segunda-feira, 7 de maio de 2012

Um depoimento emocionante!

Bom dia a todos! Hoje mostraremos aqui o depoimento de Mariane Mendes Rebelo Alves, que tem 28 anos e descobriu que está com câncer de mama. Devido a estes fatos, não queria falar com ninguém, mas após descobrir o projeto De Peito Aberto e fazer a leitura do livro, conta que já está 100%, e que o livro foi essencial para sua cura. Confiram a história abaixo:

''A descoberta de um tumor maligno no meu seio esquerdo, com a presença de linfonodo contaminado na axila não estava nos meus planos, muito menos nos meus sonhos. Poderia ter sido a pior coisa a ocorrer comigo, o que a principio pareceu, já que se trata de uma doença que pode matar, pois não se pode garantir a cura.Dizer que foi a melhor coisa que aconteceu também não caberia, pois não é uma situação fácil e muito menos prazerosa. No entanto, ao contrário do que as pessoas possam pensar, a doença me trouxe vida. Nunca refleti tanto sobre ela; acho que não se deve viver por viver, não existe só prazer, existem pessoas que sofrem realmente e, mesmo no meio de tanto sofrimento, ainda pode existir felicidade, mesmo que sejam poucos os momentos de alegria. A vida, de maneira particular, ao trazer à tona um problema sério, ensina a cada um como a estava “levando”, e, sem cerimônia alguma, descortina o que realmente vale a pena e qual o real significado dela, por um motivo muito simples, porque se busca a cura, e nessa busca você vai tendo percepções que antes não tinha. Assim foi comigo.



Não demorou muito para cair meus cabelos. Quando soube do diagnóstico, cortei-os bem curtinhos e, com mais ou menos dezessete dias de tratamento, eles começaram a cair muito. Passar as mãos nos cabelos e eles ficarem nelas é encarar de forma concreta o que está acontecendo com você, torna-se uma situação desesperante, porque eles não param de cair. Você tem certeza que está doente, e que não há nada a fazer, a não ser despedir-se da sua imagem que não será a mesma, não se sabe até quando. O que se sucedeu a principio foi o desespero e o caos que se instalaram em mim, com muita informação, muito sintoma e tudo de forma muito rápida e inesperada.

No entanto com decorrer do tratamento, através de reflexões, analises e leituras, constatei que ao longo da vida aprendemos a criar ilusões sobre coisas que não devemos valorar da maneira que valoramos. Por exemplo no decorrer de nossa vida deixamos o cabelo crescer, fazemos escolhas seríssimas quando iremos cortá-los, gastamos fortunas com salão para no final sempre ficarmos frustradas com o resultado ou querendo sempre mais. E na realidade não deveria ser assim, tanto dinheiro gasto, tanta expectativa, tanto tempo empregado, e até mesmo uma falsa ilusão de que uma característica da personalidade da mulher pode se encontrar no cabelo, enfim ele não pode ser sinônimo de felicidade e segurança, pelo simples motivo de que quando perdemos os cabelos como eu perdi, acabamos por enxergar que isso não era importante realmente, e sim o importante é estar viva. No entanto, até isso ficar claro na cabeça e no coração precisa de todo um processo, mesmo porque esse processo de descoberta é individual e não coletivo. Pelo contrário, a coletividade baseia-se numa sociedade que nos ensina. que meninas desde pequenas devem buscar cabelos padronizados e de preferência com os das princesas de historias infantis. E isso não basta, devemos cuidar muito deles. A TV a todo o momento vende produtos, vende sonhos de que um lindo cabelo conquista homens, segurança pessoal e tudo mais. Mas quando nos deparamos com a realidade que um cabelo é apenas um cabelo, e que se continua querendo ser feliz mesmo já não os tendo, enxergamos e sentimos o peso dessa ilusão para a própria pessoa e para os outros que ainda não sabem disso...

O livro De Peito Aberto foi um grande incentivador no meu tratamento, pois ele trata da autoestima de uma maneira bem real e ampla,pois não é só do cabelo que sentimos falta. E quem esta passando pelo mesmo problema sabe o quanto o fator autoestima é importante para o processo de cura,alem disso identificar-se com os casos relatados me trouxe conforto porque consegui visualizar de forma concreta que existe superação. Sinceramente não é fácil e estaria mentindo ao falar que estou com a auto estima bem legal. Não, o câncer se foi, graças a Deus, mas ele me deixou marcas de ordem física e psíquica que estão difíceis de serem superadas, no entanto tenho certeza que estão me deixando “mais forte”.

Percebi que por mais que tentemos mudar alguns acontecimentos que ocorrem na vida, eles se fazem necessários, e que às vezes devemos passar por dores de ordem física que geram dores de ordem psíquica, para entender que sem a doença não atentaríamos para o verdadeiro sentido da saúde, não saberíamos reconhecer ambas, pois são complementares, e até mesmo que o desequilíbrio da alma gera o do corpo.

Assim desejo toda força para nos mulheres que passamos, que estão passando e que para as que ainda irão passar pelo câncer de mama.'' Mariane Mendes Rebelo Alves


Beijo e um bom dia!

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