terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ruivos têm maior risco de desenvolver câncer de pele de forma grave

Pesquisadores da Harvard Medical School, nos EUA, descobriram que a ruivos são mais propensos a desenvolver uma forma grave do câncer de pele.

O estudo demonstra que a mesma mutação responsável pela cor avermelhada do cabelo também promove uma importante via causadora da doença.

A pesquisa revela que a descoberta da alteração no gene receptor de melanocortina-1 (MC1R) ajuda a explicar os mecanismos moleculares subjacentes ao risco de pessoas ruivas para desenvolver melanoma, proporcionando novas perspectivas para o tratamento e prevenção deste tipo perigoso de câncer de pele.

"Nesse estudo, nós demonstramos que a mutação MC1R-RHC promove a via de sinalização PI3K/Akt, quando um indivíduo de cabelos vermelhos é exposto à radiação UV", explica o coautor sênior Wenyi Wei.

PI3K/Akt é um caminho conhecido por causar câncer que tem sido implicado no câncer de mama, de ovário e de pulmão.

Trabalhos anteriores demonstraram que MC1R desempenha um papel fundamental na proteção de melanócitos de danos no DNA induzidos por UV. No presente estudo, a equipe quis entender como isso acontecia.

A equipe embarcou em uma série de experimentos tanto em culturas de células quanto em modelos de ratos. As experiências mostraram que, em circunstâncias normais, MC1R se liga a PTEN, gene supressor de tumor. PTEN age para proteger contra o câncer, sem PTEN, no entanto, o resultado final é uma maior sinalização na via P13K/Akt causadora de câncer.

A equipe então passou a demonstrar que mutações em MC1R-RHC encontradas em pessoas de cabelos vermelhos não tinham esse mecanismo de proteção. "Como resultado, após a exposição UV, vimos um aumento na destruição de PTEN em células de pigmento mutantes", afirma Wei.

A equipe verificou ainda que, nestas mesmas células de pigmento com MC1R-RHC, a atividade elevada de PI3K/Akt aumentou a proliferação celular e foi sincronizada com outra mutação causadora do câncer no gene BRAF.

Segundo os pesquisadores, a expressão da mutação no gene BRAF em melanócitos de camundongos portadores da mutação em MC1R levou a uma alta incidência de melanomas invasivos.

"Nossos resultados fornecem um possível mecanismo molecular que explica porque as pessoas de cabelos vermelhos que abrigam mutações em MC1R são muito mais suscetíveis a danos na pele induzidos por UV do que os indivíduos com pele mais escura", concluem os pesquisadores.

A equipe acredita que estes novos dados sugerem que os inibidores de drogas que visam a via de sinalização PI3K/Akt poderiam ser utilizados em combinação com Vemurafenibe, droga que tem como alvo a proteína oncogênica BRAF, para tratar pacientes com melanoma que têm tanto variantes BRAF quanto MC1R.

Fonte: Oncoguia

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