terça-feira, 11 de setembro de 2012

Menor consumo de sal reduz risco de câncer de estômago


Diminuir o consumo de alimentos salgados como pão, presunto e outros embutidos pode reduzir os riscos de câncer de estômago. O alerta foi feito pela ONG britânica World Cancer Research Fund (Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer, WCRF).

A entidade, que oferece aconselhamento sobre a prevenção do câncer, quer que a população consuma menos sal e que a quantidade de sódio nos alimentos industrializados seja indicada mais claramente no rótulo. Apenas na Grã-Bretanha, um em sete cânceres do estômago poderiam ser prevenidos se as pessoas seguissem as recomendações diárias de consumo de sal, diz a ONG.

Sal demais pode provocar pressão alta, doenças cardíacas e acidentes vasculares (derrames), além de câncer. O consumo diário recomendado pelas autoridades de saúde britânicas é 6 gramas. Mas, segundo o WCRF, os britânicos consomem, em média, 8,6 g por dia.

No Brasil, um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicado em 2011, revelou que o brasileiro consome, em média, 8,2 g diárias de sal.


Inimigo Oculto
 “O câncer de estômago é difícil de ser tratado com sucesso porque a maioria dos casos não é detectada até que a doença já esteja bem estabelecida”, disse a diretora de informação do WCRF, Kate Mendoza. “Isso enfatiza a importância de escolhermos um estilo de vida que previna a ocorrência da doença – como cortar o consumo de sal e comer mais frutas e legumes”.

Comer muito sal, no entanto, não é uma questão de virar o saleiro sobre a batata frita. A maior parte do sal – cerca de 75% – que ingerimos já está no alimento. Por isso, o WCRF está pedindo que um sistema semelhante às luzes de um semáforo seja adotado nos rótulos de alimentos industrializados. Vermelho para índice alto, amarelo para médio e verde para baixo.


No Pará
O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) prevê que em 2012 ocorram mais de 1.300 novos casos de câncer de estômago entre os habitantes da região Norte, sendo 690 só no Pará, entre homens e mulheres. Isto é, o nosso estado responde por mais da metade das ocorrências de câncer de estômago de toda a região.

Para o oncologista Sandro Cavalléro, chefe do setor de quimioterapia do HSM Hospital e Diagnóstico, quando são analisados os fatores de risco desta neoplasia, a questão alimentar surge como um dos motivos para a elevada taxa de incidência na região. O médico afirma que alimentos que comprovadamente aumentam o risco de câncer gástrico são os gordurosos, com alto valor calórico, defumados, salgados e queimados.

A dieta pobre em frutas e verduras também está associada ao aumento do risco assim como o tabagismo. “Verificando a dieta dos paraenses, podemos relacionar com vários destes fatores de risco, além de que, em nossa população ribeirinha, muitas vezes os alimentos ainda são conservados em sal, tornando-o um potente estimulador a desenvolver câncer”, observa.

De acordo com o médico, o câncer gástrico é muito difícil de ser diagnosticado precocemente, já que neste estágio, a doença não produz sintomas, ou quando indica são muito vagos como dor abdominal, perda de peso e saciedade precoce. Com o avanço da doença, o paciente pode apresentar esses mesmos sintomas de forma mais intensa, assim como sangramentos e anemia. “O diagnóstico definitivo é feito com endoscopia associada à biópsia da lesão. Há uma dificuldade de se levar este exame até as comunidades mais carentes e distantes, já que até mesmo o exame de papanicolau (preventivo do colo de útero) que é bem mais simples, muitas vezes não chega a esta população”.

O tratamento para o câncer de estômago consiste principalmente em cirurgia, acompanhada ou não de quimioterapia e radioterapia. “Com a evolução do tratamento, temos obtido cada vez mais sucesso com estas opções terapêuticas”, conclui o médico.



Fonte: Blog do Câncer

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