quinta-feira, 3 de maio de 2012

Maria Aparecida Trindade : Um depoimento emocionante



Bom dia!


Hoje, Maria Aparecida Trindade, de 59 anos, nos conta como foi sua experiência, do começo ao fim, e amanhã nos fala sobre a importância do projeto De Peito Aberto.















Câncer, aquela doença que é um bicho de sete cabeças...É assim que funciona: Quando soube que estava com câncer, olhei para a médica, mantive o controle, tentando absorver aquilo que tinha sido dito para mim. Nesse dia, estava no Posto de Saúde da Mulher, há 3,5 km de casa. A médica me perguntou se eu estava bem, eu falei como um autômato, sim, claro, estou ótima. Ela tornou a repetir: Está bem mesmo, quer que alguém a acompanhe até em casa? - eu disse: Não, doutora, fique tranquila, só estou digerindo o que me foi dito. Estou bem mesmo. Agora, preciso ir, tenho algumas coisas a resolver... Ela, ainda preocupada, pediu à uma auxiliar de enfermagem que fosse atrás de mim. Cheguei na porta do posto, a auxiliar me alcançou e perguntou: - Quer que eu vá com você?.. novamente, eu repeti: Não, fique tranquila, estou bem.




Saí do posto, cheguei à calçada e me perguntei: Como isso funciona? Será que devo parar por aqui? Será que vai acabar assim, ou vou continuar?... afinal de contas, o câncer sempre foi tido como uma doença incurável e as pessoas tinham até receio de falar o nome da doença, diziam apenas: Fulano(a) está com "aquela" doença.




Bom, pensando dessa forma, fui andando, caminhando e pensando em como solucionar o meu problema... era grave? Sim, sem dúvida, mas havia tanta doença grave que não matava ninguém... continuei caminhando e pensando: Que atitude devo tomar? Bom, ficar desesperada, não vai adiantar, poderá até piorar o quadro (depressão mata, ri sozinha, um riso nervoso), continuei andando e pensando... Parei, olhei as pessoas nas ruas, cada uma com seus problemas, pensei: Que problema enorme você tem agora, hein? E se você partir, como ficará a sua filha? - veio a resposta: Simples, continuará vivendo como fez até agora, porque ela é filha do mundo, não sua, foi colocada aqui como você para cumprir sua missão, assim, também, como você... ri de novo... - É mesmo, tenho passado por tantos problemas, como eu disse: "passado", porque eles já se foram, este, é só mais um... Daí, parei novamente, para esperar os carros passarem e atravessar a rua e pensei: Olhe como tudo continua do mesmo jeito, apenas você tem uma coisa dentro de você que precisa sair, afinal, você a criou, quando não conseguiu superar alguns problemas por que passou... pensando assim, olhei para o céu e disse: Meu Pai, sei que nada acontece por acaso em nossas vidas, sei que tenho muitas coisas a passar aqui, então, meu Pai, a partir de agora e, até que isso se resolva, não tenho mais planos, minha vida está em Suas mãos, seja feita a Tua Vontade, o que tiver que ser será e eu aceitarei o que vier...caminhei até um quarteirão antes de minha casa, lá havia um orelhão, daí, parei no orelhão, totalmente tranquila, liguei para a Gina, minha irmã... ela atendeu, eu falei: Tudo bem por aí? - ela disse: Tá sim, e aí? - Eu falei: - Gina, estou com câncer, pode me fazer um favor, diga à Célia para marcar minha ida ao IBCC na quarta-feira (era uma segunda), porque tenho algumas coisas a acertar aqui em Tatuí e só poderei ir na quarta-feira para São Paulo... e foi, a partir daí, que Deus colocou os Anjos à minha disposição e me curou "daquela doença", estes anjos: Dra. Gisela Italia Andreoni, mastologista e Dra. Malu, cirurgiã plástica, no Hospital Pérola Byington, pelo SUS, que cuidaram de mim e cuidam até hoje. Eu tinha 52 anos quando descobri o câncer e fui operada, hoje tenho 59, estou muito bem!!!











Beijos!

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