quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Exame Papanicolau é a melhor maneira de prevenir câncer de colo de útero


O exame Papanicolaou ainda é a melhor maneira para identificar o câncer de colo de útero. De acordo com a professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, Edna Lopes, é um exame de baixo custo, é oferecido gratuitamente pelo SUS e pode ser realizado por enfermeiros treinados. “A nível de saúde pública, o papanicolau é o melhor teste a ser feito: é mais fácil, é bem específico e ainda é de alto nível”, comenta.

O Papanicolaou também pode identificar outros tipos de câncer, como o do endométrio e o das trompas. Para isso, orienta a professora, toda mulher, a partir do início da sua atividade sexual ou ao completar 18 anos, precisa realizar o exame ginecológico anualmente, que pode detectar doenças e determinar o risco do desenvolvimento de um câncer. Segundo Edna Lopes, existem outros exames também seguros, como o ultrassom, para o diagnóstico de câncer de ovário e endométrio.

Como é o exame

O teste deve ser realizado fora do período menstrual. É preciso evitar duchas vaginais, cremes no local e relações sexuais três dias antes do exame, para que não haja interferência no resultado. As células do colo uterino são colhidas por meio de uma espátula, uma raspagem superficial da área externa do colo ou uma coleta com uma escova da parte interna. Depois de levadas para um laboratório de citopatologia, é possível identificar se há células descamadas do colo, desvio de normalidade ou células cancerosas. Em caso de atipia, quando há alteração, a paciente deve fazer outro exame, a colposcopia, para dirigir o local da biópsia e identificar a gravidade da lesão e ser orientada sobre o melhor tratamento.


Fonte: Medicina UFMG

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Radioterapia pode ser mais eficiente do que retirada dos seios


Estudo da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos, aponta que não realizar a mastectomia (retirada total das mamas) pode aumentar as chances de sobrevivência a um câncer de mama. As informações são do jornal inglês Daily Mail. Mulheres acima dos 50 anos que optam por retirar apenas o tumor, e com acompanhamento de radioterapia por 5 ou 6 semanas, têm cerca de 19% mais de chances de superar a doença.

A pesquisa, publicada no jornal Cancer, foi feita com os dados de 112.154 mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 1994 e 2004. As mulheres que preservaram as mamas tiveram 13% mais chances de sobreviver à doença. No entanto, em mulheres de mais de 50 anos, essas chances aumentaram para 19%, em comparação às que realizaram a mastectomia.

Outro resultado aponta que mulheres de todas as idades que não retiraram as mamas tiveram um quinto mais de chance de não morrer de outras causas, como doenças do coração. O estudo considerou apenas o câncer de mama nos estágios I ou II, não os em estágios já avançados. Os especialistas acreditam que a radioterapia é mais efetiva no combate às células cancerígenas do que a remoção dos seios.


Fonte: Terra

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Programa de Intercâmbio de Lideranças Femininas leva médica norte-americana à Hospital de Minas Gerais


A médica emergencista da cidade de Northampton, no estado americano de Massachusetts, Jill Griffin, visitou o Hospital Hélio Angotti (HHA) em razão de programa de intercâmbio e destacou que o conjunto de unidades de tratamento da instituição de combate ao câncer de Uberaba tem a mesma capacidade técnica e profissional de um hospital do mesmo porte nos Estados Unidos. Segundo Jill, a diferença é que em Uberaba o acesso ao tratamento é proporcionado à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e nos Estados Unidos tudo é pago pelos pacientes.

Ela participa de um programa de intercâmbio que levou aos Estados Unidos 14 mulheres de oito estados brasileiros, entre as quais Fabiola Falci Goulart, nutricionista do HHA, para treinamento de lideranças femininas e troca de conhecimentos nas áreas social e de saúde da mulher. Nesta segunda fase do Programa de Intercâmbio, 13 norte-americanas chegaram ao Brasil para conhecer as ações brasileiras e ficam no país até 26 de janeiro.

Segundo o presidente do HHA, oncologista e mastologista Délcio Scandiuzzi, as brasileiras prepararam agenda semelhante para que as norte-americanas conheçam projetos e ações sociais de grande relevância e tenham contato com lideranças femininas atuantes nas áreas da saúde, combate à violência doméstica, trabalho pelos direitos humanos, entre outros. “Para nós é uma honra muito grande recebermos aqui a Dra. Jill e nós queremos ampliar parcerias como esta para que mais profissionais do Hospital Dr. Hélio Angotti possam conhecer iniciativas de proteção às mulheres e aos demais pacientes com câncer. É uma iniciativa importante para o crescimento do nosso hospital”, ressalta Scandiuzzi.

O Programa de Intercâmbio Internacional para Lideranças Femininas é promovido e patrocinado pelo Gabinete de Assuntos de Educação e Cultura (Bureau for Education and Cultural Affairs - ECA) do Departamento de Estado dos Estados Unidos e executado pelo Instituto de Treinamento e Desenvolvimento (ITD) em parceria com a universidade feminina Smith College, as duas instituições de Massachusetts, nos Estados Unidos. O Programa também contou com o apoio da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio a Saúde da Mama (Femama) ao qual a instituição é filiada, o que ajudou a selecionar a nutricionista.


Fonte: JM On Line

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

BH pode ter mais casos de câncer de pele do que cidades do litoral


Em busca de uma pele bronzeada pelo sol, os mineiros estão aumentando os números de casos de câncer no estado. Os dados, fornecidos pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), são alarmantes: a estimativa é que Belo Horizonte tenha em 2013 mais mulheres acometidas pela doença na pele do que as oito capitais litorâneas do Nordeste – Salvador, São Luís, João Pessoa, Recife, Natal, Aracaju, Fortaleza e Maceió – e Florianópolis (SC). Serão 94,75 mulheres em busca de tratamento para cada 100 mil habitantes em BH, enquanto a média nacional é 68,36. E o protetor, cuidado fundamental para evitar o câncer de pele, fica dentro da bolsa. 

A advogada Marcela Máximo, de 31 anos, queria voltar da praia com a pele dourada. Foram oito dias de férias em Natal (RN), com sol a pino e nenhum protetor solar pelo corpo. Para aproveitar os dias quentes do verão, a moça ficava deitada na canga por pelo menos seis horas. A exemplo de Marcela, muitos mineiros ignoram o cuidado para aproveitar a chance de pôr o bronzeado em dia no litoral durante as férias de fim de ano e no carnaval. Segundo especialistas, essa é uma das hipóteses que podem contribuir para o aumento do número de casos.

“Acho que é cultural. Quem não vive na praia não está acostumado a usar filtro solar no dia a dia. As mulheres, principalmente, gostam de estar bronzeadas e, nos dias de folga do verão, querem mais é aproveitar o sol no litoral para se queimar. Eu mesma só saio da praia quando o sol vai embora. Chego no pior horário do sol, de preferência”, comenta a advogada. “Só uso filtro no rosto, com fator de proteção 30, porque tenho uma mancha provocada pelo sol que tento controlar há alguns anos.”

Segundo a pesquisa do Inca, calculada para um período de dois anos, os números tratam de câncer não melanoma, considerado o tipo mais comum da doença e que provoca lesões novas, com feridas que não cicatrizam e que sangram frequentemente. “É de se preocupar porque as taxas estão altas e provavelmente ainda são muito maiores, uma vez que este tipo de câncer é tratado em consultório e acaba subnotificado”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Minas Gerais, Geraldo Magela Magalhães.

O médico explica que esse câncer de pele é causado principalmente pelo efeito cumulativo do sol, com grande relação à exposição intensa principalmente na infância. Ele alerta que pessoas de pele, cabelos e olhos claros correm mais risco, mas lembra que não é o único fator. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corroboram: BH tem mais negros (10,1% da população) do que as capitais praianas nordestinas de Maceió (7%), Fortaleza (4,5%), João Pessoa (6,6%), Recife (8,3%), Natal (4,9%), exceto São Luís (13,1%) e Salvador (27,7%). A capital mineira ainda se iguala a Aracaju (PB) e também está à frente de Florianópolis (4,9%). Quanto à parcela que se autodeclara parda, BH tem 41% da população e está abaixo da média, que varia de 47% a 56%.

“Quem está desenvolvendo hoje o câncer de pele vem de uma cultura em que não existia o filtro solar. Ia passar 15 dias de férias na praia e abusava do bronzeador. Para se expor ao sol também é preciso educação desde a infância. Percebo que há uma preocupação maior atualmente, mas talvez ainda fique a desejar quando se trata dos cuidados no dia a dia porque não basta usar filtro solar só na praia. Talvez quem more em região de praia esteja mais atento a essa questão”, acredita o dermatologista.

A vice-presidente da Sociedade Mineira de Cancerologia, Ana Alice Barbosa, concorda: “Falta o hábito diário. O belo-horizontino costuma achar que não precisa passar o filtro solar porque não está na praia. Quando vai, uma vez por ano, quer mostrar que foi e voltar com aquele bronzeado. Por isso, muitas vezes abusa na exposição ao sol, o que causa envelhecimento da pele e alteração celular. O câncer pode ser causado por um conjunto de situações que não só a pele clara e o histórico familiar”.

TEMPERATURA Há uma hipótese também no clima. Belo Horizonte, em cem anos, registrou aumento médio da temperatura de 1,5 grau, de acordo com tese de doutorado defendida pelo geógrafo Wellington Lopes Assis na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2011. O estudo mostra que, desde 1911, a umidade relativa do ar caiu 7%, chegando a 66,2%, e a temperatura mínima média aumentou 2,7 graus, passando de 15,2° para 17,9°. Segundo o meteorologista do TempoClima da PUC Minas Heriberto dos Anjos, as cidades não litorâneas têm maior probabilidade de ter dias de céu azul, justamente quando há grande incidência de raios solares.

“Regiões de praia têm mais umidade e, por isso, mais nebulosidade também, provocada pela proximidade com o oceano. Já os dias com nuvens ou nublados têm índices de radiação menores do que os dias ensolarados, de céu limpo”, afirma o especialista. “Vale lembrar que mesmo na sombra, debaixo da barraca, a radiação solar reflete na superfície e queima. Daí a importância do filtro solar em qualquer situação”, explica ele.

Com a pele branquinha, a bancária Valéria Minelli, de 30 anos, segue à risca as orientações e usa protetor mesmo em dias nublados. “Adoro sol porque os dias são mais alegres, mas fico muito vermelha e não posso vacilar. Herdei esse cuidado da minha mãe, mas também acho que o mineiro cuida muito pouco da pele, talvez só na praia mesmo. As pessoas aproveitam os dias de folga e querem tirar o atraso da brancura e se esquecem dos riscos.”

CUIDADOS

» Use filtro solar nas áreas do corpo expostas ao sol todos os dias

» Opte por fator de proteção de pelo menos 30 e observe se há proteção contra raios UVA e UVB, principalmente

» Aplique o produto antes da exposição ao sol e reaplique a cada duas horas ou sempre depois de se molhar e de suor intenso, mesmo que o protetor seja resistente ou à prova d’água

» Prefira se expor ao sol antes das 9h e depois das 15h, períodos em que a radiação UVB é menor

» Use chapéus, viseiras, óculos escuros e barracas. Para atividades físicas ao ar livre, use roupas e filtro solar

SAIBA MAIS: O MELANOMA

Os raios ultravioleta B (UVB) são prejudiciais e causam danos à pele. Já os UVA provocam envelhecimento e, de acordo com estudos não comprovados, o melanoma. De acordo com o dermatologista Geraldo Magela Magalhães, este é um tipo de câncer com incidência menor, que se manifesta com manchas escuras ou por pintas que se modificam no tamanho, formato ou cor. “Esse prognóstico é pior por causa do maior risco de metástase. Nesse caso, o melhor tratamento é o diagnóstico precoce. Já o câncer não melanoma é mais agressivo no local, mas raramente dá metástase e é mais fácil de curar, extraindo o tumor com cirurgia”, diz o médico.

A DOENÇA NAS CAPITAIS
De acordo com dados do Inca, a estimativa é que a capital mineira tenha mais casos de câncer de pele do que oito capitais do Nordeste que ficam no litoral e a cidade de Florianópolis, em Santa Catarina.


Fonte: Em

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Intercâmbio Internacional de Lideranças Femininas recebe norte-americanas em São Paulo

Vera Golik, idealizadora do De Peito Aberto, recebeu o grupo composto por treze norte-americanas nesta semana, para discutir o empoderamento feminino e promover as trocas de conhecimento nas áreas sociais e de saúde da mulher. Os encontros aconteceram no Palácio do Bandeirantes e no Consulado Americano, em São Paulo.  

O Programa Intercâmbio Internacional para Lideranças Femininas é patrocinado pelo Gabinete de Assuntos de Educação e Cultura (Bureau for Education and Cultural Affairs - ECA) do Departamento de Estado dos Estados Unidos e executado pelo Instituto de Treinamento e Desenvolvimento (ITD) em parceria com a Smith College, em Massachusetts, com apoio da FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama | Câncer de mama).

Confira as fotos:




terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Brasileiras e americanas fazem intercâmbio sobre “empoderamento feminino”

Intercâmbio Internacional de Lideranças Femininas


Professional Fellowship Program 


Brasil – Estados Unidos 




Grupo promove participação da mulher em todos os setores da sociedade em discussão internacional. Norte-americanas desembarcam próximo domingo em São Paulo. 

Em outubro passado, catorze mulheres* de oito estados brasileiros foram aos Estados Unidos para um intercâmbio sobre empoderamento feminino e troca de conhecimentos nas áreas sociais e de saúde da mulher. No próximo domingo, dia 13 de janeiro, treze norte-americanas dos estados de Connecticut e Massachusetts desembarcam em São Paulo. Elas ficam na cidade até dia 16 e, depois, se distribuem entre os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Piauí, Tocantins, Distrito Federal Minas Gerais e Rio de Janeiro. 

Na segunda fase do Programa de Intercâmbio Internacional para Lideranças Femininas, patrocinado pelo Gabinete de Assuntos de Educação e Cultura (Bureau for Education and Cultural Affairs - ECA) do Departamento de Estado dos Estados Unidos, executado pelo Instituto de Treinamento e Desenvolvimento (ITD) em parceria com a Smith College, em Massachusetts, com apoio da FEMAMA, treze norte-americanas estarão desembarcando em São Paulo na próxima semana. Depois de terem recebido 14 representantes de projetos brasileiros ligados à saúde da mulher e ao empoderamento feminino, durante quase dois meses – de 29 de setembro a 12 de novembro de 2012 –, as norte-americanas da região de Massachusetts chegam ao Brasil para conhecer in loco nossas ações sociais e ficam no país de 13 a 26 de janeiro de 2013. 

Elas são representantes de diversas entidades e Organizações Não Governamentais daquela região, focadas em saúde pública e direitos civis. Durante as seis semanas em que as brasileiras, vindas de diversos estados do país, estiveram nos Estados Unidos, elas puderam conhecer como funcionam essas organizações e até participar como voluntárias em suas ações práticas. Agora, as brasileiras estão preparando uma agenda semelhante para que as americanas conheçam nossos projetos sociais de grande relevância e tenham contato com lideranças femininas atuantes nas áreas da saúde, combate à violência doméstica, direitos humanos, entre outros. 

Com a conclusão dessa segunda fase, o objetivo do programa de possibilitar a troca de experiência entre entidades norte-americanas e brasileiras estará sendo cumprido, abrindo inclusive portas e caminhos para futuras parceiras. 

O ITD, instituição sem fins lucrativos, sediada na cidade de Amherst, Massachusetts, é o responsável pela implementação e avaliação do projeto. O Instituto possui uma história de 26 anos de sucesso na condução de mais de 300 projetos de intercâmbio internacional e agora as intercambistas passaram a ser “Fellows” ou participantes da renomada instituição americana chamada de Alumnae Association of Smith College (AASC). A Smith College é uma Universidade exclusivamente feminina e uma das instituições mais proeminentes em Educação de nível Superior nos EUA. O IMAMA/FEMAMA desempenhou o papel central no recrutamento das participantes brasileiras no Programa.



PROGRAMAÇÃO 




ATIVIDADES GERAIS


Esta segunda etapa do Programa de Intercâmbio terá duração de 14 dias. Nos primeiros três dias o grupo de treze norte-americanas participará de atividades diversas em São Paulo, incluindo visitas ao Consulado Americano, atividades culturais e passeios turísticos. Também nesse período elas irão ao Palácio do Governo do Estado de São Paulo, sendo recebidas pela presidente do Conselho da Condição Feminina de São Paulo, a Delegada Rosemary Corrêa, e algumas das Conselheiras dessa entidade, para saberem mais sobre algumas das atividades realizadas em prol das mulheres neste Estado. Em seguida, as americanas partirão em pares para os diversos Estados do Brasil onde moram e atuam as brasileiras que estiveram em Amherst, Massachusetts, no final de 2012, tendo com destino: São Paulo (capital e interior, cidade de Marília), Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Tocantins, e Piauí. Como parte do Programa estará o Plano de Ação criado por cada participante brasileira e que agora deve ser implementado com apoio das companheiras americanas. 



ATIVIDADES EM SÃO PAULO 


As duas participantes de São Paulo (capital), Vera Golik e Clarisia Viscardi Moniz Ramos, além de apresentarem mais detalhes de suas atividades, estarão ciceroneando Julie Kumble e Joyce Bernstein, que atuam em projetos sociais voltados às mulheres no estado de Massachusetts, EUA (veja os breves currículos abaixo). A agenda paulista inclui além de atividades culturais e de lazer, visitas e benchmarking em várias entidades e organizações e participação em palestras e workshops onde americanas e brasileiras/os poderão compartilhar suas ações em prol das mulheres em seus respectivos países. 

No final da viagem, no dia 24-01, após as visitas às organizações brasileiras, haverá um encontro com todo o grupo em São Paulo, reunindo brasileiras e norte-americanas para fechamento do Programa de Intercâmbio e compartilhamento de experiências. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

União de esforços para combater câncer de ovário


Um estudo que está sendo desenvolvido por cientistas da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tenta descobrir indicadores para melhorar o diagnóstico e o rastreamento do câncer de ovário. Apesar de ser o terceiro tipo de câncer que atinge as mulheres, esse tumor é o mais letal. A pesquisa visa buscar biomarcadores do câncer de ovário. São estudadas moléculas candidatas a desenvolver a doença, que uma vez identificadas podem contribuir tanto no diagnóstico quanto no tratamento. Foram pesquisadas pacientes com diagnóstico de câncer de ovário, atendidas no Hospital das Clínicas da UFMG (HC/UFMG), em Belo Horizonte. A proposta do estudo passou por uma comissão de ética e as pacientes doaram amostras de fragmentos do tumor para estudos laboratoriais de avaliação genética para identificar algumas falhas nessas moléculas-alvo.

Segundo o professor titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, Agnaldo Lopes da Silva Filho, 90% das mulheres acometidas pelo câncer de ovário morrem antes de completar cinco anos de tratamento. Por essa razão, o grupo se interessou por investigar esse biomarcador, alvo de estudos em vários outros centros de pesquisa de todo o mundo. De acordo com as pesquisadoras Letícia da Conceição Braga e Luciana Maria Silva, da Funed, observou-se que os tumores ovarianos comportam-se de maneira bem diferente dependendo do tipo de cada um. Elas estudaram amostras de 45 pacientes do HC/UFMG, divididas em tumor benigno e maligno (câncer eptelial de ovário), e entre aquelas com tumor maligno foram também coletadas amostras do tumor e dos locais metastáticos (onde houve aparecimento da doença no organismo).

Essas amostras foram processadas – sendo extraídos o DNA e o RNA – e passaram por uma série de exames, que identificaram moléculas que estavam mais ou menos expressas nas pacientes com câncer de ovário. É como uma impressão digital genética levando a possibilidade de marcadores sobre o comportamento da doença, identificando a fase (se inicial, mais avançada) e se se trata de tumor mais agressivo. As pesquisadoras estudaram proteínas que atuam protegendo a célula doente e tornam ineficaz o tratamento, não respondendo às drogas chamadas de recombinantes e anticorpos monoclonais que têm a função de matar a célula doente.

O resultado da pesquisa identificou que essas drogas usadas para tratar as pacientes com câncer de ovário não trazem benefício algum nos casos de tumores metastáticos e serve de alerta para uso generalizado desse tipo de combate. “O uso das drogas à base de proteína trail recombinante e anticorpos monoclonais antitrail pode não ter eficácia no combate à doença em determinados tipos de tumores. Com a pesquisa, identificamos um grupo cujo tratamento poderia ser eficaz, conta Letícia da Conceição Braga, autora da pesquisa que se transformou em tese de doutorado da pesquisadora.

Esses novos tratamentos baseados na proteína trail perdem sua eficácia em mulheres já em fase de metástase. “Esse tratamento deve ser aplicado em pacientes que expressam menos o gene. Nesse caso, os tumores primários, passíveis de cura e recuperação. Pacientes com metástase se tornam refratárias a essa terapêutica”, afirma a pesquisadora.

De acordo com ela, o que ocorre atualmente é que o tratamento quimioterápico é aplicado de maneira indiscriminada, sem determinar se as pacientes respondem a uma determinada droga. “Daí a relevância do nosso trabalho: evitar que uma promissora estratégica terapêutica se torne ineficaz por puro desconhecimento da biologia do tumor”, explica a doutora.

O professor Agnaldo Lopes comenta que há lacunas em relação à abordagem do câncer de ovário e há muito espaço para pesquisa, no que diz respeito ao desenvolvimento de testes e diagnósticos, tornando-o cada vez mais precoce o que permitiria um tratamento mais eficaz: “O ovário é um órgão pequeno, mas tem como caraterística diversos tecidos, desde a parte mais interna, onde estão os tecidos germinativos, que podem até virar células tronco, até a parte mais externa, a epitelial. Cada tipo de célula pode originar tanto tumores benignos quanto malignos. Os mais frequentes surgem na camada externa, que é o chamado câncer epitelial de ovário. Ele atinge tipicamente mulheres acima de 40 anos de idade, na fase pré ou pós-menopausa e faixa etária mais acometida pela doença. Os outros tumores, como os germinativos, atingem pacientes mais jovens, até mesmo meninas na segunda faixa de vida”, explica Lopes.

Rastreamento

O grande problema, segundo o ginecologista, é que efetivamente não há hoje método de diagnóstico para rastrear o câncer de ovário, diferentemente do câncer de colo do útero, como o exame de papanicolau, ou o de mama, que pode ser detectado pela mamografia e o utrassom. Não há ainda nenhum teste que possa ser aplicado com o objetivo de um diagnóstico precoce. A paciente assintomática com exame clínico normal tem muito pouco a oferecer nessa identificação. Daí a importância de pesquisa de biomarcadores, tanto para o diagnóstico quanto para o rastreamento, de resposta ao tratamento e segmento pós tratamento. Isso requer grande investimento financeiro, pois são pesquisas sofisticadas e de longa duração.

Esse tumor costuma ser assintomático, por isso é recomendado que os médicos valorizem as queixas dos pacientes. “São sintomas genéricos que vão desde a distensão ao desconforto abdominais, que podem ter várias causas. Mas esses sintomas, especialmente com duração inferior a seis meses, chamam a atenção e merecem investigação, seja por meio de exames, como o de sangue, e testes diagnósticos, como o de ultrassom transvaginal, que é um instrumento de diagnóstico mas não serve para rastreamento”, acrescenta Agnaldo.

Os resultados até agora apontam uma perspectiva positiva, segundo o professor da UFMG, indicando algumas moléculas candidatas ao tratamento. Ele espera que nos próximos cinco anos seja possível oferecer um tratamento clínico como alternativa: “Hoje não há método eficaz para diagnóstico. A paciente que tem sintomas como sangramento uterino anormal, distensão abdominal sem definição clara, ou fez alguns exames que mostrem a possibilidade de algum cisto deve ser avaliada pelo ginecologista e em casos mais críticos, por um profissional experiente em oncologia ginecológica”, diz. Outra coisa que chama a atenção, segundo o médico, é a genética familiar: 5% dos cânceres de ovário apontam evidências familiares, e uma grande relação com o câncer de mama.

Estágio avançado

Para a médica ginecologista e obstetra dos hospitais Mater Dei e Instituto Mineiro de Câncer Mário Pena Sálua Oliveira Calil de Paula, ainda não se conseguiu chegar a marcadores específicos para o câncer de ovário. No Brasil, além da parceira entre Funed e UFMG, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vem desenvolvendo pesquisas nesse sentido. Segundo Sálua, entre 60% e 70% dos casos desse tipo de tumor somente são descobertos quando se encontram no estágio 3 (eles vão de 1 a 4), o que já é uma situação gravíssima, quando as mulheres começam a apresentar sintomas. Segundo estudos publicados nos Estados Unidos, uma entre cada 68 a 70 mulheres terão câncer no ovário e 20% serão submetidas a algum tipo de intervenção cirúrgica na massa pélvica (quando há suspeita de alguma lesão no ovário).


Fonte: EM

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Novidade no tratamento contra o câncer de mama





Por Dra. Letícia Carvalho, oncologista da Oncomed BH

O câncer de mama é a neoplasia que mais atinge as mulheres em todo o mundo. De acordo com dados recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que cerca de 52.600 brasileiras desenvolvam a doença ao longo deste ano.

O tratamento, porém, deve ganhar nos próximos anos um importante reforço. Trata-se da T-DM1, medicamento, ainda em fase final de testes, apresentado durante a Asco 2012 - Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. A droga teve resultados satisfatórios no tratamento do câncer de mama metastático do tipo com superexpressão de HER2. O objetivo principal do novo medicamento é prolongar a sobrevida e retardar a evolução da doença sem causar os efeitos colaterais típicos da quimioterapia, melhorando, assim, a qualidade de vida das pacientes.

No estudo, os pacientes que fizeram uso do T-DM1 apresentaram maior controle da doença, redução do tumor e maior sobrevida com ganho de qualidade de vida em relação aos pacientes que não fizeram o uso da droga.

Entretanto, apesar dos índices altamente positivos, a droga chega como uma opção a mais no tratamento e não como uma solução definitiva. Acredito que OT-DMI é uma arma a mais no combate ao câncer de mama avançado, mas, antes dele, temos inúmeras opções de tratamento, tanto para tumores iniciais quanto para casos mais avançados. O T-DMI não é uma droga preventiva. A prevenção do câncer de mama e o diagnostico precoce são os principais armamentos no combate a doença, devendo ser orientado pelo mastologista e oncologista. O medicamento passará por aprovação da Anvisa e deve chegar ao Brasil entre 2014 e 2015.

É válido considerar que o autoexame não basta. Os tumores de mama são, muitas vezes, diagnosticados pela própria paciente durante o autoexame das mamas. Apesar disso, estudos têm, cada vez mais, questionado a eficiência do método, uma vez que ele costuma indicar apenas tumores já bastante desenvolvidos. Pesa também contra o autoexame o fato de que o tratamento adequado e ágil minimiza os impactos da doença. Para tanto, quanto mais cedo identificada a doença, melhor.

Relativamente raro entre mulheres abaixo dos 35 anos, a taxa de incidência de câncer de mama feminino aumenta rápida e progressivamente após essa idade. A recomendação do Ministério da Saúde é que o exame clínico anual seja feito a partir dos 40 anos. Já para as mulheres entre 50 e 69 anos, a recomendação inclui um exame mamográfico a cada dois anos.

Além da idade, outros fatores de risco são: histórico familiar, obesidade, sedentarismo, exposição excessiva a hormônios, não ter filhos ou engravidar pela primeira vez após os 35 anos, menstruar muito cedo ou parar de menstruar muito tarde, exposição à radiação na região do tórax ou das mamas, ingestão excessiva de bebidas alcóolicas, entre outros.

Apesar da impossibilidade de prevenção total, a combinação de alguns hábitos saudáveis com os exames pode diminuir as chances de desenvolvimento da doença. Entre as medidas básicas para prevenir o câncer estão: não fumar, manter alimentação adequada, praticar regularmente exercícios físicos e cuidar do peso corporal.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Tratamento de câncer de próstata pode diminuir o órgão sexual.


Alguns tratamentos para câncer de próstata podem reduzir o tamanho do pênis, o que leva a queixas de homens insatisfeitos com a vida íntima. O alerta é de uma pesquisa do Instituto do Câncer Dana-Farber e Hospital Brigham and Women's, ambos dos Estados Unidos. Os dados foram divulgados pela publicação Urology.

Os cientistas analisaram 948 homens que tinham sofrido uma recorrência da doença. Vinte e cinco deles (2,63%) reclamaram de pênis menor após o tratamento, principalmente devido à prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata) e pelo uso de drogas de bloqueio de hormônio masculino combinadas com radioterapia. Investir em apenas radioterapia não levou ao incômodo.

“O câncer de próstata é um dos poucos cânceres em que os pacientes têm uma gama de terapias à disposição e, por causa da gama de possíveis efeitos colaterais, pode ser uma escolha difícil”, disse o pesquisador Paul Nguyen. “Este estudo diz que, quando o encurtamento do pênis ocorre, realmente afeta o paciente e sua qualidade de vida. É algo que devemos discutir com ele para que ajude a reduzir arrependimentos de tratamento”, concluiu.

Fonte: Terra