quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mulher esperou oito meses por diagnóstico de câncer de mama em Porto Velho

Francisca Camurça, que hoje faz tratamento contra um câncer de mama em Porto Velho, demorou quase sete meses para ter um tumor maligno diagnosticado. Quando recebeu a confirmação de que estava com câncer, a doença já estava em estágio avançado. A dona de casa, de 53 anos, conta que no final de 2011 passou a sentir dores no seio e buscou ajuda médica.

Após exames, a ginecologista que a atendeu informou se tratar de um cisto e Francisca foi, então, encaminhada para um especialista de Porto Velho, que diagnosticou a paciente com um tumor benigno. Após o primeiro resultado, em fevereiro de 2012, a paciente foi orientada a retornar ao consultório em quatro meses, quando realizou a biópsia. “Quanto retornei, em junho, ele me disse: ‘dona Francisca, nós descobrimos que a senhora tem um tumor maligno’”, relembra a dona de casa.

Ao questionar o médico sobre o câncer, antes tratado como um tumor benigno, Francisca lembra que o médico respondeu apenas que só foi possível detectar a doença com a biópsia. “Fiquei todo esse tempo esperando e o tumor crescendo dentro de mim”, lamenta a paciente.

Em seguida, a dona de casa foi encaminhada ao Hospital de Câncer de Barretos em Porto Velho, onde iniciou o tratamento cerca de um mês após o segundo diagnóstico. O tumor diminuiu e, atualmente, Francisca aguarda pela cirurgia para a retirada da mama afetada. Por enquanto, ela segue com o procedimento de quimioterapia.

Quanto ao tratamento, Francisca diz não ter queixas. “Começou rápido, o que demorou foi detectar a doença”, lamenta a dona de casa.

De acordo com a gerência do Hospital de Câncer de Barretos em Porto Velho, os pacientes são encaminhados para a unidade após o diagnóstico. “O paciente passa por uma triagem, onde ele traz todos os exames e o laudo médico, a partir daí o tratamento é iniciado imediatamente”, explica a gerente Raquel Lins Keller. O número de procedimentos diários realizados pela unidade é de 300 por dia.

O diretor do Hospital de Base Ary Pinheiro, Rodrigo Almeida de Souza, afirma que a grande dificuldade da saúde em Rondônia é quanto ao diagnóstico precoce da doença. “Isso depende do tempo que o paciente leva para procurar o posto de saúde e, em seguida, ter o encaminhamento até um especialista, o que muitas vezes leva tempo”, explica o médico.

Por este motivo, Rodrigo explica que nova lei federal que estabelece que a partir do diagnóstico do câncer, o tratamento seja oferecido pelo SUS em no máximo 60 dias, não alterará a forma de atendimento no hospital. “O que precisa é atentar, justamente, para a questão do diagnóstico que, quanto mais precoce, maior a chance de cura”, finaliza Souza.


Fonte: G1

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