terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Aumento no número de casos de câncer de cólon e reto preocupa especialistas

O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgaram, na última semana, uma previsão que preocupa os especialistas: o aumento no número de casos de câncer de cólon e reto no país. De acordo com a "Estimativa 2014 - Incidência de câncer no Brasil", serão afetadas 17.530 mulheres e 15.040 homens.

Entre as brasileiras, a marca superará a dos casos de colo de útero pela primeira vez, ficando atrás apenas dos cânceres de mama e de pele não melanoma. Já os homens sofrerão maior incidência dos cânceres de pele, próstata e pulmão. Considerando que o de pele raramente é letal, o quadro muda. No total, com todos os tipos da doença, são previstos 576.580 novos casos.

No anúncio da estimativa, em Brasília, o Ministério da Saúde informou que ouvirá especialistas antes de adotar medidas de rastreamento e diagnóstico do câncer colorretal, como o aumento dos exames de fezes para verificar a presença de sangue. O exame mais apurado, a colonoscopia, reconhece a lesão e, quando esse pólipo benigno é retirado do intestino, pode eliminar o risco da doença. Para os médicos, em função da incidência da doença, um rastreamento populacional com a pesquisa de sangue oculto (exame imunológico) é mais do que urgente.

Colonoscopia e vida saudável são fundamentais para a prevenção

Sempre que possível recomenda-se a realização da conoloscopia, principalmente após os 50 anos, para pacientes sem risco genético da doença. O oncologista Roberto Gil observa que, nas pessoas com histórico de câncer na família, o exame pode ser antecipado.

"Não adianta só o exame de sangue oculto nas fezes na detecção do problema, é necessário complementá-lo com a colonoscopia, para os indivíduos que precisarem. Mas hoje, tanto no atendimento público como na saúde suplementar, a colonoscopia é difícil de ser realizada", afirmou o especialista.

"Existe uma lacuna entre a necessidade do exame e a sua efetiva realização. É preciso investir no fluxo completo dos exames, não basta fazer o primeiro levatamento para determinar quem precisa passar à outra fase sem dar sequência ao atendimento", avisa Roberto Gil, que atua no Inca e na Oncoclínica, no Rio de Janeiro.

Especialista em câncer na região gastrointestinal, o médico explica que a projeção no aumento de casos de cólon e reto pode estar relacionada a vários fatores externos, como hábitos alimentares não saudáveis. "Os cuidados com a alimentação e a qualidade de vida são fundamentais. Uma dieta saudável e a prática de exercícios podem diminuir os riscos a que todos nós estamos expostos", diz Roberto Gil.



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