terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Tomografia é a nova aliada da detecção precoce do câncer de pulmão

Estudos comprovam que a tomografia computadorizada (TC) tem se mostrado muito eficaz na detecção precoce do câncer de pulmão, num estágio com maiores chances de cura, bem como no acompanhamento do paciente. Em média, o nódulo do câncer dobra de volume dentro de 98 dias. Na opinião de Claudia Henschke, da Mount Sinai School of Medicine, em Nova Iorque, monitorar o tempo em que o tumor dobra de tamanho é fundamental para uma conduta diagnóstica mais eficaz para cada paciente. “Além disso, quem está no grupo de risco deve considerar, junto com seu médico, fazer exames de imagem com mais regularidade”, diz a médica.

Dados do Instituto Nacional do Câncer revelam aumento de 2% ao ano na incidência mundial de câncer de pulmão – sendo o tipo mais comum da doença, altamente letal e ainda uma das principais causas de morte evitáveis, já que em 90% dos casos está associada ao tabagismo. Estimativas apontam para mais de 27 mil novos casos da doença em 2014 (60% homens, 40% mulheres). Tosse, falta de ar, presença de sangue no catarro, dor no peito e nos ombros são alguns dos sintomas mais comuns, principalmente quando associados à perda de peso. Mas esse tipo de câncer, quando dá sinais, geralmente está em fase avançada. Daí a importância dos exames anuais depois dos 50 anos, principalmente se a pessoa é fumante ativa, fumante passiva, ou tem história de câncer na família.

Na opinião do radiologista de tórax Moacir Moreno Junior, do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, a tomografia computadorizada deve ser realizada em pacientes com histórico de tabagismo pesado, mas cabe ao clínico tomar essa decisão juntamente com o paciente, levando-se em consideração também outros fatores relacionados ao contexto clínico. Com uma experiência de análise de exames de mais de mil pacientes por ano com suspeita de câncer pulmonar, Moreno afirma que a tomografia computadorizada é um exame bastante eficiente na detecção e acompanhamento da doença.

“O exame possibilita uma visão em fatias milimétricas de todo o pulmão, permitindo detectar e medir as dimensões de um nódulo, sua posição e relação com as demais estruturas ao redor. A TC também pode ser utilizada, quando indicada, como alternativa para guiar biópsias de lesões pulmonares, que auxiliam a fazer o diagnóstico de tumores ainda em estágio inicial, aumentando as chances de cura”, diz o médico.
Mesmo quando o exame não identifica nenhum nódulo, isso não isenta o paciente de vir a desenvolver câncer pulmonar, principalmente se continuar com hábitos de risco – como o tabagismo. Por isso, Moreno diz que é fundamental a adoção de hábitos mais saudáveis. “É muito comum o paciente fumante deixar para consultar um médico somente na presença dos primeiros sintomas, quando a doença já está avançada. Trata-se de um erro grave, podendo comprometer as chances de cura e sobrevida do paciente”.

O especialista explica que tumores de localização pulmonar central podem provocar tosse, ronco e falta de ar. Já os que estão instalados no ápice pulmonar podem desencadear dores nos ombros e braços. Mas, há tumores de pequenas dimensões e tipos silenciosos de câncer que não dão sinais. Esses ou estão localizados em uma região mais periférica do pulmão, ou têm dimensões tão pequenas que ainda não produzem sintomas. É justamente nessa fase inicial que as chances de cura seriam maiores se a lesão tivesse sido detectada.



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