o especialista sugere logo no inicio do tratamento uma dieta rica em alimentos alcalinos como frutas, verduras, legumes e grãos, que possuem muitas vitaminas, fibras e minerais. Ele ressalta que a baixa ingestão de açúcares e carnes também são aliados no combate à doença.

Para Francisco, o corpo com PH ácido (abaixo de 7,4) é uma porta aberta para a instalação de vírus e bactérias, o que aumenta as chances de desenvolver várias doenças, inclusive o câncer. "A alimentação alcalina aumenta o PH do corpo, consequentemente melhora o metabolismo, aumenta a eliminação de toxinas e diminui a retenção de líquidos. Isto acontecendo, já terá melhorado a condição geral de saúde do paciente, e tudo fica mais fácil, até mesmo o enfrentamento do câncer ou de outras doenças cronicas.

A linha da medicina biológica e complementar também se baseia na homeopatia. Os medicamentos homeopáticos agem diretamente na raiz do problema, evitando os efeitos colaterais, comuns na medicação alopática.

Outra técnica que também auxilia não só no tratamento contra o câncer, mas na prevenção de doenças crônicas é a reposição dos minerais. A ausência de minerais no organismo cria uma pré-disposição a diversas doenças, principalmente depois dos 40 anos de idade. Portanto, todos devem fazer a reposicao dos minerais imporantes no funcionamento do corpo. A prevenção é muito importante para manter a saúde à medida que a idade avança.

"Os minerais e aminoácidos regulam e permitem as trocas metabólicas dentro e fora das células, mantendo o equilíbrio bioquímico do corpo. Quando o corpo está carente de um desses elementos, todo o funcionamento metabólico fica comprometido, dando início às doenças funcionais. A carência vai se acentuando e pode levar a estados patológicos graves", explica o especialista.

O médico alerta ainda que as carências de minerais podem gerar cansaço físico, ansiedade, irritabilidade, nervosismo, estresse, estafa mental, depressão, problemas digestivos, circulatórios, reumatológicos, hormonais, envelhecimento precoce, além de unhas fracas e queda de cabelo.

A Estimulação Magnética (EM) também é outra opção indicada pelo médico. A técnica tem uma aplicação ampla na restauração da saúde e trata várias disfunções. A EM consiste na emissão de campos magnéticos, direcionados para o corpo do paciente na área que necessita de regeneração.

A energia magnética trabalha na repolarizacão da membrana celular da área afetada, o que proporciona equilíbrio do corpo, bem estar e regeneração dos tecidos afetados.

Francisco lembra ainda que para manter a saúde é bom evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o tabagismo, a vida sedentária e a obesidade. "O câncer não se deve somente aos fatores hereditários, pois os hábitos nocivos aumentam as possibilidades de incidência da doença. Portanto, a mudança de hábitos é grande aliada no combate desse mal que assola milhares de pessoas em todo o mundo", finaliza o médico.


Fonte: Primeira Edição

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Câncer de pele pode ser tratado sem deixar sequelas no paciente

Neste Dia Nacional do Combate ao Câncer de Pele (24/11) o Instituto Protetores da Pele (IPP) alerta: identificar o problema precocemente aumenta a possibilidade de cura sem deixar sequelas físicas, como cicatrizes deformantes, nem psíquicas. A organização tem o objetivo de conscientizar as pessoas quanto aos cuidados com a pele por meio de ações e iniciativas que contam com o engajamento da população.

O câncer de pele é o tumor mais frequente nos brasileiros adultos. Um dos principais motivos da incidência desta doença é a exposição aos raios ultravioleta sem uma proteção solar, além do contato com substâncias químicas tóxicas (como o arsênico) e predisposição genética.

Segundo a Dra. Érica Monteiro, médica do IPP, as pessoas ainda não entendem todos os danos causados pelos raios UV. "A radiação emitida pelo sol é composta por uma série de outras radiações, sendo que quase todas podem atuar de forma benéfica. Porém, quando a quantidade de energia absorvida é superior à dose tolerável para o organismo, os riscos são inevitáveis. Isto acontece quando a pessoa não se protege adequadamente da radiação solar”.

O câncer de pele pode se manifestar de várias maneiras no paciente, no entanto os tipos mais comuns são os carcinomas (basocelular e espinocelular) que são mais brandos e o melanoma que, além de mais grave, possui risco de metástase.

O carcinoma basocelular é, geralmente, uma lesão rosada e brilhante que pode se tornar uma ferida que não cicatriza. Já o carcinoma espinocelular é mais difícil de diagnosticar uma vez que caracteriza-se por um machucado avermelhado que se manifesta no lábio e na parte interna da boca. Por sua vez, o melanoma pode ser uma mancha escura ou um nódulo proveniente de pintas já existentes na pele.

O tratamento do câncer de pele pode ser feito, inicialmente, por meio de uma cirurgia que remove a lesão e o tecido ao redor, além da utilização de medicamentos tópicos.

câncer_de_pele

Fonte: Floripa News

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Predisposição genética tem influência no tipo de câncer de pele

O maior fator de risco para o câncer de pele é a exposição aos raios solares. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), pelo menos 25% dos casos de tumores registrados no país são de pele e o tipo mais mais comum entre os brasileiros — o não melanoma — também é o com maiores índices de cura. E a condição genética também está no foco deste alerta.

De acordo com a dermatologista Thaís Grazziotin, as pessoas com maior risco do tipo não melanoma, forma mais predominante e menos agressiva do câncer de pele, geralmente são as que apresentam também mais chances de desenvolver o tipo mais grave da doença, o melanoma cutâneo. O que explicaria essa relação é a semelhança entre os fatores de risco.

— Quem tem pele branca e sensível é mais suscetível à ação mutagênica pela radiação ultravioleta porque possui menor proteção da melanina — explica a especialista.

Para Thaís, indivíduos com essa característica física são as maiores vítimas do câncer do tipo não melanoma, que atinge a camada mais superficial da pele e se manifesta em sua maioria, através de feridas que não cicatrizam, manchas avermelhadas ou feridas que "escamam" ou sangram.

No entanto, o maior perigo está no melanoma. Oriundo do excesso de exposição ao sol, esse tipo surge nas células produtoras de pigmento da pele, os melanócitos, causando um crescimento anormal das mesmas. Isso acontece por causa das mutações induzidas do DNA das células, quando em contato com a radiação ultravioleta do sol.

— O câncer é parecido com sinais de pele, apresentando modificações ao longo do tempo. A maioria apresenta cor escura, marrom ou preta, mas pode ser também cor-da-pele, vermelho, azul ou branco — detalha a dermatologista.

O diagnóstico tardio aumenta os riscos da doença, pois o tumor tem alto potencial para metástases, quando as células tumorais se espalham por outros órgãos.

Algumas descendências requerem mais atenção

Os afrodescentes precisam estar atentos à exposição solar também, apesar de serem mais favorecidos pelos efeitos protetores da pele escura, que filtra duas vezes mais a radiação ultravioleta B. Uma das variações da doença, o câncer de pele epidermóide, por exemplo, pode ter origem em áreas de inflamação e queimadura prévia.

— Ele poder surgir em localizações atípicas, menos expostas ao sol e com menos pigmento, como mãos, pés, unhas e mucosas. Além disso, são diagnosticados geralmente em estágios mais tardios e avançados, por atraso na suspeita da doença — ressalta.

A mesma atenção vale para pardos e filhos de outras descendências. Segundo Thaís, é possível que a cor de pele traga de herança, características genéticas e ambientais da pele clara e escura e possa apresentar tumores com características encontradas nos dois grupos.

Conheça os tipos de câncer de pele

— Não melanoma
São 134.170 casos até 2013, 62.680 homens e 71.490 mulheres*

> O carcinoma basocelular surge com o crescimento descontrolado das células basais da epiderme, a camada mais superficial da pele. É o tipo mais comum de câncer de pele e está associado à exposição solar cumulativa e também intermitente e intensa. Ocorre frequentemente em áreas foto-expostas de indivíduos com cabelo e olhos claros, e se manifestam como feridas que não cicatrizam, lesões avermelhadas brilhantes ou ulceradas, ou mesmo de aspecto cicatricial. Responsável por 70% dos diagnósticos, é o menos agressivo.

> O carcinoma epidermóide é o segundo tipo mais comum de câncer de pele e surge a partir de um crescimento anormal das células escamosas, presentes em praticamente toda extensão da epiderme. É causado principalmente por exposição cumulativa ao sol ao longo da vida. Apresenta-se como placas descamativas, crostosas, sangrantes, elevadas ou ulceradas, mais comumente em áreas foto-expostas.

— Melanoma

São 6.230 casos até 2013, 3.170 homens e 3.060 mulheres*

> O melanoma é a forma mais agressiva de câncer de pele e surge nas células produtoras de pigmento, os melanócitos, localizados na camada basal da epiderme. O crescimento anormal das células ocorre a partir de mutações no DNA dos melanócitos causadas pela radiação ultravioleta do sol, levando as células a se multiplicar rapidamente e formar tumores malignos. Os sinais de alerta são lesões com critérios do ABCDE (assimetria, bordos irregulares, múltiplas cores, diâmetro maior de 6mm e elevação ou crescimento) e sintomas como sangramento ou coceira. Representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.

* Dados do Inca (estimativa 2012/2013)

Predisposição genética tem influência no tipo de câncer de pele Genaro Joner/Divulgação


Fonte: Zero Hora

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Lei obriga planos a cobrir medicação contra câncer

Foi sancionada sem vetos, nesta quarta-feira (13), a Lei 12.880/2013, que inclui na cobertura obrigatória dos planos de saúde o tratamento contra o câncer com medicamentos de uso oral, para pacientes tratados em casa. De autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), a iniciativa prevê ainda a cobertura de procedimentos radioterápicos e de hemoterapia, desde que estejam relacionados à continuidade da assistência prestada na internação hospitalar.

Conforme a parlamentar gaúcha, cerca de 40% dos tratamentos oncológicos empregam medicamentos de uso domiciliar e, em 15 anos, 80% dos casos serão tratados em casa. Até agora, no entanto, os planos de saúde só eram obrigados a arcar com os custos em ambulatório. A iniciativa surgiu a partir de audiência pública realizada em 2011 na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, por sugestão do Instituto Oncoguia, presidido pela médica Luciana Holtz.

— Esse é o projeto mais importante de meu mandato até agora. Está sendo concluído um processo que diz respeito a 1,1 milhão pacientes portadores de câncer em todo o país — enfatizou a senadora.

Ana Amélia destacou que a o câncer é um problema gravíssimo no país. De acordo com a parlamentar, a presidente Dilma Rousseff demonstrou sensibilidade ao não opor vetos ao projeto (PLS 352/2011).

Outubro Rosa

O projeto foi aprovado no dia 22 de outubro, durante a agenda prioritária instituída nas atividades do movimento Outubro Rosa, na luta contra o câncer de mama. A matéria foi relatada no Senado pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS) e contou com apoio integral de todos os parlamentares.

A partir da iniciativa da senadora, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou resolução incluindo 37 medicamentos contra o câncer na cobertura dos planos de saúde. A lei agora sancionada dá segurança à medida, que não pode ser alterada apenas por decisão da ANS.

Agilidade no tratamento do câncer

Além dessa iniciativa, Ana Amélia também foi relatora no Senado de outras duas importantes leis que beneficiam os pacientes com câncer. Uma delas é a Lei 12.732/2012, que estabelece o prazo de 60 dias para que o SUS garanta o início do tratamento de pacientes diagnosticados com câncer, de autoria do ex-senador Osmar Dias (PMDB-PR). A lei foi sancionada em novembro do ano passado e passou a vigorar em maio.

A outra iniciativa, voltada às mulheres, obriga o SUS a realizar na mesma cirurgia da retirada da mama nos casos de câncer, a operação plástica para reconstruir o órgão, se as condições técnicas forem favoráveis. A lei que surgiu por iniciativa da deputada licenciada Rebecca Garcia (PP-AM) foi sancionada em abril deste ano, sem vetos.


Fonte: Oncoguia

terça-feira, 12 de novembro de 2013

80% dos casos de câncer de mama estão relacionados ao ambiente

Uma década dedicada às pesquisas para descobrir os efeitos do meio ambiente que afetam o desenvolvimento do câncer de mama, tanto em cobaias de laboratório quanto em um grupo de jovens saudáveis, apresentou várias surpresas.

No centro da pesquisa estão 1.200 jovens americanas em idade escolar que, embora sejam saudáveis, ofereceram uma pista importante sobre as origens da doença.

Alguns fatores de risco já eram bem compreendidos, como puberdade precoce, idade de gravidez ou de menopausa tardia, terapia de reposição hormonal, ingestão de álcool ou exposição à radiação.

Também foram feitos avanços em identificar as mutações vinculadas à doença, mas estes casos constituem uma minoria.

"A maioria dos cânceres de mama, particularmente em mulheres jovens, não têm origem familiar", disse Leslie Reinlib, diretora de programas dos Institutos Nacionais de Ciências da Saúde Ambiental.

"Temos 80% que estão relacionados com o meio ambiente", afirmou Reinlib, participante do programa de pesquisas sobre câncer de mama e meio ambiente (BCERP, na sigla em inglês), que recebeu 70 milhões de dólares de financiamento do governo americano desde 2003.

Alguns de seus pesquisadores estudam o que está acontecendo na população humana, enquanto outros examinam como elementos cancerígenos, contaminantes e alimentares afetam o desenvolvimento da glândula mamária e os tumores mamários em ratos de laboratório.

Puberdade precoce

O principal foco do programa se concentra na puberdade, já que sua ocorrência precoce "é provavelmente um dos melhores elementos de previsão de câncer de mama em mulheres", disse Reinlib.

A puberdade é um momento de grande desenvolvimento do tecido mamário. As pesquisas feitas em sobreviventes da bomba atômica em Hiroshima, no Japão, demonstrou que aqueles que estiveram expostos na puberdade tinham maiores chances de desenvolver câncer quando adultos.

As 1.200 jovens que participaram do estudo em cidades como Nova York, o nordeste do estado da Califórnia, Cincinnati e Ohio começaram a ser acompanhadas em 2004, quando tinham entre seis e oito anos de idade.

O objetivo era medir a exposição das jovens a substâncias químicas através de exames de sangue e urina e aprender como a exposição ao ambiente afeta a ocorrência da puberdade e o risco de câncer mais tarde na vida.

Os cientistas perceberam muito rapidamente que seu esforço em estudar as meninas antes de iniciada a puberdade não foram completamente bem sucedidos.

"À idade de oito anos, 40% já estavam na puberdade", disse Reinlib. "Esta foi uma informação surpreendente", continuou.

Outras pesquisas confirmaram que as meninas pareciam estar entrando na puberdade entre seis e oito meses antes que as jovens dos anos 1990.

Os resultados iniciais mostraram "pela primeira vez que ftalatos, bisfenol (BPA) e pesticidas foram encontrados em todas as meninas examinadas", disse Reinlib.

Os pesquisadores ficaram realmente surpresos com a persistência da exposição, mas também com dados que pareciam demonstrar que alguns plásticos químicos podem não ser tão determinantes no desenvolvimento do câncer como se temia.

"Não encontramos uma associação entre puberdade e ftalatos, que são as substâncias químicas que se desprendem de garrafas de plástico e (embalagens como o) Tupperware", afirmou Reinlib.

Outra grande descoberta foi feita ao examinar as substâncias químicas no sangue de dois grupos próximos em Ohio e Kentucky, que tinham consumido água aparentemente contaminada com resíduos industriais.

As meninas no norte do Kentucky tinham níveis de substâncias químicas no sangue - ácido perfluorooctanoico (PFOA ou C-8), encontrado na cobertura de teflon em panelas antiaderentes - três vezes superiores àquelas que consumiam água do rio Ohio, perto de Cincinnati, filtrada utilizando-se tecnologia de ponta.

"Em 2012, implantaram (a tecnologia) após conhecer nossos resultados preliminares", afirmou a pesquisadora Susan Pinney, professora da escola de Medicina da Universidade de Cincinnati. As famílias também foram notificadas pela presença destas substâncias no sangue de suas filhas.

Alimentação e câncer

As substâncias químicas podem permanecer no corpo durante anos. Os cientistas ficaram desanimados ao comprovar que quanto mais tempo as jovens amamentaram seus bebês - algo que é incentivado, devido aos benefícios para a saúde das crianças -, maiores eram os níveis de PFOA encontrados em comparação com aquelas jovens que deram a mamadeira a seus filhos.

O que não foi possível estudar nas meninas foi testado em ratos de laboratório, que em um experimento foram alimentados com dietas ricas em gordura e expostos a substâncias cancerígenas para ver como os dois fatores interagiam.

Os tumores de mama se desenvolveram muito mais rápido nas cobaias que seguiram uma dieta rica em gordura, disse o cientista Richard Schwartz, do departamento de microbiologia e genética molecular da universidade estadual de Michigan.

Os ratos gordos tinham mais sangue nas glândulas mamárias, um nível de inflamação maior e apresentavam mudanças no sistema imunológico.

Os estudos de acompanhamento mostraram que o risco de desenvolver câncer se manteve elevado mesmo quando os ratos foram submetidos a uma dieta rica em gordura na puberdade, que em seguida foi substituída por uma dieta magra na idade adulta, disse o cientista à AFP.

"O dano já está feito", afirmou. "Isto significa que os humanos todos corremos riscos da mesma forma? Não sabemos ainda com certeza", prosseguiu.

Mas os resultados reforçam o conselho que se dá às pessoas de como manter uma boa saúde: evitar comida gordurosa, manter um peso normal e reduzir a exposição a substâncias químicas quando possível, afirmaram os cientistas.

O câncer de mama é o mais comum em mulheres em todo o mundo e em 2011 matou 508.000 pessoas, segundo números da Organização Mundial da Saúde.

Fonte: Diário de Pernambuco

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Cresce diagnóstico de câncer com novo modelo de assistência

Um novo modelo de assistência implantado este ano pela Secretaria Estadual da Saúde agilizou o diagnóstico de câncer no Hospital Estadual Pérola Byington e tem acelerado o tratamento das mulheres vítimas da doença.

Em seis meses, o número de atendimentos a casos suspeitos da doença cresceu 30%. Antes disso, somente 10% das mulheres encaminhadas pelo município ao hospital estadual tinham confirmação para câncer maligno. Atualmente esse índice subiu para 50%. Cerca de cem mulheres com suspeita de câncer são atendidas na unidade.

Pelo novo fluxo, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da Prefeitura fazem a triagem e encaminham para o Pérola Byington apenas os casos em que há suspeita de tumor maligno. As pacientes passam por biópsia e, em caso de confirmação da doença, dão início imediato ao tratamento.

Para isso os médicos do Pérola Byington treinaram 300 profissionais de UBSs para que eles pudessem triar melhor as pacientes, identificando o que era suspeita de tumor benigno e maligno, e encaminhando para o hospital apenas as pacientes que pudessem ter, de fato, câncer.

“Diminuímos o número de pacientes que ficavam ansiosas e apreensivas por um diagnóstico maligno. A fila pelo atendimento também foi reduzida, já que as pacientes com tumores benignos ficam na rede municipal ou são encaminhadas a outros serviços”, diz Luiz Henrique Gebrim, diretor médico do hospital.

O Hospital Estadual Pérola Byington, referência em saúde da mulher pelo SUS (Sistema Único de Saúde), realiza anualmente 7 mil cirurgias de alta complexidade, provenientes de tumores malignos de mama, útero e ovário.


Fonte: Diário de São Paulo

terça-feira, 5 de novembro de 2013

De Peito Aberto no CEU de Campo Limpo

Temos boas novas! 

A Exposição DE PEITO ABERTO irá abrir no dia 07/11 no I Sarau da Saúde do Jardim Macedônia, que vai acontecer no CEU Cantos do Amanhecer, no Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo.
A Palestra De Peito Aberto vai acontecer lá mesmo no CEU Cantos do Amanhecer, no sábado, dia 09/11, às 15h00.
Ficaremos muito felizes se você puder estar conosco e nos ajudar a divulgar, que tal?! Confira abaixo um release sobre a ação e o Mapa para te ajudar a chegar lá sem problemas!

E mais: Após a Palestra DE PEITO ABERTO tem mais uma boa surpresa... Agora o Projeto DE PEITO ABERTO tem uma parceria com o Projeto "De Bem com Você",  que atende mulheres, pacientes em tratamento de câncer, ensinando dicas de maquiagem e oferecendo gratuitamente um lindo kit (uma maravilhosa e enorme necessaire, repleta com os mais vários itens) de beleza e higiene. A ação, que vai privilegiar a população local e focada nas pacientes atendidas pelo SUS, é oferecida pelo Sindicato das Indústrias de Cosméticos ABHIPEC, que é quem está à frente do Projeto "De Bem com Você". É totalmente gratuita e ajuda a melhorar ainda mais a autoestima das mulheres que estão passando por um momento tão difícil.





Esperamos vocês lá! ;)

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Tabagismo: prejuízo para o corpo e para a mente

Muitas pessoas pensam que o órgão mais prejudicado pelo cigarro é o pulmão. Na verdade, os males causados pelo tabagismo impactam em todo o corpo de forma sistêmica. Para se ter uma ideia, apenas uma simples tragada é suficiente para contrair todos os vasos sanguíneos do corpo, causando o endurecimento das artérias e fazendo o coração trabalhar mais depressa, enquanto os pulmões absorvem cerca de cinco mil substâncias tóxicas, como amônia, chumbo, alcatrão e elementos cancerígenos como arsênio e cádmio.

De acordo com o pneumologista Oliver Nascimento, médico assistente da disciplina de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo e vice-diretor do Centro de Reabilitação Pulmonar da instituição, mais de 50 doenças diferentes estão associadas ao cigarro. “As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de morte por doença no Brasil, e o câncer de pulmão, a primeira causa de morte por câncer”, ilustra Nascimento, amparado por dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que aponta que o tabaco é responsável direta ou indiretamente por 40% das mortes dos indivíduos em todo o mundo.

Mas, além das doenças já conhecidas causadas pelo hábito de fumar, existe ainda a possibilidade que o tabagismo tenha participação no processo de degeneração cerebral. “Ainda não se sabe se o cigarro realmente acelera a perda cognitiva, como ocorre com a Doença de Alzheimer, por exemplo”, informa o neurologista Ivan Okamoto, coordenador do Núcleo de Envelhecimento Cerebral da Universidade Federal de São Paulo e do Núcleo de Memória do Hospital Israelita Albert Einstein. “Mas é conhecido que o tabagismo é um importante fator de risco para o mau funcionamento cerebral”, declara.

Mas como o cigarro pode afetar o cérebro? O que se sabe é que o fumante fica mais suscetível a desenvolver problemas no sistema circulatório, como a aterosclerose. Nessa doença, as artérias sofrem uma inflamação e, com isso, placas de gordura grudam em suas paredes. Com o passar do tempo, elas se calcificam, diminuindo o calibre dos vasos, fazendo com que o cérebro receba menos sangue e uma menor quantidade de oxigênio e nutrientes. “Esse comprometimento vascular pode levar à lesão cerebral, progredindo gradualmente a um quadro demencial”, explica Okamoto, que alerta ainda que até quem convive com fumantes (fumantes passivos) pode estar sujeito a essas consequências.

Importante ressaltar que os sintomas de quadro demencial podem ser confundidos com estresse ou fadiga. Entretanto, independente da causa, quando o indivíduo passa a apresentar dificuldades de memória persistentes, alterações no padrão funcional, mudanças no comportamento, problemas de linguagem e até mesmo dificuldades motoras, é recomendável que seja avaliado por um médico.

Considerado uma doença crônica, o tabagismo precisa ser tratado com mudança comportamental e, muitas vezes, com acompanhamento de um médico que indique o tratamento adequado que combine terapias. Dependendo do caso, é possível incluir medicamentos que ajudem no controle dos sintomas da abstinência, que podem sabotar o abandono do fumo. Atualmente, o tratamento farmacológico inclui, entre outras terapias, a reposição de nicotina e medicamentos que auxiliam no controle da vontade e ansiedade de fumar, como o Champix (vareniclina), único produto desenvolvido especificamente para o tratamento do tabagismo. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm menor chance de sucesso (uma média de 5%). E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem acompanhamento médico.

“A boa notícia é que, graças ao aumento da conscientização da população motivado pelas leis de restrição ao cigarro em ambientes fechados, proibição da publicidade, campanhas antitabagismo, novos tratamentos medicamentosos, entre outros, a cada ano o número de fumantes vem reduzindo”, diz Oliver Nascimento. Prova disso está no fato de que, em 1989, aproximadamente 35% dos brasileiros fumavam e, em 2008, este índice caiu para 17,2%*. “Além disso, com o aumento da expectativa de vida, as pessoas já são capazes de antecipar alguns cuidados e medidas preventivas para o bom funcionamento do corpo e da mente. Afinal, todos querem atingir a terceira idade mantendo-se o mais ativo e independente possível”, afirma Ivan Okamoto.



terça-feira, 29 de outubro de 2013

Novos dados de aumento de sobrevida a pacientes de câncer colorretal são apresentados

O câncer colorretal (CRC) é o quarto câncer mais comum no mundo, com uma incidência estimada global de mais de 1,2 milhão de casos4. Estima-se que 608.000 mortes ocorrem anualmente em todo o mundo devido ao CRC, representando 8% de todas as mortes por câncer e tornando-se a quarta causa mais comum de morte por câncer.4 Quase 60% dos casos ocorrem em regiões desenvolvidas e as taxas de incidência e de mortalidade são substancialmente mais elevadas nos homens do que nas mulheres.5 Somente na Europa, um número estimado de 436.000 pessoas desenvolve o CRC anualmente, e cerca de 212.000 morrem da doença todos os anos.

A biofarmacêutica da Merck, anunciou que o grupo investigador cooperativo alemão AIO,(ArbeitsgemeinschaftInternistischeOnkologie) apresentou novos dados do estudo clínico defase III,cabeça-a-cabeça, FIRE-3, o qual mostrou melhora clinicamente relevante de cetuximabe mais FOLFIRI versus bevacizumabe mais FOLFIRI no tratamento em primeira linha do câncer colorretal metastático (CCRm) em pacientes com tumores RAS selvagem.

Os novos dados, a partir de uma análise exploratória pré-planejada, foram apresentados no Congresso Europeu de Câncer 2013 (ECCO-ESMO-ESTRO). A análise demonstra aumento de 7,5 meses na sobrevida global mediana em pacientes CCRm com tumores RAS selvagem (n=342), definido como não apresentando mutações nos exon2, 3 e 4 do KRAS e NRAS), recebendo FOLFIRI mais cetuximabe na 1ª linha em comparação a pacientes que receberam FOLFIRI mais bevacizumabe (SGm: 33,1 meses versus 25,6 meses, respectivamente; razão de risco [HR]: 0,70; p = 0,011). Em uma análise post hoc, no grupo de pacientes com qualquer mutação RAS (n = 178), os pacientes que receberam na 1ª linha FOLFIRI mais cetuximabe alcançaram SGmde 20,3 meses versus 20,6 meses no grupo que foi tratado com FOLFIRI mais bevacizumabe (HR: 1,09; p = 0,60).

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Projeto de Peito Aberto em parceria com a GE

O Projeto De Peito Aberto firmou uma parceria com a GE nesse Outubro Rosa e algumas de nossas Guerreiras Vencedoras contarão suas histórias de superação em vídeos curtos e emocionantes.

Nós, Vera Golik e Hugo Lenzi, autores do Projeto De Peito Aberto, e toda nossa equipe, estamos muito felizes com essa parceria com a GE. Somos imensamente gratos a nossa Guerreira Vencedora, Dalva Sandes por compartilhar a sua história e nos ajudar a levar força e coragem para tantas pessoas!

Entre no site da GE e veja o maravilhoso vídeo com a trajetória da Dalva.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Anhembi Morumbi e Pérola Byington realizam desfile para elevar a autoestima da mulher

 No mês em que a conscientização sobre a importância do autoexame e da mamografia para a prevenção do câncer de mama está em pauta, a Anhembi Morumbi, integrante da rede internacional de universidades Laureate, em parceria com o CRSM do Hospital Pérola Byington – especializado em saúde da mulher – realiza o 9º Desfile da Primavera, cujo tema da vez é “O Bordado do Improviso”. Na passarela, ao invés de modelos profissionais, sobem pacientes. O evento acontecerá no dia 25 de outubro, às 15 horas, no câmpus Morumbi.

O objetivo é elevar a autoestima das mulheres que estão passando por tratamento contra o câncer e conscientizar outras sobre a importância do autoexame e de consultas periódicas. Para isso, 21 voluntários, entre alunos e docentes do curso de Design da Moda, trabalharam na criação de peças que contam com o charme do crochê e do tricô feitos à mão, ponto a ponto. Segundo Eloize Navalon, coordenadora do curso de Design de Moda, a técnica foi escolhida por dar origem a um tecido maleável e resiliente, características encontradas nessas mulheres que lutam pela vida, muitas vezes no improviso.

Também participam da ação, alunos dos cursos de Negócios da Moda, envolvidos na organização do evento, de Produção Musical, que assinam a trilha sonora do desfile, e de Estética e Cosmética com ênfase em Maquiagem Profissional e Visagismo e Terapia Capilar, que cuidarão do makeup e cabelo das ‘modelos’.
Este é o terceiro ano em que a Anhembi Morumbi apoia a iniciativa. “Sabemos o quanto uma ação como essa pode contribuir para o bem-estar das mulheres”, afirma Eloize Navalon.

Concepção do projeto

De forma livre, improvisada, as peças foram inspiradas na capacidade de transformação e superação do ser humano. Manter-se resiliente é o ponto central da gestão emocional, e, consequentemente, da saúde e bem estar. É a capacidade de improvisar, agindo de acordo com o que se tem em mãos. A partir deste conceito, os profissionais escolheram abrir mão de roteiros ao criar os tecidos para suas peças.

As técnicas escolhidas foram o crochê, o tear, o tricô e o bordado. A matéria-prima virou tecido e este, por sua vez, tornou-se vestimenta – representando o ciclo de mudanças da vida e o poder de renovação.

O branco aparece com destaque nas criações, por representar o recomeço. Os desenhos simbolizam o sistema imunológico. Nestas imagens, tons violáceos, azuis e lavanda remetem a uma crença metafísica do poder desses tons para a transformação pessoal e elevação espiritual. O violeta e o roxo, por exemplo, ajudam a combater os medos e contribui para a paz limpando a mente de transtornos emocionais.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Novo método a laser beneficia mulheres com câncer de mama

Além de todo o desconforto e das preocupações ocasionadas pela descoberta do câncer de mama, cerca de 80% das mulheres jovens com este diagnóstico passam por tratamento que requer a indução da menopausa. O objetivo é estancar a produção do estrógeno, hormônio que tem relação com esse tipo de neoplasia.

Nem sempre esse processo, porém, pode ser revertido após o final do tratamento - justamente para impedir que as células tumorais voltem a se multiplicar. E com a menopausa precoce, essas mulheres acabam por conviver também com a atrofia vaginal, condição que compromete a vida sexual. Isso porque a falta de estrógeno, leva ao ressecamento, perda de elasticidade e afinamento da parede da vagina.

Como nessas pacientes, não é possível recorrer aos hormônios tópicos, recomendados para tratar a atrofia vaginal, um novo método a laser recém-chegado no Brasil, é uma opção segura para essas mulheres. Disponível no primeiro centro brasileiro de tratamento de atrofia Vaginal, o Espaço Deka, em São Paulo, o método não possui contra-indicação.

Pesquisa internacional realizada da Universidade de Pavia comprovou que esse tipo de laser, chamado de Monalisa Touch, não só estimula a produção de colágeno, devolvendo espessura à pele por meio da multiplicação celular, como melhora a frouxidão na parede vaginal. Indiretamente ainda reduz o ressecamento do órgão feminino, pois aumenta a atividade dos fibroblastos, melhorando a vascularização e o nível de hidratação da mucosa.

Indolor, o Monalisa Touch é feito por ginecologista após avaliação clínica no próprio consultório. São necessárias entre um ou duas sessões que não duram mais do que 30 minutos.

Caso se interessarem pela pauta, a ginecologista e mastologista Vera Lucia da Cruz, professora da Faculdade de Medicina do ABC, poderá falar sobre a nova técnica e esclarecer dúvidas sobre o câncer de mama.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Ação de combate ao câncer de mama ganha espaço nas ruas de São Paulo

A Otima, empresa responsável pela gestão dos espaços publicitários nos abrigos de ônibus na cidade de São Paulo, adere à luta de combate ao câncer de mama e apoia campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que afeta mais de 50 mil mulheres por ano no Brasil.

Patrocinada pela Clinique, marca norte-americana de skincare e maquiagem da Estée Lauder e representante nacional da causa no Brasil, a campanha ‘Juntos somos fortes’, produzida pela agência Luminas, está em 200 faces publicitárias nos novos abrigos de ônibus em todas as regiões da capital cedidas pela Otima.

O objetivo da Clinique é encorajar homens e mulheres a vencer esta luta. Para isso, realizará ações especiais de combate ao câncer de mama e arrecadará fundos para a causa com a venda exclusiva do batom Chubby Stick.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Evento: "Comunicação para a paz"

A Campanha De Peito Aberto apóia toda forma de saúde e a paz é a saúde social que todos nós precisamos! Por isso, apoiamos o evento "COMUNICAÇÃO PARA A PAZ". 
O evento vai acontecer neste Domingo, dia 13 de outubro, às 15hs, na sede da BSGI, Rua Tamandaré, 984, no Auditório Monarca.

Sei que está bem em cima da hora, mas, como vocês sabem, acabo de voltar de Minas Gerais e só agora estou mandando os convites.

Segue aqui em anexo e abaixo o convite desta atividade super importante para que possam nos ajudar a divulgar para os seus contatos e convidados.

Vamos reunir pessoas interessadas em uma COMUNICAÇÃO HUMANISTA para que possamos fazer deste um momento histórico.

O tema de nosso evento é: "COMUNICAÇÃO PARA A PAZ - A importância da Comunicação Não-Violenta na construção de um mundo mais humano".

Nosso palestrante convidado será o Professor Edvaldo Pereira Lima, da ECA-USP, um professor de comunicação que tem um trabalho todo voltado para o pensamento humanista. Além disso, nós apresentaremos três casos (um do Rio e dois de São Paulo) de membros nossos do DECOM que conseguiram colocar em prática os ensinamentos humanistas de Daisaku Ikeda em várias áreas da comunicação. Depois vamos abrir uma Roda de Conversa para que o público possa se envolver num diálogo rico, focado na proposta: COMUNICAÇÃO PARA A PAZ. Aparentemente uma proposta "simples" mas que, no entanto, é também tão complexa e desafiadora nesse mundo tumultuado que vivemos. Nesse evento pretendemos discutir como podemos desenvolver uma "comunicação para a paz", quais as dificuldades e desafios que encontramos e como podemos vencê-los. Vamos fazer deste um evento inspirador para encontrarmos juntos os caminhos para fazer a diferença e comprovar que NÓS PODEMOS FAZER UMA COMUNICAÇÃO DIFERENTE, que agregue valor, que leve força, coragem e esperança para as pessoas. Vamos fazer desta ocasião um momento de prova real e de inspiração para todos nós.

SUA PRESENÇA É MUITO IMPORTANTE!!!

De novo, agradeço se puderem nos ajudar a divulgar!
um grande abraço,

Vera Golik e equipe de DECOM.


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Caminhar na menopausa reduz o risco de câncer de mama

Especialistas britânicos disseram que o estudo é uma evidência de que o estilo de vida influencia o risco para o câncer.A equipe da Sociedade Americana do Câncer afirmou que essa foi a primeira vez que a redução de riscos foi especificamente ligada à caminhada.

Uma pesquisa recente da organização beneficente Ramblers mostrou que um quarto dos adultos anda mais de uma hora por semana. Manter uma rotina de atividades físicas é um fator conhecido na redução do risco de se contrair diversos tipos de câncer.

Atividade recreacional

Este estudo, publicado na revista científica Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, acompanhou 73.614 mulheres com idades entre 50 e 74 anos recrutadas pela Sociedade Americana do Câncer entre 1992 e 1993 para monitorar a incidência do câncer.

Elas responderam questionários sobre sua saúde e a respeito de quanto tempo permaneciam ativas e participando de atividades como caminhar, nadar e fazer exercícios aeróbicos. Elas também registraram quanto tempo ficavam sentadas assistindo televisão ou lendo.

Elas preencheram os mesmos questionários em intervalos de dois anos entre 1997 e 2009.

Andar como única atividade recreacional foi o hábito mencionado por 47% das pesquisadas.

Aquelas que andavam ao menos sete horas por semana tiveram uma redução de 14% no risco de câncer de mama, comparado com aquelas que andavam apenas três ou menos horas por semana.

Alpa Patel, epidemiologista da Sociedade Americana do Câncer em Atlanta, na Georgia, que liderou o estudo, afirmou: "Dado que mais de 60% das mulheres relataram andar diariamente, promover a caminhada como uma atividade saudável de lazer pode ser uma estratégia efetiva para aumentar a atividade física entre as mulheres em fase de pós-menopausa."

"Ficamos contentes em descobrir que sem nenhuma outra atividade recreacional, apenas andar uma hora por dia foi associado com menor risco de câncer de mama nessas mulheres".

"Atividades mais longas e extenuantes reduziram ainda mais o risco."

A baronesa Delyth Morgan, executive-chefe da Campanha Contra o Câncer de Mama afirmou: "Este estudo adiciona mais evidências de que nossas escolhas de estilo de vida podem influenciar o risco de câncer de mama e mostra que mesmo mudanças pequenas incorporadas às nossas atividades cotidianas podem fazer a diferença."

"Nós sabemos que a melhor arma para superar o câncer de mama é a habilidade de interrompê-lo, em primeiro lugar."

"O desafio agora é saber como transformamos essas descobertas em ação e como identificamos outras mudanças de estilo de vida sustentáveis que nos ajudarão a prevenir o câncer de mama."



Fonte: BBC

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Mastectomia dupla é aceitável somente quando há risco

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a cirurgia redutora de risco do câncer de mama, ainda que bastante controversa, foi amplamente noticiada quando a atriz Angelina Jolie revelou tê-la realizado, de fevereiro a abril deste ano, para a prevenção de câncer nas mamas, uma vez que possuía antecedentes familiares da doença e 87% de risco de desenvolver o câncer de mama. Porém, a cada dia aumenta mais a demanda nos consultórios dos cirurgiões plásticos de pacientes solicitando a retirada das mamas, com o objetivo de prevenir tumores futuros.

Estimativas da entidade apontam que houve aumento de cerca de 50% da procura nos consultórios médicos por pacientes que querem se prevenir. De acordo com o mastologista, José Ricardo Rodrigues, esta é uma medida bem aceitável somente quando existe o risco de desenvolver o câncer de mama. "Existem mulheres que têm alto risco de câncer, mas são aquelas que tiveram na família uma parente muito próxima com o tumor na mama, como mãe, irmãs, filhas e primas, ou mesmo o pai com câncer de mama. Essas mulheres têm um risco maior. E há ainda mulheres que possuem uma mutação em um dos dois genes BRCA1 ou BRCA2. Neste caso, elas também têm grande chance de desenvolver a doença”, explica.

Além disso, o especialista destaca que existem algumas alterações na mama que são precursoras do câncer, como carcinoma in situ ou hiperplasia atípica do duto mamário. "Estas mulheres também têm uma grande chance de vir a desenvolver o câncer de mama e, por conta disso, essa é uma medida aceitável, em que, além da cirurgia, ela poderia, eventualmente, tentar fazer a prevenção através da administração de alguns medicamentos considerados antiestrogênicos, que também conseguem reduzir a probabilidade de a mulher desenvolver o câncer”, esclarece.

No entanto, este tipo de cirurgia não elimina 100% do risco de desenvolver o câncer de mama. O mastologista Leandro Ovidio Facure de Vito alerta que a medida não deve ser vista como moda e nem considerada uma forma de prevenção. Além disso, a decisão pela mastectomia redutora de risco é a última alternativa para combater o câncer de mama e, mesmo assim, inúmeros fatores devem ser levados em consideração. Leandro de Vito ressalta que a decisão não pode ser emocional e deve ser tomada em conjunto com uma equipe médica multiprofissional, composta por psicólogo, cirurgião plástico, oncologista, entre outros médicos. Embora seja pouco comum no Brasil, existem recomendações para a cirurgia. "Mulheres que têm a mutação no gene, com biópsia prévia de algum tipo de carcinoma in situ na mama, forte antecedente familiar, ou seja, caso de câncer em mãe ou irmã na pré-menopausa, são fatores de consenso para os quais está indicada a mastectomia redutora de risco. E desde que seja feita antecipadamente uma abordagem multiprofissional, não basta simplesmente querer”, afirma.

Fonte: Oncoguia

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Câncer de mama atinge cada vez mais mulheres jovens

Todos os anos, cerca de 8 milhões de pessoas morrem no mundo inteiro com câncer. Só no Brasil, em 2012 foram registrados 518,5 mil casos. Um dado alarmante é que o câncer de mama matou, no mesmo período, 52.680 mil pessoas. Os números não param de assustar e crescer a cada ano. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), dos 520 mil novos casos de câncer no país esperados para este ano, quase 50 mil serão de mama.

PREVENÇÃO E CUIDADOS - O assunto é mais grave do que se pensa. Segundo o site da Young Survival Coalition (principal organização mundial dedicada ao combate de câncer em mulheres jovens), mais de 250 mil mulheres diagnosticadas anualmente com câncer de mama nos Estados Unidos têm menos de 40 anos e cerca de 1200 nessa faixa etária morrem. Um dos motivos seria que não existem aparelhos adequados suficientes para identificar o tumor em mamas jovens e densas. Quando se rastreia, o câncer já está em estágio avançado e com risco mínimo de sobrevivência.

De acordo com a oncologista Carolina Rutkowski, da Oncomed de Belo Horizonte, a melhor forma de descobrir a doença com menos de 30 anos é a ultrassonografia. “As mulheres têm ouvido e visto muito sobre a ressonância magnética das mamas. Entretanto, este exame não é recomendado para triagem suplementar devido à densidade da mama, uma vez que tem uma alta taxa de falsos positivos, levando assim a muitas biópsias desnecessárias”, diz.

De acordo com a especialista, o exame tem indicações precisas e somente o médico mastologista pode indicá-lo. "É muito importante que todas as mulheres, busquem conhecer seu corpo e, caso identifiquem nódulos ou qualquer tipo de alteração em suas mamas, procurem imediatamente o médico especialista”, completa.

CASO ANGELINA - A médica explica que a mastectomia profilática, feita pela atriz Angelina Jolie, não é indicada para todas as mulheres. O procedimento consiste na retirada das duas mamas com o objetivo de prevenir uma futura ocorrência de malignidade em pacientes de alto risco (Marie Claire já falou antes sobre o assunto.

“Esse tipo de mastectomia não consegue produzir uma proteção de 100%, por mais radical que seja, porque pequenas quantidades de tecido mamário permanecem sob a pele”, diz a oncologista. Segundo a especialista, em 2006 saiu um parecer publicado pelo Instituto Nacional do Câncer posicionando-se contra esta conduta. "Eu, particularmente, acho que deve ser sempre uma escolha de cada um, considerando que cada mulher tem riscos, angústias e histórias diferentes. Defendo que, ao aplicar a melhor interpretação dos dados científicos disponíveis, caso a caso, seremos capazes de chegar à melhor conduta para cada paciente”.

OUTUBRO ROSA - O movimento foi criado nos anos 90 na Corrida pela Cura, em Nova York, e ganhou destaque em 1997, nas cidades de Yuba e Lodi, na Califórnia. Desde então, várias cidades no mundo fazem campanhas todo mês de outubro para conscientização da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Famosas no mundo inteiro vestem a camisa da causa, como a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, a apresentadora Sabrina Sato e as tops Alessandra Ambrósio e Ana Claudia Michels. Marie Claire também apóia a campanha e, toda terça-feira, vai mostrar uma história de coragem de mulheres que se importam com a causa ou descobriram a doença jovens e lutaram contra ela.


Fonte: Marie Claire

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Outubro rosa: mês da conscientização do câncer de mama

O Outubro Rosa é o mês de conscientização e combate do câncer de mama. De acordo com dados mais recentes do Inca (Instituto Nacional de Câncer), em 2010, 12.705 mulheres morreram de câncer de mama.

O movimento que dura o mês inteiro busca alertar sobre os riscos e a necessidade de diagnóstico precoce deste tipo de câncer, que é o segundo mais recorrente no mundo, perdendo apenas para o de pele.

O nome Outubro Rosa remete à cor do laço que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas, e instituições públicas.

Iniciado na década de 90, nos Estados Unidos, vários Estados tinham ações isoladas de realizações de mamografia e de detecção do câncer de mama no mês de outubro.

Em 2008, o Outubro Rosa chegou ao Brasil por iniciativa da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama). O movimento prevê ações durante todo o mês em várias cidades do País.

Congresso Nacional ficará rosa
Nesta terça-feira (1º), o Congresso Nacional terá uma iluminação na cor rosa em referência à campanha Acenda sua Consciência. O evento é uma iniciativa da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em parceria com a Procuradoria da Mulher do Senado Federal e acontece às 18h.

Em Brasília, outros monumentos serão iluminados por iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Governo Federal. Além disso, haverá uma programação especial com exposições, campanhas e bate-papos sobre o câncer de mama.



Fonte: R7

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A mulher depois da histerectomia

A histerectomia é uma cirurgia para remover o útero quando o mesmo sofre de alguma patologia, tais como tumores, fibromas, câncer do endométrio, câncer de colo uterino, adenomiose, entre outros.

A cirurgia atualmente é bastante comum, visto que as técnicas cirúrgicas se tornaram menos agressivas, garantindo um pós-operatório mais confortável e claramente contribuindo para que as mulheres retornem muito mais rápido para suas atividades habituais.

O útero pode ser removido totalmente ou parcialmente. O procedimento pode incluir ou não a retirada de trompas e ovários. Esta cirurgia só é menos frequente que as cesarianas. O diferencial está na incisão cirúrgica que pode ser abdominal ou vaginal ou ainda videolaparoscopica.

Apesar de muitos estudos mostrarem a satisfação das mulheres com a retirada do útero, observa-se que este assunto ainda é muito controverso. Algumas pacientes manifestam claramente a preocupação com sua sexualidade. Sentem-se vazias por dentro, considerando também o procedimento uma agressão a sua feminilidade.

É comum eu ouvir no consultório esta pergunta: "Doutora, vou continuar sentindo desejo pelo meu companheiro depois da cirurgia?” ou "Ele vai perceber alguma diferença ?”. Por isso tratarmos deste assunto é importante usando de toda experiência que possuo de 28 anos na área de ginecologia.

O conceito que a mulher tem de sua sexualidade, feminilidade e capacidade reprodutiva deve ser considerado sempre na fase pré-operatória porque acredito que o risco de desajustes emocionais e sexuais que ocorrem após a remoção do útero esteja inteiramente associado aos aspectos sociais. A qualidade da relação do casal parece ser também de extrema importância para o bem-estar psíquico e sexual após a cirurgia.

A discussão é bastante complexa, mas nos leva a perceber a necessidade de abordar a retirada do útero a partir de uma perspectiva ampliada, com olhos na saúde física e emocional.

O que posso dizer é a que mulher após a retirada do útero ficará liberta daqueles sangramentos tão desconfortáveis que não se resolviam com nada na prática clínica. E o mais importante é que os órgãos do corpo se acomodam para ocupar o lugar do útero. Portanto, se há vazio, este é psicológico.


Fonte: Oncoguia

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Casamento ajuda a resistir a câncer

Estudo publicado no “Journal of Clinical Oncology” afirma que, em média, pessoas diagnosticadas com câncer vivem mais se forem casadas. Elas também tendem a ter um diagnóstico mais precoce – quando o tratamento ocorre com mais sucesso – e a se tratarem de forma mais adequada.

Segundo Ayal Aizer, da Universidade Harvard, o casamento pode ter um impacto significativo nos pacientes com câncer. O resultado apareceu para diversos tipos da doença: pulmonar, colorretal, de mama, de pâncreas, de próstata, hepático, linfoma não-Hodgkin, cabeça e pescoço, de ovário, e de esôfago. Foram analisados 735 mil casos de câncer nos EUA identificados entre 2004 e 2008.

Os dados mostraram que os solteiros têm uma tendência 17% maior de que seu câncer chegue a metástase (quando se espalha para além do órgão de origem), além de terem chance 53% menor de receber tratamento adequado.

Paul Nguyen, outro autor do trabalho, ressalta que o estudo não deve ser visto como uma exaltação do casamento, mas que serve para lembrar àqueles que têm um parceiro com câncer que sua participação no tratamento pode fazer muita diferença.





Fonte: G1

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O gargalo do câncer

É oportuna, mas pouco provável de ser de fato cumprida a liminar dada pela Justiça Federal, a pedido da Defensoria Pública da União, para tentar acelerar o início do tratamento contra o câncer no SUS.

A decisão se refere ao cumprimento da Lei 12.732/12, que passou a vigorar em maio deste ano e que obriga o SUS a iniciar o tratamento contra a doença em até 60 dias após o diagnóstico no prontuário médico.

Agora, a Justiça ordenou que o prazo máximo de 60 dias entre o diagnóstico do câncer e o início do tratamento seja contado a partir do resultado do exame.

Na vida real, isso significa muito. Diante da suspeita de câncer, em tese, o paciente do SUS é encaminhado para um especialista, que pede um exame.

Quando o resultado fica pronto, ela marca uma nova consulta. É a partir daí que começa a contar o prazo dado pela lei. Mas entre fazer o exame e conseguir agendar com o especialista pode levar dois meses em média, que, somados aos outros dois meses previstos em lei, elevaria para quatro meses o início real do tratamento no SUS.

E isso na melhor das hipóteses. O período pré-diagnóstico é hoje um dos pontos mais críticos do SUS. Até o paciente chegar ao resultado, existe uma longa peregrinação.

O ministério afirma que vai recorrer da decisão, justificando que o registro no prontuário dá maior segurança, pois a forma de entrega do resultado não é padronizada no país. A defensoria orienta as pessoas a denunciarem se a decisão for descumprida pelo SUS.

Diante do imbróglio, é difícil deixar o ceticismo de lado e acreditar que, na prática, algo vá mudar no atual cenário. A razão é simples: não houve aporte adicional de recursos para que a lei saia do papel e faça, de fato, alguma diferença na vida das pessoas com câncer.

Os pacientes continuam enfrentando grande dificuldade de encontrar, em pouco tempo, um serviço público para tratar alguns tipos de câncer, como o de esôfago, e o de reto, que exigem tratamento multidisciplinar.

Também não ficou claro como irá funcionar a punição das instituições que não cumprirem o prazo estipulado pela lei. Afinal, quem será punido?

"Se entre o diagnóstico e a chegada ao hospital o prazo for muito longo, o tempo de se fazer todas as outras atividades [como o preparatório para uma cirurgia] diminui. Quem será penalizado, o serviço que fez o diagnóstico inicial ou o serviço que aceitou o paciente? Isso não está esclarecido na legislação", questionou o oncologista Paulo Hoff, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), em audiência pública no Ministério Público Federal para debater o tema, no dia em que a portaria foi publicada. A ver.


Texto escrito por Cláudia Collucci, colunista de saúde da Folha de São Paulo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Exposição De Peito Aberto em Minas Gerais

Queridas amigas de Minas Gerais, temos boas novas: No Outubro Rosa a EXPOSIÇÃO "DE PEITO ABERTO, a Autoestima da Mulher com Câncer de Mama, uma Abordagem Humanista" vai estar em BH/Contagem, no Itaú Power Shopping (Av. General David Sarnoff, 5160, Cidade Industrial, Contagem / MG); de 01 a 09 de Outubro (de segunda à sábado das 10h às 23hs e domingos de 11hs às 22hs). A Palestra será no dia 02 de outubro (às 20 horas) também no Shopping (no local da exposição).

Em Uberaba: no Sesc Uberaba (Unidade I Rua Ricardo Misson, 411, Fabrício. Uberaba – MG); de 5 a 20 de outubro (Segunda à sexta-feira: 09h às 20h30 / Sábados e domingo: 09h às 16h30)
A Palestra será no dia 07 de outubro (das 19hs às 20:30hs), no Auditório do Sesc Uberaba (Unidade III) – Pça Estevam Pucci, 386, Fabrício. Uberaba – MG

ENTRADA FRANCA - Levem os amigos! E ajudem a divulgar.

Se puderem, escrevam inbox para a Vera quem quiser ser um de nossos colaboradores ou para indicações de equipe de monitoria.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Vacina inédita contra HPV é desenvolvida em Santa Catarina

Especialistas de todo o Brasil se encontraram nesta semana na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para discutir os tratamentos e a prevenção contra o HPV, vírus que é transmitido sexualmente em 95% dos casos, segundo especialistas. O vírus transmite o câncer de colo de útero, tumor maligno que contaminou 300 catarinenses em 2012 e levou 165 delas a morte.

Existem 200 tipos de HPV e somente aqueles que apresentam manchas no colo do útero ou nos órgãos que podem evoluir para o câncer. Outros tipos se manifestam em forma de verrugas, casos estes considerados de baixo risco, mas que preocupam.

Em Florianópolis, 21% das mulheres entre 18 e 70 anos têm algum tipo de HPV. Entre os homens, esse percentual sobe para 40%.

E é de Santa Catarina que sairá uma nova possibilidade de prevenção. "Estamos em uma fase final de avaliação no Centro de Pesquisa HPV no Hospital Universitário de uma vacina que chamamos de multivalente. Nessa vacina, foram acrescentados cinco tipos diferentes de HPV's que causam câncer para dar uma proteção maior. Com esses tipos contidos na vacina, praticamente vamos pegar todos os casos de câncer ou lesões pré-cancerosas associadas ao HPV", explicou o médico Edison Natal Fedrizzi.

O centro de pesquisas da UFSC fez uma parceria com algumas clínicas de Florianópolis onde as pessoas podem tomar a vacina com 20% de desconto. Para conseguir o benefício, é preciso se cadastrar na Universidade. O telefone para contato: (48) 3233-6798.

Vacina contra o HPVO governo federal anunciou no dia 1º de julho que o Sistema Único de Saúde (SUS) irá disponibilizar a vacina contra o vírus HPV a partir de 2014. A produção da vacina já está sendo negociada com um laboratório brasileiro e, segundo o Ministério Público, mais de 100 mil meninas catarinenses devem ser imunizadas contra o vírus, em um sistema de três doses em que meninas de 10 e 11 anos serão imunizadas.

Por enquanto, as vacinas bivalente e a quadrivalente contra o vírus estão disponíveis apenas nas clínicas particulares. São três doses e, cada uma, custa R$ 300, em média. Apesar do custo elevado, a vacina demonstrou 90% de eficácia.


Fonte: Oncoguia

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dieta, exercícios e café 'reduzem riscos' de câncer de útero

Uma pesquisa conduzida por cientistas britânicos indica que seguir uma dieta saudável, praticar exercícios diários e possivelmente tomar café podem reduzir os riscos de câncer de colo do útero.

Os pesquisadores, do Imperial College, de Londres, observaram que, apesar de terem encontrado indícios de que o café pode ajudar a proteger mulheres contra o tumor, não há evidências suficientes para estimular consumo da bebida como forma de prevenção da doença.

Na primeira análise global de pesquisas sobre câncer de colo do útero desde 2007, os pesquisadores examinaram as ligações entre a doença e a prática de exercícios, dieta e peso corporal.

Eles concluíram que cerca de 3,7 mil casos de câncer de colo do útero poderiam ter sido evitados se as mulheres tivessem se exercitado ao menos 38 minutos diários cinco dias por semana e mantido um peso saudável.

A autora do estudo, Teresa Norat, afirmou que se as mulheres se exercitarem regularmente e mantiverem uma boa dieta 'podem reduzir os riscos de câncer de útero e melhorar a saúde em geral'.

Karen Sadler, diretora-executiva do World Cancer Research Fund, afirmou que as evidências sobre o café 'são muito interessantes', mas que novas pesquisas devem ser feitas sobre os efeitos da bebida na prevenção do câncer.

'Temos de considerar os possíveis efeitos colaterais do café em outros tipos de câncer e na saúde em geral', afirmou Sadler.



Fonte: G1

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Teste do pezinho pode identificar futuro câncer

A possibilidade de mapear, na primeira infância, mutações hereditárias que podem desencadear cânceres pode estar perto de ser uma realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é a intenção de um grupo de pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp), que desenvolveu um kit para a detecção de mutação genética ligada à doença. A nova tecnologia poderá ser integrada ao teste do pezinho e ajudar os oncologistas a detectar as doenças ligadas à síndrome de Li-Fraumeni — caracterizada pela ocorrência de vários tumores em um mesmo paciente — antes mesmo de elas se manifestarem.

O projeto foi desenvolvido no Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico especializado em oncologia e hematologia pediátrica. A tecnologia possibilita a rápida identificação da mutação R337H do gene TP53 e em grande escala. A alteração está ligada à síndrome de Li-Fraumeni, condição hereditária rara caracterizada pelo aparecimento de vários tumores em uma única pessoa. “Pelo menos 70% dos casos de câncer são de origem esporádica e aparecem quando a pessoa está mais velha, aos 60 ou 70 anos. Mas, quando a mutação está presente também nas células sexuais dos pais, o bebê pode nascer com todas as células do corpo portadoras da mutação”, explica Antônio Abílio Pereira da Santa Rosa, oncogeneticista do Hospital Federal de Bonsucesso e da Oncoclínica, no Rio de Janeiro.

Leucemia e câncer de mama estão entre os problemas desencadeados pela síndrome. “O tumor de córtex adrenal, que é a glândula localizada em cima dos rins, é um tipo maligno. Em crianças, em geral, a manifestação mais comum é a presença de massa na barriga. Ele tem alguns sinais, como pressão alta, hipertensão arterial, dor e perda de peso”, complementa Luis Sakamoto, oncologista pediátrico do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB).

Segundo Sakamoto, o câncer de córtex adrenal tem frequência elevada em pacientes com Li-Fraumene e geralmente é descoberto quando já atingiu a metástase. “O prognóstico não é bom, a não ser que seja diagnosticado precocemente. A massa deve ser retirada, mas, se houver metástase, fica complicado. No mais, crianças tendem a se recuperar com mais facilidade dessas doenças.” Outro tumor comum é o carcinoma de plexo coroide, que ataca o cérebro. Ele é causado por anomalias no líquido que banha o sistema nervoso e pode ser tratado com quimioterapia.

Isabel Pereira Caminha, aluna de genética e biologia molecular do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, desenvolveu o kit durante o doutoramento. “Ele é composto pelos reagentes necessários para a execução da detecção da mutação R337H, além de reagentes para a extração do DNA de amostras de sangue seco em papel filtro”, explica a pesquisadora. Embora já existam outras técnicas para detectar a mutação, para se chegar a um resultado, são necessárias várias etapas, que demandam muito tempo e um alto gasto de reagentes.

Essas técnicas utilizam o PCR (polymerase chain reaction) convencional, mas o novo método utiliza o PCR em tempo real (RQ-PCR). “Ele não necessita de reações posteriores, o que agiliza bastante o processo. Além disso, é bastante sensível, sendo suficiente uma gota de sangue para a realização do teste. Enquanto as técnicas mais utilizadas levam mais de um dia para chegar a um resultado, a que utilizamos leva entre duas e quatro horas”, explica Isabel. Segundo ela, também é possível analisar várias amostras de sangue simultaneamente. Além disso, as outras técnicas são artesanais e dependem da análise visual, enquanto o novo método, que está em processo de patenteamento, é automatizado.

Ação precoceA intenção é de que o método integre o teste do pezinho, pois a detecção da mutação nos primeiros dias de vida poderia auxiliar no diagnóstico precoce de doenças. Um estudo paranaense comprova esse benefício. Nele, as crianças com resultados positivos para a mutação foram acompanhadas clinicamente durante anos. Todas as que desenvolveram câncer tiveram um bom prognóstico. “O tumor foi detectado ainda pequeno, o que resultou em ótimas chances de cura. Entre as crianças cujos pais não permitiram a participação (no estudo), no entanto, os tumores foram detectados apenas quando já estavam mais avançados, o que às vezes exige quimioterapia além da cirurgia de retirada do tumor. Houve inclusive uma que morreu, pois a doença já estava muito avançada”, conta Caminha.

Embora a mutação seja apenas um indício de que a doença pode se desenvolver durante a vida. Nesse estudo do Paraná, por exemplo, apenas 2,39% das crianças com a alteração desenvolveram o tumor de córtex adrenal. Isabel defende que, com o acompanhamento clínico nos primeiros anos de vida, as chances de cura aumentam. Além disso, como a mutação é dominante, ela sempre será repassada aos descendentes do portador.

“Estudos indicam que a família que carrega a mutação tem três vezes mais casos de câncer do que a família não portadora. Considero, devido a isso, imprescindível o aconselhamento genético para essas famílias. Ultrassonografia e exames de sangue periódicos auxiliariam na detecção precoce do tumor”, diz a pesquisadora. Um levantamento de preços feito no estudo verificou que o valor aproximado para testar cada paciente seria de R$ 3. “Se os reagentes forem comprados em grande quantidade pelo governo, o valor deverá diminuir consideravelmente”, ressalta Caminha.

Análise regionalAlém da descoberta de uma nova maneira de análise genética, a pesquisadora planeja analisar um aspecto geográfico da síndrome de Li-Fraumeni. Caminha pretende descobrir por que os casos de tumor de córtex adrenal ligados à mutação R337H são 15 vezes maior nas regiões Sul e Sudeste do que no resto do mundo.

“Existe uma teoria de que um imigrante de Portugal trouxe a mutação para o Brasil. Ele seria tropeiro e teria disseminado a mutação ao longo de sua rota. Devido a isso, os casos de tumor de córtex adrenal seriam mais frequentes na região. Entretanto, ainda são teorias. Estamos nos reunindo com profissionais que conhecem o desenvolvimento da região para confirmar ou refutar esta hipótese”, explica.

Proteína prejudicadaNa mutação R337H, a alteração se dá nos aminoácidos arginina, identificado por R, e histidina, identificado por H. Nessa região do DNA do gene TP53, acontece uma troca entre os dois aminoácidos, o que gera um mau funcionamento da proteína P53, conhecida com guardiã do genoma. “Se uma célula começa a acumular mutações, é normal que o P53 provoque uma autodestruição dela ou uma reparação. A proteína protege o genoma do mau funcionamento, mas, se ela não funciona direito, as células se comportam descontroladamente e acabam gerando tumores”, explica oncogeneticista Antônio Abílio Pereira da Santa Rosa.



.
Fonte: Saúde Plena